28 de dez. de 2020

Lendo o Brasil: RONDÔNIA - Viva apaixonadamente (Augusto Branco)


Este livro reúne uma coleção de textos que são verdadeiras pérolas de sabedoria para os mais significantes momentos da vida. Uma leitura inspiradora que motiva todos a viverem mais, melhor. O livro é pequeno, e na verdade foi uma sorte encontrar ele enquanto navegava pelo site do Clube de autores. Como a última leitura de um desafio que me fez dar de cara com autores que nunca tinha ouvido falar, achei o livro apropriado para fechar o ano e a lista de leituras do Lendo o Brasil. Indico também.

Editora Clube de autores.
72 páginas.

25 de dez. de 2020

Lendo o Brasil: AMAPÁ - Desapaixonante (Marvin Cross)

Sinopse: Desapaixonante-1a temporada é o primeiro volume de uma série literária sobre o casal de amigos Sávio e Milena que comandam uma agência especializada em ajudar as pessoas a se desapaixonarem. Sempre narrados de acordo com os pontos de vista de um dos protagonistas, os episódios são sempre repletos de humor, sarcasmo, críticas à sociedade moderna e muitas referências a músicas e cultura pop. Uma história para rir e desestressar.


No que diz respeito a esse desafio, Desapaixonante foi a surpresa do ano. A leitura foi simples e cativante, e sim, mesmo tendo gostado do livro, não sei se iria continuar a leitura da série. Talvez leia por simples curiosidade, porque logo que percebi qual era o tema, tive aquela sensação de que “esse livro vai ser divertido”. E foi mesmo, ainda mais porque a história é narrada pelo ponto de vista de cada um dos protagonistas. Vale muito a pena, recomendado.

Editora Skull.
132 páginas.

23 de dez. de 2020

198 livros: INGLATERRA – Como parar o tempo (Matt Haig)

Tom Hazar é um homem com a aparência de um quarentão, mas a realidade é outra: ele têm mais de séculos de vida. Não envelhecer é o seu grande segredo. Por isso, ele é obrigado a viver fugindo, se escondendo e adquirindo novas identidades a medida que o tempo passa. Acima de tudo, a regra primária de sua vida é: não se apegar a ninguém, não se apaixonar. Graças a problemas da sua época de origem, Tom não achava essa regra difícil de seguir, até ficar cansado e querer dar alguma razão a sua longa existência. Quando resolve voltar a Londres e se tornar professor de história, ele nem imagina que essa regra que regeu sua vida desde muito tempo antes pode estar ameaçada.


A primeira regra é não se apaixonar.

Eu já havia lido um livro parecido com esse, e de novo por causa de uma adaptação: Um conto do destino, porque gostei de Colin Farrel fazendo um personagem romântico. Eu só fui atrás de Como parar o tempo porque ouvi dizer que Benedict Cumberbatch, outro ator favorito, irá protagoniza-lo (e eu já consigo imaginá-lo totalmente nesse papel). A temática de volta ao tempo foi melhor aproveitada neste livro, devo dizer e mesmo sem querer comparar os dois romances na minha cabeça, não dá para evitar pois as semelhanças são muitas. Enfim. Sobre o livro. Gostei de como o autor entremeou a narrativa entre presente e passado, e de como o protagonista vivenciou situações no presente que o remetiam para o passado tumultuoso dele (o que mostra que ninguém se livra de seu passado. Ok, muito filosófico isso).

Editora HarperCollins Brasil.
320 páginas.

21 de dez. de 2020

Além dos reinos (Chris Colfer) – DLLC 2020


Título: Além dos reinos
Autor: Chris Colfer
Mês: Dezembro
Tema: Um livro com um portal para outro mundo
Editora Benvirá, 370p.

Depois que a Grande Armée foi vencida e Alex se viu cara a cara com o Homem Mascarado, ela ficou obcecada para ter certeza de que o vilão é quem ela pensa que é. Quando ela tenta convencer as fadas a continuar a busca pelo Homem Mascarado, que resolveu se unir as bruxas para destruir o mundo mágico, é proibida sob pena de crime e acaba perdendo o controle dos s seus poderes. Enquanto isso, no OutroMundo, Bree Campbell descobre segredos sobre sua própria família, e isso acaba se tornando perigoso para ela e seu amigo Emmerich, que também tem uma ligação com o mundo da magia... De volta a Alex e Conner, os irmãos, agora de posse da verdadeira identidade do Homem Mascarado, viajam pelos reinos encantados tentando deter o inimigo.

Esse livro, como todos os livros dessa série até agora, me deixou numa ansiedade enorme. A história é muito envolvente, e a questão das viagens entre os reinos mágicos, ao entrar nos livros que contém as histórias, acho que é uma coisa que todo leitor voraz já sonhou em fazer :) Adorei cada minuto, o autor consegue prender completamente a atenção. E também como não podia ser diferente, esse livro termina com um mistério que (espero) seja solucionado no próximo volume. Totalmente recomendado.

18 de dez. de 2020

Neruda para jovens (Pablo Neruda) – DLS 2020


Título: Neruda para jovens
Autor: Pablo Neruda
Mês: Dezembro
Tema: Um livro de poesias
Editora José Olympio, 155p.

Sinopse: "Gosto quando tu calas porque estás como ausente, e me ouves desde longe, e minha voz não te toca. Parece como se teus olhos houvessem voado e parece que um beijo te fechara a boca. [...]
Deixa-me que te fale também com teu silêncio claro como uma lâmpada, simples como um anel! És como uma noite mais calada e constelada. Teu silêncio é de estrela, simples, longe do céu."
Vinte poemas de amor e uma canção desesperada.

Dentre os escritores chilenos que eu encontrei, Pablo Neruda foi o melhor indicado. Durante as buscas por algum livro dele que me chamasse atenção, encontrei alguns de poesia mas como o estilo não é meu forte continuei procurando... E acabei escolhendo esse (ironia). Acho que o que acabou me convencendo a escolher esse foi o fato da edição ser bilíngue, o tipo de livro que eu adoro. Sobre os poemas, são carregados de melancolia e uma ternura muito fortes. Recomendo.

16 de dez. de 2020

A história da família de Anne Frank (Mirjam Pressler) – DLL 2020

 


Título: A história da família de Anne Frank 
Autora: Mirjam Pressler 
Mês: Dezembro 
Tema: Um livro de autor alemão 
Editora Record, 404p. 

O diário de Anne Frank é um dos livros mais conhecidos e marcantes do século XX. O relato de uma menina judia sobre o tempo em que ficou com sua família e alguns desconhecidos escondida em um anexo secreto durante alguns anos da Segunda Guerra Mundial ainda hoje emociona leitores mundo afora. Quase um século depois, no sótão da casa de um de seus primos, Buddy Elias, foram encontrados maços de documentos, cartas e fotos sobre a família Frank. Através desses papéis, traça-se um relato da vida de uma das famílias judaicas mais famosas que foram vitimadas pelo holocausto. 

"Quem poderia saber disso antes?", respondeu Otto em voz baixa. "Quem poderia imaginar uma coisa assim?" Então Erich falou que todos eles deveriam ter sabido disso, pois os nazistas nunca esconderam o ódio em relação aos judeus. "O mais tardar depois das leis de Nuremberg, teríamos de saber disso; o caminho para Auschwitz passava diretamente por Nuremberg. E, aliás, Hitler já havia formulado isso claramente em seu livro Mein Kampf. Antes mesmo da guerra, um cliente mostrou-me o parágrafo que até hoje ainda sei de cor. Dizia claramente: ‘Os alemães são uma raça de homens superiores, que foram eleitos para dominar, escravizar ou dizimar pessoas de raças inferiores.’” Erich calou-se e, em seguida, acrescentou: “Naturalmente, ele se referia sobretudo a nós, os judeus, isso estava claro. No entanto, ninguém poderia imaginar que urn povo, que tinha produzido um Goethe e um Schiller na literatura, fosse capaz de uma barbárie assim."

Tudo que é relacionado a Anne Frank me interessa. Fazia um tempo que eu andava louca para ler esse livro, e foi uma sorte poder encaixá-lo em um tema do desafio esse ano. Só posso dizer que esse livro foi uma verdadeiro achado! Quando se pensa em holocausto, impossível não pensar em Anne Frank e na sua família, vivendo por dois anos escondida em um anexo de uma empresa. O que nunca se pensa é na família que ficou fora desse esconderijo. Pois bem, esse livro, dividido em três partes, cada um correspondendo a uma pessoa da família (Alice Frank, mãe de Otto e avó de Anne; Helene Elias, irmã de Otto e tia de Anne; Buddy Elias, primo de Anne), faz uma volta ao tempo, falando da família Frank desde o tempo do tataravô de Anne até Buddy Elias, primo da menina e um dos poucos que sobraram da família até os dias atuais (Buddy faleceu em 2015). As partes que mais me tocaram foram as partes narradas por Helene (Leni), que pega a época em que eles ficaram desaparecidos (sim, desaparecidos, porque se esconderam e a comunicação com a família cessou) e mais tarde a volta de Otto Frank, com a notícia da morte de sua esposa e filhas: 

Otto Frank perguntava incansavelmente para todas as pessoas que retornavam dos campos de concentração se tinham alguma informação de suas filhas; lia todas as listas que eram publicadas nos jornais; buscava notícias regularmente na Cruz Vermelha, que mantinha um registro atualizado dos sobreviventes e compilava declarações de testemunhas sobre vítimas. Foi uma época terrível, na qual se ficava à espera para ver quem regressava, quem havia tido a sorte de se esquivar da morte e quem se supunha que não estaria mais vivo — um tempo de esperanças, de rumores, de suposições, de verdades atrozes. Finalmente, em 18 de julho de 1945, Otto Frank descobriu o que tinha acontecido com suas filhas. Nas listas da Cruz Vermelha, ele viu a funesta cruz ao lado dos nomes de Margot Betti Frank e Annelies Marie Frank. Ele solicitou o nome e o endereço da mulher que havia dado a informação. 
As suspeitas, que Otto, sem dúvida, já tinha, transformaram-se em certeza. Ele informou a sua família e enviou uma tradução da declaração de Lien Brilleslijper, uma mulher que estivera em Bergen-Belsen juntamente com sua irmã Jannie, onde conhecera Margot e Anne. 

Na parte de Buddy, o relato de Otto sobre a descoberta da morte da esposa, de Margot e Anne, sua decisão sobre publicar o diário e sobre sua vida depois de todo o trauma que sofreu são as partes que prendem muito a atenção. A surpresa do pai ao ler o diário da filha e sua sensação de que não chegou a conhece-la de verdade, isso me tocou de uma maneira forte demais. [

[...]"Anne era uma criança, sem dúvida, mas com uma maturidade intelectual que muitos adultos não têm e que talvez nunca venham a alcançar. Eu não conhecia a minha filha até ler os seus diários. Isto me dói. Eu nunca a conheci realmente, e você, Buddv, tampouco. Nenhum de nós sabia o que se passava em sua cabeça. Para mim, era uma criança que amei, como se ama um filho, embora tenha também frequentemente me irritado com ela. [...] Para mim, ela era uma criança espevitada e despreocupada; o seu lado interior eu não conhecia. Agora é tarde demais para demonstrar-lhe o meu reconhecimento, a minha admiração e o meu orgulho; e isso me dói muito. Ela era uma pessoa muito especial, mas eu só consegui enxergar a criança. Com o seu diário ocorreu algo semelhante: eu o via apenas como o diário íntimo de uma menina, e isso me perturbou muitíssimo, pois também vivi tudo aquilo e, de repente, eu tinha o seu ponto de vista sobre o esconderijo e a situação como um todo. Então, passei alguns fragmentos do diário a meu amigo Albert Cauvern e para o dr. Baschwitz, e também li alguns trechos para Werner e Jetty Cahn. Todos são pessoas que entendem do assunto. Ao ver suas reações, percebi que era muito, muito mais do que o diário ele uma menina em fase de crescimento. Anne equivocou-se muitas vezes; em outras, foi injusta e precipitada no seu julgamento, mas escreveu algo universalmente válido sobre a convivência de pessoas que se encontram em situações-limite e sobre a própria condição humana, a humanidade e a fé na vida. Sim, agora eu estou convencido de que foi acertado publicar o seu diário. E não sou o único."[...] 

E também a vida depois da descoberta e publicação do diário de Anne, e o consequente sucesso, explícito no artigo “Kinderstimme” (A voz das crianças), escrito para o jornal Het Paroot, pelo professor catedrático de história em Amsterdã, dr. Jan Romein:


Por casualidade, chegou às minhas mãos um diário escrito durante os anos de guerra. [...] Se os indícios estão corretos, esta menina, caso ainda estivesse viva, teria se tornado uma talentosa escritora. Ela veio da Alemanha com 4 anos e, dez anos mais tarde, já escrevia num holandês invejável, claro e objetivo. Ela faz uma análise sobre as deficiências da natureza humana — não excluindo as suas próprias de uma maneira tão exata que se viesse de um adulto já seria surpreendente, quanto mais se tratando de uma criança. Ela mostra ainda as infinitas facetas dessa mesma natureza humana, que se encontram no humor, na compaixão e no amor, as quais possivelmente surpreenderiam as pessoas e diante das quais, como ocorre com tudo aquilo que é extraordinário, elas sem dúvida se assustariam, caso essa rejeição e aceitação não fossem tão intimamente infantis. O fato de que esta menina foi sequestrada e morta é para mim uma prova de que nós perdemos a luta contra o nosso lado animal. E perdemos porque não contrapusemos nada de positivo. Nós seguiremos perdendo sempre, independente de que forma a desumanidade nos ameace, se nos mostramos incapazes de contrapor algo positivo. Não é suficiente a promessa de que nunca esqueceremos nem perdoaremos. Da mesma forma, também não basta manter essa promessa. A resistência passiva e negativa é insuficiente e não significa nada. Uma democracia "totalitária" ativa e positiva, no sentido político, social, econômico e cultural, é o único meio de salvação: a construção de uma sociedade em que o talento não seja destruído, reprimido e ocultado, mas sim descoberto, favorecido e promovido, independente de onde ele surja. Apesar de todas as nossas boas intenções, nós estamos tão distantes dessa democracia, quanto estávamos antes da guerra. 

Por vários motivos, A história da família de Anne Frank foi um dos melhores livros de 2020. Encerrei meu ano e o desafio com chave de ouro. Livro completamente recomendado.

14 de dez. de 2020

A história da mitologia para quem tem pressa (Mark Daniels) – DLL 202


Título: A história da mitologia para quem tem pressa
Autor: Mark Daniels
Mês: Dezembro
Tema: Um livro de mitologia
Editora Valentina, 196p.

Sinopse: "Profundamente pesquisado, conciso e didático, A HISTÓRIA DA MITOLOGIA PARA QUEM TEM PRESSA é uma jornada iluminadora pelo mundo fascinante da mitologia. De vastas civilizações a sociedades locais no mundo inteiro, todas criaram um rico catálogo dedivindades, heróis, monstros e mitos. Essas personagens e estruturas contam a história de nossas origens, triunfos e desastres, agindo como ferramentas criativas para comunicar as lições de vida mais importantes. A escala e a dramaticidade desses relatos épicos, aos quais não faltam elencos de criaturas fantásticas e grandes famílias separadas pelo amor e a guerra, dão de dez em qualquer novela moderna. Nesta introdução magistral à mitologia, Mark Daniels explora as antigas histórias dos aborígenes australianos, sumérios, egípcios, chineses, índios norte-americanos, maias, incas, astecas, gregos, romanos e nórdicos, entre outros. 
Desemaranhando a complexa teia de deuses e deusas, divindades menores e monstros, Daniels revela as criaturas e as narrativas do passado que tanta influência exerceram sobre as culturas do presente. Descubra por que Odin, o Pai dos Deuses na mitologia nórdica, estava tão interessado em perder o olho, a importância do mito de Osíris no Antigo Egito, mitos gregos, astecas, chineses, nórdicos, egípcios, romanos, e muito mais. Tudo que você precisa saber sobre mitologia, explicado e introduzido de forma clara, resumida e ilustrada. "

Um livro muito bom. Simples e objetivo, fala de lendas variadas sem preâmbulos e enrolação. Eu achava que falaria muito mais sobre as mitologias grega e romana, como acontece com a maioria dos livros, mas gostei de ver que aborda também mitologias menos conhecidas, como a maori e chinesa. Particularmente, eu gostei muito da lista compilando os deuses gregos e seus equivalentes romanos. Recomendo.

11 de dez. de 2020

O melhor da Disney – DLL 2020


Título: O melhor da Disney: 1950-1952 Brasil
Mês: Dezembro
Tema: Um livro que tenha número na capa
Editora Abril, 193p.

Sinopse: As melhores histórias em quadrinhos Disney publicadas no Brasil em 1950-1951-1952. A edição traz aventuras de personagens variados e inclui materiais extras como textos explicativos.

Adorei esse livro. Traz várias histórias em quadrinhos antigas que foram restauradas e coloridas, algumas originais no Brasil, além de trazer um resumo do que acontecia no mundo e no Brasil durante os anos 1950-52. Infelizmente, essa foi uma das últimas séries publicadas pela editora Abril, logo depois ela abriu falência (falei sobre isso aqui em 2018). A editora Culturama assumiu as publicações Disney, e já está trazendo os gibis Mickey, Tio Patinhas e Donald de volta, mas sobre algumas coleções interrompidas como essa não existe nenhuma notícia (disse algumas porque a Panini assumiu as publicações de Don Rosa e Carl Barks). Valeu muito a leitura, é um livro indicado para qualquer amante dos quadrinhos Disney.

9 de dez. de 2020

Os Romanov (Robert K. Massie) – DLL 2020


Título: Os Romanov: o fim da dinastia
Autor: Robert K. Massie
Mês: Dezembro
Tema: Um livro que você ganhou
Editora Rocco, 269p.

Na madrugada do dia 17 de julho de 1918, Nicolau, Alexandra e seus cinco filhos foram acordados por Yakov Yurovsky e notificados que deveriam ir se esconder no porão da casa onde estavam porque a cidade estava agitada e eles corriam risco de serem atingidos caso houvesse tiroteio nas ruas. Obedecendo as ordens, o czar e sua família se dirigiram ao porão e junto com eles foram o médico da família Eugene Botkin, o valete de Nicolau, Trupp, a camareira de Alexandra, Demidova e o cozinheiro Kharitonov.

“Tendo em vista o fato de que seus parentes continuam a atacar a Rússia Soviética, o Comitê Executivo do Ural decidiu executá-los.”

O que se seguiu foi o assassinato de Nicolau, Alexandra, seus filhos e funcionários. Alguns morreram na hora, outros foram mortos com mais brutalidade e perda de controle por parte dos carrascos. Vendo que a execução não tinha saído como planejado, Yurovsky se apressou a dar fim nos corpos. Desfigurados, despidos e roubados (as grã-duquesas haviam costurado suas jóias dentro dos corpetes), os mortos foram jogados na mina mais profunda na área conhecida como Quatro Irmãos e detonaram a entrada da mina com bombas.
Quando Yurovsky voltou a Ekaterinburg, encontrou a cidade fervilhando de comentários sobre o assunto. Com o Exército Branco se aproximando, decidiu que precisava enterrar os corpos em um novo local. Retirar os corpos da mina, escolher um novo local e dar um sumiço mais permanente nos corpos levou todo o dia 18 de julho até que na madrugada do dia seguinte:

o veículo ficou definitivamente atolado. Já que não chegaríamos até as minas profundas, só podíamos enterrá-los ou queimá-los. Queríamos queimar Alexei e Alexandra Feodorovna, mas, por engano, em vez dela queimamos sua dama [Demidova] e Alexei. Enterramos os restos ali mesmo, sob a fogueira, jogamos pás de argila por cima dos restos, acendemos outra fogueira no local e espalhamos as cinzas e brasas, a fim de cobrir totalmente os vestígios da cova. Enquanto isso uma vala comum era cavada para os outros. Por volta das sete da manhã, outra cova de dois metros de profundidade com dois e meio metros quadrados estava pronta. Os corpos foram colocados no buraco e ensopados fartamente com ácido sulfúrico de modo a não serem reconhecidos e impedir qualquer odor de decomposição. Enchemos de galhos e de cal, cobrimos com madeira e passamos o caminhão por cima diversas vezes – até não restar vestígio do buraco. O segredo foi bem guardado – os Brancos não encontraram o local do sepultamento.

Em 1919, um investigador jurídico descobre resquícios de objetos pessoais da família e ossos calcinados durante uma escavação nos Quatro Irmãos, mas dada a situação no país, Sokolov só publica seus achados em 1924, no livro Inquérito judicial sobre o assassinato da família imperial russa, que se torna um relato oficial do assassinato da família imperial e obriga o governo soviético a mudar a história sobre o destino da imperatriz e seus filhos, que ainda eram acreditados como vivos, mas escondidos. A partir daí, se sucedem investigações em busca dos ossos e exames para reconhecer e enfim dar um destino digno aos restos mortais dos últimos Romanov.

Publicado em 1968, The Sokolov investigation, de autoria de John F. O'Connor, traduz do russo partes do livro de Sokolov, Inquérito judicial sobre o assassinato da familia imperial russa.

A primeira coisa que devo dizer sobre esse livro é que: os nomes mais importantes nele não são de Nicolau ou Alexandra ou de suas filhas e seu filho, mas sim dos investigadores que descobriram, analisaram e escreveram sobre a descoberta e reconhecimento dos corpos encontrados em uma cova secreta em Ekaterinburg. São eles:

-Nikolai Sokolov, investigador jurídico que iniciou em janeiro de 1919 uma investigação sobre o paradeiro da família real com a permissão do “Chefe Supremo” do Governo Branco da Sibéria;
-Alexander Avdonin,e Geli Ryabov, ambos interessados na “mistério” da morte dos Romanov que descobrem a cova onde os corpos foram enterrados e encontram alguns crânios;
-Sergei Abramov, cuja equipe conseguiu identificar sem DNA os mortos, com exceção de Maria e Alexei, cujos esqueletos faltavam;
-William Marples, criador do Laboratório de Identificação Humana da Universidade da Flórida, cuja equipe também examina os esqueletos e constata que quem falta é Anastásia, ao invés de Maria;
-Peter Gill, responsável pelos testes de DNA que identificaram os esqueletos com mais precisão.

Robert K. Massie faz um excelente relato sobre o assassinato dos Romanov, a descoberta dos restos mortais e a investigação em busca da confirmação das mortes. Ele mostra que Moscou não somente sabia do assassinato da família inteira, mas aprovava e também ocultou informações sobre o assunto do resto do mundo. Ele não somente cita os primeiros investigadores que descobriram a cova e as ossadas em 1979, Avdonin,e Ryabov, mas relata o processo da descoberta, o pacto que fizeram de não mencionar nada e mais tarde, a quebra desse pacto. Ele faz um apanhado da história soviética e como as mudanças políticas permitiram que fossem feitas investigações mais profundas para se encontrar todos os esqueletos e se reconhecer as pessoas a quem eles pertenciam.

Casa de Ipatiev, onde a Nicolau e sua família ficou de abril a julho de 1918 e onde foram assassinados. A casa foi destruída em 27 de julho de 1977, depois que o lugar havia se transformado em um local de peregrinação.

Achei essa parte a mais interessante (e um pouco macabra, dado o relato do estado dos ossos) do livro por conta da descrição completamente detalhada que Massie faz. Ele fala da confusão entre Abramov e Marples e suas discordâncias sobre os esqueletos faltantes. Gostei da abordagem objetiva sobre as implicações políticas, e mais importantes, familiares de levar os ossos dos Romanov para um laboratório forense em Aldermanston, na Inglaterra, por conta de testes de DNA para se identificar as pessoas a quem os esqueletos pertenciam.
Foi bom ver que ele abordou outras questões: o que houve com a Casa de Ipatiev, as reações do povo de Ekaterinburg e a posição da Igreja Ortodoxa Russa:

Paralisada por 75 anos de submissão ao Estado ateu, a Igreja Ortodoxa Russa ainda peleja para achar um meio de lidar com a execução dos Romanov. Se morreram como mártires, deveriam ser canonizados como santos – como de fato foram pela Igreja Ortodoxa Russa no Exterior, em 1981. Ainda que Nicolau e sua família não fossem considerados vítimas de martírio e merecedores de canonização, mas simplesmente vítimas de um assassinato político, a igreja se sentia na obrigação de levar em conta sua morte violenta. (Mesmo não tendo considerado o assassinato do czar Alexandre II, em São Petersburgo, em 1881, um martírio, a Igreja Ortodoxa Russa construiu no local a Catedral do Sangue para perpetuar a memória do czar.) 
Mesmo antes da exumação dos esqueletos de Ekaterinburg, o arcebispo local queria erguer uma igreja memorial na área da Casa de Ipatiev. “Este é o lugar onde começou o sofrimento do povo russo”, afirmou o arcebispo Melkhisedek. A igreja seria chamada Catedral do Sangue Derramado para “simbolizar a penitência da sociedade e expurgar as ilegalidades e as repressões desmedidas que foram infligidas durante os anos do bolchevismo”.[...]

Um assunto sobre o qual Massie se debruça é a questão da briga entre Moscou e Ekaterinburg pelo controle dos ossos dos Romanov, e o papel de Vladmiri Soloviev, um procurador-criminologista que tratou a investigação como processo criminal, e passou a querer tanto a determinação final sobre as identidades dos restos mortais quanto ao paradeiro das duas crianças que faltavam. O autor dedica a segunda parte do livro para falar dos impostores que surgiram alegando serem as crianças desaparecidas, sendo a mais famosa impostora Anna Anderson ou Franziska Schanzkowska (dentre outros nomes).
De muitas formas, esse livro acabou sendo bem diferente do que eu esperava. Ganhei ele ano passado num sorteio deste desafio, e o engraçado é que quando coloquei ele na estante do skoob, achei que seria mais uma biografia sobre os Romanov. Acabei com o relato sobre todos os passos da investigação para se descobrir os restos mortais da família, o que foi muito mais interessante. Essa minha resenha acabou ficando enorme justamente por causa disso, é tanta informação, tanto detalhe que me deu vontade escrever e escrever mais para fazer com que todo mundo tenha vontade de ler. Um dos melhores livros que li esse ano, completamente indicado.

7 de dez. de 2020

Nêmesis (Agatha Christie) – DLL 2020


Título: Nêmesis
Autora: Agatha Christie
Mês: Dezembro
Tema: Um livro de capa verde
Editora Nova Fronteira, 264p.

Miss Marple e Jason Rafiel se conheceram há um tempo atrás, quando ele a ajudara a evitar uma tragédia numa viagem ao Caribe. Então, é com surpresa que ela descobre que ele deixou para ela em testamento uma quantia significativa de dinheiro caso ela consiga resolver um mistério. Só que ele não forneceu nenhuma informação sobre o crime ou da vítima ou do assassino. De início, Miss Marple acredita estar sendo vítima de uma brincadeira sem graça, mas depois ela recebe uma excursão paga por alguns lugares da Inglaterra que mais tarde ela descobre estarem ligados ao mistério que ela deve resolver. No meio do caminho, um acidente (premeditado? Ou crime?) acontece e a partir daí, o assunto começa a ficar mais claro para a senhora...

Esse foi um dos romances de Agatha Christie que realmente me pegou de jeito. Às vezes, parecia que o culpado estava bem claro, outras não, mas diferente dos outros onde eu conseguia ter uma noção vaga do real assassino, desta vez fui pega de surpresa. Li em um dia justamente porque não consegui parar até descobrir o que estava por trás da motivação do crime. Desnecessário dizer que valeu cada minuto da leitura.

20 de nov. de 2020

Lendo o Brasil: TOCANTINS - O cara certo (Ariela Pereira)

Cariel Miller é um playboy. Bonito, rico e jovem, ele tem tudo que o dinheiro pode comprar e vive a vida nesse estilo, até que sua irmã mais nova descobre que tem câncer de pulmão. Ele, então, tenta todas as formas de encontrar uma cura, mas os tratamentos não dão resultado. Quando ele descobre rumores sobre uma suposta cura definitiva que ainda não está a venda, Cariel resolve que fará de tudo para consegui-la. A vida de Aby Willis, no entanto, não poderia ser mais diferente. Depois de conseguir se formar (sem o apoio da família), a jovem recém-formada é convidada por um de seus professores para trabalhar com ele em uma pesquisa experimental que pode ajudar aqueles que sofrem de câncer. A partir daí, as vidas de Cariel e Aby começam a se entrelaçar...


A primeira vista, achei que esse seria um livro chick-lit. Quando vi o nível de insegurança da protagonista em relação a sua vida amorosa, comecei a ficar arrependida de ter escolhido esse livro (além do próprio Cariel, a imagem do cara rico e sacana, sim, eu sei porque ele faz o que faz, mas não está certo de qualquer jeito). Mas... resolvi deixar de lado algumas insatisfações e continuei e me vi gostando da história. Fiquei imaginando de que forma Cariel e Abby se encontrariam e acabei sendo surpreendida (no bom sentido). Gostei muito, recomendo.

Editora Amazon.
266 páginas.

18 de nov. de 2020

198 livros: CHILE – Rogue One: the ultimate visual guide (Pablo Hidalgo)

O guia essencial e abrangente de Rogue One: A Star Wars Story. Este emocionante formato de referência acompanha o aguardado rimeiro filme independente de Star Wars: Rogue One. Este título lindamente detalhado apresenta perfis detalhados de personagens, além de 5 seções transversais de veículos e locais mapeados recentemente encomendados e totalmente anotados. Com texto claro e autoritário, este livro é embalado com informações essenciais - e apresentado ao lado de fotos impressionantes do filme.


Rogue One: uma história Star Wars foi o segundo filme de Star Wars lançado e é, disparado, um dos melhores filmes da saga e (para muitos) o melhor da era Disney. Esse livro é um guia sobre o filme, com várias informações muito legais sobre os personagens, objetos, história e lugares. Eu gostei muito de saber mais sobre a mãe de Jyn Erso, já que no filme ela pouco aparece. O livro tem um tamanho razoável para a quantidade de informações, e eu senti falta dos atores falando dos seus personagens, mas acho que isso fica por conta dos extras do dvd (que eu ainda não tenho). Adorei, e recomendo.

Editora DK Chidlren.
200 páginas.

16 de nov. de 2020

Os arquivos perdidos (Pittacus Lore) – DLS 2020


Título: Os arquivos perdidos: a última defesa
Autor: Pittacus Lore
Mês: Novembro
Tema: Um livro assinado por um pseudônimo
Editora Intrínseca, 104p.

Malcom, Sam e John estão planejando o próximo passo contra Setrákus Ra. Enquanto os jovens e os agentes federais viajam para Nova York, Malcom fica na casa de Adam, o mogadoriano traidor, para tentar descobrir mais coisas sobre os mogs. Quando tudo dá errado em Nova York, os mogs se encaminham para Ashwood, enquanto agentes do FBI tentam resgatar Malcom e leva-lo ao encontro do presidente, onde Malcom relata tudo que sabe. Mas a situação complica quando a filha do presidente começa a manifestar os mesmos poderes que os lorienos...

Achei que estava faltando mesmo um ponto de vista de Malcom sobre essa história. Para a conclusão da história, falta só mais um ebook e o último livro da série sobre Lórien, e eu estou muito ansiosa para saber como isso tudo termina, considerando tudo que já aconteceu até agora (e que me surpreendeu até demais). Como falei sobre o ebook anterior, novamente é introduzido um novo personagem que desenvolveu os mesmos poderes dos jovens de Lórien, e se isso vai trazer algum diferencial para o fim da história, ainda falta ver. Recomendo.

13 de nov. de 2020

Juventude (J. M. Coetzee) – DLL 2020


Título: Juventude
Autor: J. M. Coetzee
Mês: Novembro
Tema: Um livro de autor africano
Editora Companhia de Bolso, 168p.

Sinopse: John está prestes a se formar em matemática, mas sua grande aspiração na vida é tornar-se poeta. O problema é que a poesia - como as mulheres mais interessantes - não se entrega para qualquer um. Assim, o rapaz aguarda ansiosamente pelas experiências de vida que farão com que ele entre em contato com “o fogo sagrado” da inspiração poética e do verdadeiro amor.
É em busca desse ideal que ele abandona a turbulenta África do Sul dos anos 1960 e vai para Londres. Tudo o que arranja na antiga metrópole, porém, é um tedioso emprego de programador de computadores. Além de uma ou outra namorada, que nunca está à altura das paixões que ele imagina necessárias para que um homem seja tocado pela chama da arte e da poesia.
Juventude é um dos romances autobiográficos de J.M. Coetzee, no qual ele reconstrói com crueza e bom humor seus ideais juvenis. Vencedor do Prêmio Nobel em 2003, o autor se volta para a memória pessoal, com a mesma força narrativa de seus outros livros: frases curtas e certeiras, sem nenhuma afetação, desenhando personagens que vão crescendo e se tornando mais complexos a cada parágrafo. Juventude é o segundo volume das Cenas da vida na província, cuja primeira parte, Boyhood, foi publicada no Brasil com o título Cenas de uma vida.

Continuando com os relatos de sua vida, desta vez Coetzee fala de sua juventude de maneira mais sentimental (talvez isso se deva ao fato dele relatar sobre sua saída de casa para a Inglaterra na década de 60 e a falta de pertencimento que o leitor percebe do narrador). O livro é pequeno, relatando acontecimentos normais e não tão significativos, mas o melhor é perceber como pano de fundo alguns dos acontecimentos mais importantes do século XX (como a Guerra do Vietnã). Como o primeiro livro, completamente indicado.

11 de nov. de 2020

Sherlock Holmes vol. 3 (Arthur Conan Doyle) – DLL 2020


Título: Sherlock Holmes vol. 3
Autor: Arthur Conan Doyle
Mês: Novembro
Tema: Um livro policial
Editora HarperCollins Brasil,  472p.

No volume 2, Sherlock Holmes enfrenta Moriarty e cai na cachoeira do Reichenbach e todos o julgam morto. Na primeira parte do volume 3, A volta de Sherlock Holmes, o detetive está de volta e descreve a seu amigo Watson o que realmente aconteceu e porque passou tanto tempo desaparecido. Em O vale do medo, Sherlock e Watson se vêem as voltas com a resolução de um assassinato, cuja história começou em vales de mineração dos EUA.

Eu gostei mais da primeira parte do livro, mesmo que a segunda parte conte uma história tão boa quanto, na verdade, a segunda e terceira partes tratam da mesma história, mas a terceira parte contextualiza a segunda. O problema foi mais a dificuldade em engrenar a leitura. De forma geral, são vários contos muito bem elaborados e cada um com finais surpreendentes. Vale cada minuto da leitura.

9 de nov. de 2020

Skywalker ataca (Jason Aaron) – DLL 2020


Título: Skywalker ataca
Autor: Jason Aaron
Mês: Novembro
Tema: Um livro do seu gênero favorito
Editora Panini, 152p.

A Estrela da Morte foi destruída, e agora a Aliança Rebelde renovou suas esperanças de derrotar o imperador e trazer liberdade para a galáxia novamente. Querendo aproveitar da vantagem do momento, Luke Skywalker, a princesa Leia Organa e Han Solo resolvem lançar uma ofensiva pelos lugares mais longínquos da galáxia. Enquanto Han e Leia, acompanhados de Chewbacca e dos dróides C-3PO e R2-D2 tentam escapar de Vader, Luke volta para Tatooine a procura dos diários de Obi-Wan Kenobi, em sua busca para se tornar um jedi de verdade.

Começando com esse volume, essa série de Hqs vai contar as aventuras dos rebeldes entre os episódios IV e V dos filmes de Star Wars. Uma coisa que eu gostei de ver e espero ver mais nos próximos volumes, é sobre os diários de Ben Kenobi. É uma das coisas que muito fã tem vontade de saber, sobre a vida do antigo jedi em Tatooine enquanto Luke crescia (estou bem ansiosa para ver a série da Disney). Também foi bacana ver o desenvolvimento do relacionamento de Han e Leia. De modo geral, foi uma Hq que eu curti e recomendo.

6 de nov. de 2020

Gelo negro (Andrew Lane) – DLL 2020


Título: Gelo negro
Autor: Andrew Lane
Mês: Novembro
Tema: Um livro que seja o próximo de uma série
Editora Intrínseca, 256p.

Sherlock segue com suas aulas com Crowe em Farnham quando seu irmão Mycroft o convida para jantar em Londres. Crowe o acompanha até o local do encontro, o clube Diógenes, mas ao chegar se deparam com uma cena para lá de surpreendentemente absurda: Mycroft os atende, em choque, e com uma faca nas mãos, enquanto tem um corpo no chão. Ele não consegue lembrar o que aconteceu, é acusado e preso. A polícia não tem dúvidas e considera o caso resolvido, mas Sherlock não quer pensar no irmão condenado por um crime que não cometeu. Então, mais uma vez ele e Crowe começam a seguir as pistas deixadas para trás e partem em busca do verdadeiro criminoso.

Essa série uma belezinha e eu fiquei muito triste em saber que foi mais uma que a Intrínseca abriu mão. Decidir continuar lendo em inglês mesmo, porque sendo Sherlock Holmes, eu não quis deixar inacabada e até agora, cada um dos livros tem superado minhas expectativas, mostrando o jovem Sherlock aprendendo a deduzir e resolver crimes, a se disfarçar, a tocar violino... A leitura é divertida, as cenas de ação impedem o livro de ser repetitivo e o ritmo lembra muito as histórias de Doyle. A história não termina com um cliffhanger (apesar de ter sido exatamente essa a sensação que me deu), mas confesso que me deixou muito curiosa para ler o próximo volume. Recomendado.

4 de nov. de 2020

Horas decisivas (Michael J. Tougias e Casey Sherman) – DLL 2020


Título: Horas decisivas
Autores: Michael J. Tougias, Casey Sherman
Mês: Novembro
Tema: Um livro de capa azul
Editora Gente, 256p.

Sinopse: “Você tem que ir, mas não tem que voltar.” O lema não oficial da Guarda Costeira martelava na cabeça de Bernie Webber depois de ter sido convocado para resgatar os tripulantes de um petroleiro que se rompera ao meio, numa das mais aterrorizantes tempestades de inverno da costa norte-americana. As chances de sobrevivência dele e dos três outros jovens que o acompanhariam na missão eram mínimas. Nessa mesma noite, um segundo petroleiro também se partira ao meio a poucos quilômetros do primeiro, e outra equipe de resgate estava em busca dos sobreviventes da outra embarcação. Aquele 18 de fevereiro de 1952 ficaria para sempre na memória de todos os envolvidos.
Horas decisivas é o resultado da extensa pesquisa de dois autores que uniram forças para escrever sobre um dos resgates marítimos mais extraordinários da história. Quase sessenta anos depois daquela noite fatídica, o relato ainda tira o fôlego dos leitores, além de ter inspirado uma superprodução da Disney estrelada por Chris Pine.

Não vi o filme, mas o livro me chamou atenção não só por se tratar da Guarda Costeira (cujos relatos passaram a me interessar desde o filme Anjos do mar), mas porque tinha sido adaptado. O livro é dividido em três partes e fala do início ao fim do resgate dos tripulantes do navio petroleiro Pendleton, assim como da vida dos oficiais e dos sobreviventes depois do acidente, assim como aborda outros acidentes marítimos e suas causas e consequências. O livro prende o leitor, quer tenha visto o filme ou não, porque você simplesmente quer saber quem sai vivo de uma situação como essa, com tantos elementos contra. Interessante é que Bernie Webber, a figura central dos oficiais e tido como o grande herói, não viveu para ver o filme, apesar de ter contribuído para a escrita dele. Um livro marcante que fala de sobrevivência e heroísmo de uma forma que somente aqueles que passaram por situações de vida ou morte podem entender.

26 de out. de 2020

Lendo o Brasil: PARANÁ – Canção das estrelas (Karen Soarele)

Sebastian vive de cidade em cidade, trabalhando em um navio, enquanto procura decifrar uma mensagem oculta que ele acredita existir no livro A canção das estrelas, relacionada a uma irmandade secreta chamada Sétima Ordem. Mesmo com todo mundo rindo de suas ideias, ele persiste nessa busca, e seu caminho se cruza com o de Neve, uma garota que tem o poder de se transformar no animal que quiser. Ela também busca o conhecimento das histórias do passado e tem vontade de se aventurar, como Sebastian...


Esse livro é um spin-off da série Crônicas de Myríade, e faz parte da coleção Pergaminhos Perdidos de Myríade (o primeiro volume dessa coleção é Rainha da Primavera). Muito curtinho, mas com uma narrativa fluida e que envolve do início ao fim. Karen sabe manter a atenção presa a história, que é rica em tudo. Sem falar na diagramação que é outro chamariz. Valeu cada minuto, indicado.

Editora Cubo Mágico.
156 Páginas.

23 de out. de 2020

198 livros: ESPANHA – A espanhola inglesa (Miguel de Cervantes)

Isabela foi sequestrada aos sete anos de idade na cidade de Cádiz por Clotaldo, cavalheiro inglês e comandante de esquadra, pai de Ricaredo. Levada para Londres, a menina é criada como integrante da família mas apresentada socialmente como escrava. A situação complica quando o jovem Ricaredo se apaixona por Isabela, e ambos vão fazer de tudo pra fazer valer seus sentimentos dentro de uma sociedade completamente preconceituosa.


Uma história de amor impossível entre dois adolescentes, é disso que se trata esse livro (que ainda bem, é pequeno). Apesar de não ser muito meu tema favorito graças ao drama que esse tipo de história geralmente carrega, gostei da leitura pela sátira em relação ao preconceito predominante na Espanha do século XVI. Vale a pena, recomendo.

Editora Rocco.
104 páginas.

21 de out. de 2020

A guerra dos tronos (George R.R. Martin) – DLLC 2020


Título: A guerra dos tronos graphic novel vol. 4
Autor: George R.R. Martin
Mês: Outubro
Tema: Um livro em que foi criada uma nova língua
Editora Fantasy, 208p.

Robert Baratheon está morto e sua Mão, Ned Stark está preso acusado de traição. Seu filho mais velho, Robb, agora está a frente de um exército a caminho de Porto Real. Ele precisa estabelecer alianças ao longo do caminho, e ao concordar em se casar com uma das filhas de Lorde Frey, consegue uma vantagem militar que lhe permite capturar Jaime Lannister. Enquanto essas notícias chegam até Lorde Lannister, seu neto Joffrey, agora rei, tem suas próprias noções de justiça e misericórdia, e ao ignorar as palavras de seu conselho e sua mãe, Cersei, acaba deflagrando o início de uma guerra que vai colocar todas as grandes casas umas contra as outras. Enquanto na muralha, os patrulheiros precisam lidar com mortos andantes, lá longe, no leste, Daenerys Targaryen está a espera de um filho, mas seu marido acaba sendo envenenado por vingança devido a destruição e morte causada por seu khal. Sozinha, sem khalasar, a princesa só tem seus ovos agora e o nascimento de três dragões em mais de um século faz nascer também uma nova Daenerys, pronta para reivindicar o que é seu por direito.

Eu amei todas os volumes dessa graphic novel e a história tem um excelente final neste volume 4. As ilustrações continuam sendo lindas (o que me incomodou foram certos traços dados aos personagens que faziam-nos ficar o tempo todo com cara de raiva, até mesmo quando, pela história, o sentimento passado era outro). Esse último volume fecha com chave de ouro a adaptação do primeiro livro d’As crônicas de gelo e fogo. Muito recomendado.

19 de out. de 2020

Sombras e segredos (Kieron Gillen) – DLS 2020


Título: Sombras e segredos
Autor: Kieron Gillen
Mês: Outubro
Tema: Um livro recomendado por um booktuber
Editora Panini, 164p.

Depois de descobrir a identidade do piloto responsável pela destruição da Estrela da Morte e que o imperador mentiu para ele, a caçada a Luke Skywalker se transforma em algo pessoal para Darth Vader. Para isso, ele conta com os serviços do caçador de recompensa Boba Fett e da arqueóloga Doutora Aphra. No meio do caminho, Darth Vader precisa lidar com seus rivais, escolhidos pelo imperador para duelar pela posição de seu aprendiz.

Esse é o Livro 2 que engloba os volumes 7 a 12 das HQs de Darth Vader. Eu já tinha visto muitos canais no youtube falando das Hqs de Star Wars, alguns utilizam as hqs para falar das teorias, outras são resenhas, mas eu escolhi esse canal do Comicstorian porque esse faz uma leitura dramática da história em questão, o Livro 2 da Hq de Vader, que fala dos acontecimentos entre os episódios IV e V.



E foi por isso que me animei a comprar as Hqs de Vader, porque depois das prequels e de toda a crítica e do ódio gratuito contra os filmes, eu me afastei de tudo relacionado a saga. Completamente indicados, tanto a Hq quanto o canal.

16 de out. de 2020

A torre negra (C.S. Lewis) – DLL 2020


Título: A torre negra e outras histórias
Autor: C.S. Lewis
Mês: Outubro
Tema: Um livro de autor irlandês
Editora Planeta, 238p.

Cinco homens se reúnem no escritório de Orfeu, na Universidade de Cambridge, para testemunhar a violação do espaço-tempo por meio do cronoscópio, um telescópio que não olha apenas para um outro mundo, mas para outras dimensões. Ao longo das narrativas, seus personagens travam debates brilhantes sobre a matéria, no tempo e no espaço.

Confesso que, como os outros livros dessa série de C.S. Lewis, eu fiquei bem confusa durante a leitura e tive que ler bem devagar. Logo no prefácio, existe a explicação do que se trata esse livro: ele se origina de um esboço do que seria um quarto livro da Trilogia Cósmica. Walter Hooper, secretário de Lewis, ficou com os papéis que o irmão de Lewis iria se desfazer quando de sua morte, e acabou encontrando o manuscrito inacabado. O livro traz 6 contos, e como são curtos, acabam colocando a nossa imaginação para trabalhar. Mesmo não sendo fã dessa trilogia, ao final de cada história, eu me via esperando mais, o que sempre é bom. Recomendo.

14 de out. de 2020

Pato Donald Perdido nos Andes (Carl Barks) – DLL 2020


Título: Pato Donald: Perdido nos Andes
Autora: Carl Barks
Mês: Outubro
Tema: Um livro que lembre sua infância
Editora Abril, 240p.

Sinopse: De 1942 a 1966, Carl Barks foi o mais prolífico e adorado roteirista e desenhista das histórias do Pato Donald, Tio Patinhas e demais habitantes de Patópolis. PATO DONALD POR CARL BARKS: PERDIDOS NOS ANDES é o primeiro lançamento de uma série de volumes dedicados a recuperar a obra de Barks, com cores restauradas de acordo com a paleta de época, letreiramento que reproduz o trabalho do autor e de sua esposa Garé Williams e textos explicativos inéditos com informações nunca antes compiladas. Com papel de miolo offset que simula a textura das publicações originais, 200 páginas e acabamento em capa dura.

Esse livro é ótimo. Fazia tempo que eu andava doida pra comprar os livros dessa coleção, e desde que a editora Abril declarou falência, estava sendo difícil achar esse que é o primeiro volume. Gostei da forma como dividiram as histórias Aventuras, Histórias curtas, As piadas), além de trazer as capas originais e pequenos textos que falam das origens delas. O volume é um primor, digno de qualquer colecionador da Disney. Além do mais, eu cresci lendo histórias do Donald, Tio Patinhas e companhia, então gostei muito de reler algumas delas. Muito recomendado.

12 de out. de 2020

Os elefantes não esquecem (Agatha Christie) – DLL 2020


Título: Os elefantes não esquecem
Autora: Agatha Christie
Mês: Outubro
Tema: Um livro de suspense ou terror
Editora Nova Fronteira, 163p.

A escritora de livros policiais Ariadne Oliver está participando de um evento quando uma mulher que ela não conhece começa a questioná-la sobre a morte dos pais de sua afilhada Celia Ravenscroft. Há quatorze anos atrás, o casal foi encontrado morto no penhasco perto da casa onde moravam, depois de anos vivendo fora da Inglaterra. O que se sabe pela polícia é que foi um pacto suicida, apesar de outras pessoas acharem que um matou o outro e depois se matou. De qualquer forma, foi um acontecimento intrigante que deixou dúvidas no ar, e agora, anos depois, Ariadne decide pedir ajuda de Hercule Poirot para solucionar o caso de uma vez por todas.

Mais uma vez um livro de Agatha Christie me pega de surpresa. Sempre quando eu acho que é uma coisa, Hercule Poirot aparece com uma solução que diverge completamente do que eu imaginava. Foi, até agora, um dos livros que mais me surpreendeu, o suspense sobre as mortes ela sempre constrói de uma maneira que enquanto são descritas as coletas de dados, parece que seu cérebro vai dar nó e você mistura tudo, até no final tudo aparecer claro como água. Livro muito recomendado.

9 de out. de 2020

Emily de lua nova (Lucy Maud Montgomery) – DLL 2020


Título: Emily de lua nova
Autora: Lucy Maud Montgomery
Mês: Outubro
Tema: Um livro que tenha criança como personagem principal
Editora Pedrazul, 295p.

Emily Starr é uma menina muito criativa. Dona de um sorriso cativante, ela sempre tem uma resposta na língua (mesmo que nunca fale alto). Órfã de mãe, Emily fica mais sozinha quando seu pai morre, e no dia do enterro conhece os parentes de sua mãe, os Murrays, que nunca aprovaram sua fuga para casar com Douglas Starr. A educação e os cuidados de Emily agora recaem sobre Elizabeth, irmã de sua mãe, e a menina passa a morar em Lua Nova, onde ela vai fazer novos amigos e começar a perceber que sua vida ainda pode ser boa.

Esse livro foi uma delícia de ler. Eu estava esperando uma nova Anne de Green Gables, e existem sim algumas semelhanças (como Anne, Emily é órfã, ambas tem um modo diferente de ver as coisas, tem habilidades de escrita,...), mas não tem nada a ver uma história com a outra. Eu gostei muito da leitura, é prazerosa e flui, mesmo quando a autora discorre longamente sobre a natureza que cerca Lua Nova (mas isso dá para entender, Emily tem uma imaginação forte, então a autora descreve a partir dos pontos de vista de sua personagem de mente fértil. Às vezes, eu fico pensando se Montgomery criava personagens com essa característica em particular só para que ela pudesse fazer esse tipo de descrição, ou se a característica da personagem era uma consequência de seu gosto próprio em longas descrições). Livro muito recomendado.

7 de out. de 2020

A mais bela de todas (Serena Valentino) – DLL 2020


Título: A mais bela de todas
Autora: Serena Valentino
Mês: Outubro
Tema: Um livro de capa preta
Editora Universo dos Livros, 208p.

A Rainha nem sempre foi uma rainha. Filha do melhor artesão de espelhos do reino, ela é escolhida pelo rei para ser sua esposa devido a sua beleza. Sua mãe havia sido uma mulher muito bela, e a Rainha, que achava que não era bonita igual a mãe, acaba ficando obsessiva com essa questão. Sua aparência e sua condição de “ser bela” se torna uma preocupação constante, mas mesmo assim seu casamento lhe revela alegrias. O rei a ama, Branca de Neve a trata como mãe, mas a obsessão em ser a mais bela de todas começa a coloca-la contra sua família. Tudo piora quando chegam as três irmãs estranhas do rei e incitam a Rainha a se envolver com a magia e aprender como chamar o Escravo no espelho, presente dado pelo rei. A partir daí, as coisas começam a piorar completamente até a Rainha se transformar na Bruxa Má.

Mais um livro dessa série ótima que fala das histórias que todos conhecemos do ponto de vista dos personagens bons. Dessa vez, foi a história da Rainha Má, que envenena Branca de Neve com ciúme de sua beleza. Devo dizer que o conto de Branca de Neve e os sete anões nunca esteve entre os meus favoritos, mas depois de Malévola, esse foi o livro da série que mais gostei.
Incrível como em um livro que se dedique a explorar um outro lado de um conto de fadas, encontremos questões com as quais as mulheres sempre se deparam: a questão de ser bela a qualquer custo (a loucura que se apossa da Rainha e os crimes que ela comete em função dessa busca), o machismo em negar um nome a uma mulher e fazê-la ser algo em função de um homem (a Rainha não tem nome, e só passa a ter importância depois que se torna rainha em função do casamento com o rei)... Adorei, recomendadíssimo.

25 de set. de 2020

Lendo o Brasil: RORAIMA - Livrinho da silva (Aldenor Pimentel)

Um livro bem curtinho, que traz 24 contos, alguns tendo sido premiados em concursos literários. Li em uma poucas horas, vale a pena, valeu a pena para dar uma desestressada das outras leituras mais “pesadas” dos outros desafios. Recomendo.


Sinopse: Livrinho da Silva traz mais de vinte contos que se desenvolvem em torno do universo da leitura, do livro, da figura do escritor, da experiência da escrita, etc. Podem ser histórias de vidas transformadas a partir do contato com o livro e da experiência da leitura ou que lancem novos olhares sobre a presença do ler e do escrever na nossa vida.

Editora Catarse.
72 páginas.

23 de set. de 2020

198 livros: CORÉIA DO SUL - Por favor, cuide da mamãe (Kyung-sook Shin)

Sinopse: Park So-nyo, 69 anos, mãe de cinco filhos, desapareceu. Ao chegar a Seul para visitá-los, saindo de sua aldeia com o marido, com quem é casada há mais de 50 anos, ela é deixada para trás em meio à multidão em uma plataforma da estação de metrô. Como fez a vida toda, ele simplesmente supôs que a esposa o seguia. Essa é a última vez em que Park é vista. Começa então a procura, liderada pelos filhos e o marido, que se transforma em uma exploração emocional repleta de remorso e marcada pela triste descoberta de uma mulher que ninguém nunca conheceu. Narrado pelas vozes de uma filha, de um filho, do marido e da própria mulher desaparecida, Por favor, cuide da Mamãe é, ao mesmo tempo, um retrato da Coreia do Sul contemporânea e uma história universal sobre família e amor.


Ninguém consegue decidir qual foto de Mamãe você deve usar. Todos concordam que deve ser a mais recente, mas ninguém tem uma foto recente dela. Você lembra que em determinado momento Mamãe começou a detestar que a fotografassem. Fugia até dos retratos de família.

Eu fiquei meio perdida com esse livro. Não me leve a mal, eu gostei muito, porque mostra uma visão emocionante sobre uma família, sobre conhecer quem faz parte dela. Geralmente quando posto a sinopse oficial ao invés de escrever uma minha, é porque eu já reescrevi a minha várias vezes e nunca fica boa pela quantidade de spoiler da história que eu acabo dando, e isso só me acontece quando eu pego um livro MUUUUITO bom. Gostei do fato de que é um narrador para cada capítulo do livro (ele tem só cinco capítulos); outra coisa muito boa é que não se endeusa a mãe (o que podia acontecer, já que ela está desaparecida), ela é mostrada como um indivíduo com tudo que isso implica, e mostra muito bem a preocupação dos filhos. Livro muito tocante, completamente recomendado.

Editora Intrínseca.
240 páginas.

21 de set. de 2020

O homem que buscava sua sombra (David Lagercrantz) – DLS 2020



Título: O homem que buscava sua sombra
Autor: David Lagercrantz 
Mês: Setembro 
Tema: Um livro muito criticado 
Editora Companhia das Letras, 360p. 

Por seu envolvimento nos acontecimentos sobre o assassinato do professor Frans Balder, Lisbeth Salander tem que cumprir dois meses de prisão e vai parar na cadeia com as prisioneiras mais perigosas do país. Depois de falar com seu antigo guardião, Palgrem, ela acaba ficando desconfiada sobre antigos documentos que falavam de um tipo de experimento realizado com gêmeos (que tem a ver com ela e sua irmã e muitos dos seus traumas de infância). Ao mesmo tempo em que Lisbeth tenta libertar uma jovem detenta que sobre abusos e violência na cadeia, ela entra em contato com Mikael Blomkvist para tentar desvendar mais mistérios de seu passado. E é aí que entra o nome de Leo Mannheimer, cuja própria história é um caso à parte... 

Eu não fazia muita ideia de qual livro escolher para esse tema do desafio, porque na minha cabeça, “livro muito criticado” era “livro proibido ou banido”, e das várias listas sobre esse tema eu já tinha lido alguns e não queria ler outros por falta de afinidade. Então fui atrás das séries que me faltam terminar e de resenhas sobre os livros e vi que esse quinto da série Millennium (e segundo escrito por David Lagercrantz, que “substituiu” Stieg Larsson na continuação da série) foi um livro bastante criticado. 
Na verdade, as críticas sobre a história não focar mais em Lisbeth e Mikael já vem do quarto livro (e primeiro de Lagercrantz), e comparando com o último livro da série, este me pareceu o segundo mais criticado. E as resenhas sempre falando a mesma coisa: seja achando a história boa ou ruim, o foco está sempre no fato de que o enredo pode até girar em torno de acontecimentos relacionados a Lisbeth e Mikael, mas eles mesmos acabam não aparecendo muito na ação da história. 
Agora, sobre a história. Sim, o livro começa com Lisbeth, Mikael se envolve na investigação, ambos tem papéis que “movimentam” a história, mas eu comecei a entender as críticas, porque mesmo que tudo comece com Lisbeth e uma parte central do enredo seja sobre ela, o autor acaba dando mais destaque as pessoas que fazem parte dos segredos a serem desvendados, e a ação é pouca, mesmo Lisbeth estando envolvida nela. Além disso, eles adicionaram uma história à parte (do Leo Mannheimer) que mesmo tendo ligação com a história de Lisbeth, ainda assim se transformou em uma história separada, digamos assim. 
O que me deixou surpresa foi que existem manuscritos deixados por Larsson que Lagercrantz escolheu não utilizar (e saber disso me lembrou tanto Star Wars e o fato de que não utilizaram as ideias do Lucas pra trilogia sequel, e agora até rumor que essa trilogia deixaria de ser cânone surgiu, o que me enlouqueceu, mas voltando...) e isso acaba sendo decepcionante, porque não tem problema o novo autor querer colocar suas próprias ideias, mas precisa ter consciência de que tudo começou com outra pessoa. Enfim. Não achei o livro decepcionante, mas concordo que Lisbeth está bem diferente da trilogia original; não desmerece a história, mas se entende as críticas. Mesmo assim, recomendo.

18 de set. de 2020

A garota na teia de aranha (David Lagercrantz) – DLL 2020


Título: A garota na teia de aranha
Autor: David Lagercrantz
Mês: Setembro
Tema: Um livro de autor sueco
Editora Companhia das Letras, 472p.

O professor Frans Balder é um gênio da informática. Ele deixa seu trabalho para trás e vai em busca do filho August, em Estocolmo, após anos de negligência parental. Ele sempre só pagava pensão para o menino, que ficava com a mãe, uma atriz em decadência, e seu novo parceiro. Á medida que convive com o menino, Frans percebe que o filho sofreu maus tratos, e que August, apesar de sua doença mental severa, também tem uma capacidade intelectual imensa. Enquanto isso, Mikael Blomkvist esá passando por uma crise em sua carreira, sofrendo críticas sem fim. A própria Millenium não está passando por bons momentos também. Lisbeth Salander, ao hackear um órgão do governo americano, descobre a existência de Frans Balder, o qual está correndo grave perigo. Mas, envolvido com as descobertas sobre a doença do filho, ele nega toda ajuda. Até ser assassinado, mas como seu “desaparecimento” não tinha sido explicado por ninguém, as pessoas não sabiam de seu filho. August, agora testemunha do assassinato do pai, está correndo risco, ainda mais porque consegue retratar o momento do assassinato em seus desenhos. É aí que Lisbeth entra em cena, pois Mikael, com quem Frans tinha combinado se encontrar na noite em que morreu, meio que testemunha o crime, e ele pede ajuda dela, lançando ambos em uma caça que envolve muito mais que a simples morte de um professor.

Quando eu peguei esse livro para ler, fiquei com um pé atrás. Na primeira vez que soube dele, eu já fiquei na duvida, porque sabia que o autor era falecido e não sabia se e que ele tivesse deixado algum manuscrito para ser publicado postumamente. De qualquer forma, era sobre Lisbeth Salander e essa personagem não precisou de três livros para se transformar em uma das minhas heroínas literárias favoritas (depois do primeiro livro, eu já a idolatrava). De certa forma, dá para perceber a diferença na escrita, como se os personagens tivessem mantido sua essência, mas sem aquele ritmo frenético que caracterizava ambos. Eu atribui isso ao fato de que a trilogia original contava a história de Lisbeth então ela tinha que aparecer mais. Diferentemente dessa história, onde o foco é outro personagem, mas Lisbeth e Mikael desempenham um papel crucial no desenvolvimento dos acontecimentos. Para um livro escrito por outra pessoa, está muito bom.

16 de set. de 2020

Alcatraz conta os ossos do escrivão (Brandon Sanderson) – DLL 2020


Título: Alcatraz contra os ossos do escrivão
Autor: Brandon Sanderson
Mês: Setembro
Tema: Um livro lançado antes de 2016
Editora Benvirá, 288p.

Alcatraz está no aeroporto esperando o avô quando percebe que os bibliotecários do mal estão lá procurando-o. Ele consegue fugir graças a ajuda de uma nave de vidro em forma de dragão, de Bastilha e alguns membros de sua família, e descobre o motivo do atraso de seu avô. Então, Alcatraz decide ir em busca do vovô Smedry e faz com que todos partam em direção à antiga Biblioteca de Alexandria, onde eles terão que escapar da seita Ossos de Escrivão, que deseja destruir sua família, e enfrentar os curadores da biblioteca que sugam as almas dos que entram no lugar em busca de conhecimento. A surpresa real fica para quando Alcatraz descobre a quem pertence uma das almas do lugar...

O segundo livro da série de Brandon Sanderson conseguiu me chamar mais a atenção do que o primeiro, talvez pelo fato de eu já estar familiarizada com algumas das palavras esquisitas presentes no mundo de Alcatraz hahahaha A história é legal, li em dia porque não consegui largar e gostei bastante da surpresa no final. Infelizmente, esse é mais um dos livros que me deixou ansiosa pela continuação, mas que eu terei que ler os restantes em inglês já que nunca vi nenhum pronunciamento da editora sobre os livros seguintes. Não vejo a hora de ver como vai ser quando o menino e seu pai puderem se sentar para conversar sobre tudo. Recomendo.

14 de set. de 2020

Turma da Mônica Tauó (Maurício de Sousa) – DLL 2020


Título: Turma da Mônica Tauó
Autor: Maurício de Sousa
Mês: Setembro
Tema: Um livro nacional
Editora Panini, 84p.

Sinopse: Tauó, também conhecida Berro nas Estrelas a série de filmes preferida do Cascão. No Episódio Um, A Amassada Fantasma.No Episódio Dois, O Ataque dos Cones. No Episódio Três, eles vão em uma convenção. Na história Trilogia Clássica, Cascão faz muitos trabalhos para conseguir dinheiro e comprar uma caixa da série.

Desde que vi que o Maurício de Sousa tinha adaptado as histórias de Star Wars para os gibis da Turma da Mônica, comecei a procurar para colecionar. E eis que encontro. Turma da Mônica Tauó, que faz referência os filmes das trilogias original e prequel, sendo Cascão o grande nerd fã dos filmes. O gibi é divertidíssimo, porque mostra Cascão como um verdadeiro fã (só dá pena porque é o Cebolinha que se dá bem kkkkkkk). Uma graphic novel muito divertida, recomendada para todo fã de Star Wars e da Turma da Mônica.

11 de set. de 2020

Secretariat & Seabiscuit – DLL 2020


Título: Secretariat & Seabiscuit: the history of America’s most famous horses
Mês: Setembro
Tema: Livro que tenha animais como protagonistas
Editora Createspace Independent Publishing, 132p.

[…] Seabiscuit, the horse who rose to fame the hard way, yesterday turned in the finest performance of his long and varied career […]

After his record-setting Belmont stakes triumph, there was no more famous athlete in the world than Secretariat – man, beast or machine. […]

Sinopse: Americans have always loved animals, and those living prior to World War II were still close enough to their pioneer roots to feel a special affection for horses. After all, it was these noble animals that had carried soldiers and pulled plows and milk wagons alike. A horse was more than just a pet; it was a partner in the fight for survival. Just as many Americans had known special, unforgettable individuals, so they had known special horses. Seabiscuit was one of these, and even the animal's name spoke to the heart of those struggling. A sea biscuit was a piece bread baked for so long in such a low oven that it was completely dry and would never mold. It was so tough that it had to be soaked in water, sometimes even rainwater, before it could be eaten. But it was nutritious and would allow a sailor to do his duty for one more hour, helping keep him alive until he reached a safe harbor. Seabiscuit was in many ways like his cracker namesake, for he was cultivated in many small races until he was ready for the big league. He was also at his best when soaked in the affection and attention given to him by his owners, trainer, and jockeys. Most of all, his wins and even his losses came to nourish a desperate nation and inspire its citizens to keep going until they reached a safer harbor of financial stability. He was also a friend, an inspiring leader who would rank in popularity and respect along with men like Roosevelt and Churchill. It is possible, perhaps even likely, that had he been born in another place and time, his name might never have been known outside of the racing world, but as one Horatio Alger story appealing to a nation full of them, his name became a household word and helped secure him a legacy as perhaps the most famous horse in history. Unlike other previous heroes like Seabiscuit, Secretariat's fame is based not on the way in which he overcame long odds against him but in the way that he and his trainers made the very most of the advantages he had from birth. Won by his owner in a lucky draw, he was cherished even before he was born and spent the first year of his life happily trotting around the green fields of a Virginia farm. As he grew up, he enjoyed the best food, care and training money could buy, and in return he learned to run, first fast and then faster, as it slowly dawned on his growing audience that they were in the presence of greatness. His career was short lived but full of glory, as he won nearly every race he ever ran. Of course, the peak of his career came in 1973, when he capped off a Triple Crown by shattering the track record at the Belmont Stakes on the way to winning by 31 lengths, a margin of victory that was never replicated. As he marveled at the performance, CBS announcer Chic Anderson couldn't help but gush, "Secretariat is widening now! He is moving like a tremendous machine!" Everyone the least bit familiar with horseracing has seen clips of Secretariat, and by the time Secretariat retired, he had won 16 of the 21 races he ran and only placed outside of the Top 3 once. Along the way, he ran at many race courses like Laurel, courses that most people don't remember, places where once full parking lots are now overgrown with weeds and where once glorious tracks are now being covered over with new construction. But while these courses may be nearly forgotten, Secretariat never will be. Seabiscuit and Secretariat: The History of America's Most Famous Horses looks at the life and career of two of the world's most famous horses. Along with pictures of important people, places, and events, you will learn about Seabiscuit and Secretariat like never before.

A única coisa que eu sei de corrida de cavalo é o que eu aprendi em filmes, especificamente nos filmes sobre Secretariat, Seabiscuit e Ruffian (todos animais americanos que venceram grandes corridas e por um motivo ou outro viraram lenda. Esse livro não fala sobre Ruffian, uma égua que tinha grande potencial mas que teve que ser sacrificada e cuja morte os fãs desse mundo de corrida lamenta até hoje, só citei como exemplo). Apesar de trazer biografias curtas, esse ebook, dividido em duas partes, faz uma bela descrição das vidas de Seabiscuit e Secretariat, dois cavalos de corrida que capturaram a imaginação dos americanos: o primeiro porque representou esperança na época da Grande Depressão, o segundo porque alcançou uma marca de corrida que até hoje nenhum outro cavalo conseguiu reprisar. Valeu muito a pena a leitura, porque eu sempre gostei dos filmes e o ebook trouxe mais informações sobre o que eu já conhecia.

9 de set. de 2020

Texts from Jane Eyre (Mallory Ortberg) – DLL 2020


Título: Texts from Jane Eyre: and other conversations with your favorite literary characters
Autora: Mallory Ortberg
Mês: Setembro
Tema: Um livro de cor amarela
Editora Henry Holt & Company, 226p.

Aquiles: “ESTOU CHEIO DE HONRADA FÚRIA”

Rei Midas (não fala nada porque é uma pedra de ouro)

Rei Lear: “Ok quem quer um reino
Eu, eu quero”

Sinopse: Hilariously imagined text conversations―the passive aggressive, the clever, and the strange―from classic and modern literary figures, from Scarlett O'Hara to Jessica Wakefield Mallory Ortberg, the co-creator of the cult-favorite website The Toast, presents this whimsical collection of hysterical text conversations from your favorite literary characters. Everyone knows that if Scarlett O'Hara had an unlimited text-and-data plan, she'd constantly try to tempt Ashley away from Melanie with suggestive messages. If Mr. Rochester could text Jane Eyre, his ardent missives would obviously be in all-caps. And Daisy Buchanan would not only text while driving, she'd text you to pick her up after she totaled her car. Based on the popular web-feature, Texts from Jane Eyre is a witty, irreverent mashup that brings the characters from your favorite books into the twenty-first century.

Hamlet: “Ei garoto, você vem jantar
Vai se danar”

Jane Eyre: “JANE, MEU PEQUENO RAIO DE SOL, ONDE VOCÊ ESTÁ, PRECISO DE VOCÊ DO MEU LADO
Vou dar uma volta, volto para o jantar”

Escolher um livro para esse tema foi uma dificuldade, simplesmente porque quase não tenho livros de capa amarela. A sorte que eu achei esse ebook numas das minhas várias passadas pela Amazon, e mesmo relutante, acabei comprando.
Essas conversas são hilárias. Essa é a primeira coisa que eu devo dizer sobre o livro. Esses trechos são somente de algumas, mas tem muito mais: de Emma, de Orgulho e Preconceito, várias outras de Hamlet, Moby Dick, O morro dos ventos uivantes, As mulherzinhas, O grande Gatsby, Jogos vorazes, Harry Potter e por aí vai. Valeu cada minuto divertido de leitura.