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4 de nov. de 2019

A vida de C.S. Lewis (Robert MacSwain e Michael Ward) – DLL 2019


Título: A vida de C.S. Lewis: além do universo mágico de Nárnia
Autores: Robert MacSwain e Michael Ward
Mês: Novembro
Tema: Que está na sua estante há mais de 3 anos
Editora Martins Fontes, 440p.

Sinopse: Por mais de meio século, C. S. Lewis vem alimentando a imaginação de milhões de pessoas em todo o planeta com seu fantástico mundo de Nárnia. Para celebrar o 50º aniversário de sua morte, o dr. Alister McGrath reconta a vida deste que é considerado um dos maiores escritores do século XX.
Em A vida de C. S. Lewis: Do ateísmo às terras de Nárnia, McGrath apresenta um panorama abrangente e fascinante da trajetória de um pensador profundamente original e que se tornou fonte de inspiração para crianças e adultos em todo o mundo.

Os Inklings originais eram um grupo de estudantes de graduação que se reuniam no alojamento de Edward Tangye Lean (1911-1974) — irmão mais novo de David Lean, o futuro diretor de cinema — no University College, para ler textos inéditos que depois eram discutidos e criticados. Lean, que iniciou e organizou o grupo, escolheu o termo Inklings para sugerir a ideia de ocupar-se com a redação de textos. Lewis e Tolkien foram ambos convidados a frequentar essas reuniões, nas quais predominavam alunos de graduação. Quando Lean deixou Oxford em junho de 1933, o grupo foi desativado.

Um dos melhores livros do ano e a melhor biografia sobre C.S. Lewis que eu já li. O autor entra em detalhes de forma magistral, sem que a narrativa fique cansativa ou muito “lotada”. Cada capítulo é um aprendizado sobre a vida de Lewis, que me fizeram descobrir coisas que nem imaginava (principalmente sobre Joy Davidman e Mrs. Moore) e lembrar de fatos da vida dele que eu já havia esquecido (como se deu sua morte). As descrições dos momentos de sua vida e o contexto em que foi lançado cada um de seus livros prendem a atenção. Valeu cada minuto da leitura, recomendo completamente.

3 de dez. de 2011

Harry e seus fãs de Melissa Anelli– DL 2011


Tema: Lançamentos do ano

Mês: Dezembro de 2011 (Livro II)

Título: Harry e seus fãs: a verdadeira história de um menino-bruxo, seus leitores e os detalhes da vida dentro do fenômeno Harry Potter

Autor do livro: Melissa Anelli

Editora: Rocco

Nº de páginas: 367

Sinopse: Os bastidores do fenômeno Harry Potter, contado por quem entende a magia causada pela chegada do bruxinho à vida de centena de milhares de pessoas. Na obra, entre outras façanhas, a autora conseguiu uma longa entrevista com a criadora (J. K. Rowling) do bruxinho em 2005, deixando centenas de jornalistas ao redor do mundo com inveja. O livro traz um caderno de fotos e tem prefácio assinado pela própria J. K. Rowling. A jovem fã Harry Potter descreve o encantamento provocado pelo maior fenômeno literário de todos os tempos, revive grandes momentos e lista informações exclusivas e detalhadas, que aproximam ainda mais o leitor ao personagem.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… o título. Apesar de o desenho ser legal, desde que eu soube do que se tratava, fiquei louca pra comprar, independente de como a capa seria.

Eu escolhi este livro porque… é o primeiro livro em português escrito por uma fã de Harry Potter que é, realmente, uma fã ardorosa. Porque existem livros que analisam a série, mas eu sempre senti falta daquela paixão que caracteriza alguém que está escrevendo um livro sobre um autor por quem se é completamente louco. Você percebe de cara isso.

A leitura foi… maravilhosa. O livro é exatamente o que está na sinopse: “Os bastidores do fenômeno Harry Potter, contado por quem entende a magia causada pela chegada do bruxinho à vida de centena de milhares de pessoas.” Melissa escreve exatamente o que todo fã gostaria de expressar no papel. Adorei saber mais sobre Harry and the Potters (uma banda de rock inspirada na série), adorei saber o s bastidores de vários eventos criados por fãs e de cada premier dos filmes, gostei de saber como o Leaky Cauldron (um site sobre Harry Potter muito famoso) funcionava, amei quando ela relata que teve a incrível sorte de conhecer alguns autores e principalmente fiquei felicíssima (e morrendo de inveja também) quando li sobre ela conhecendo JKR e quando a autora quis conceder a ela as entrevistas que Melissa descreve no livro. Quer dizer, Melissa já havia falado com a agente de Rowling pedindo uma chance de entrevistá-la. E o que ela recebeu de resposta foi, às vésperas do lançamento de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, a própria Jo ligando pra ela perguntando se Melissa poderia ir a Edimburgo entrevistá-la. Morri aqui mesmo. Eu praticamente parei nessa parte do livro pra saborear cada instante que ela descreve do encontro com a autora e me imaginei no lugar dela (como eu queria isso). Antes eu ia ler esse livro primeiro, mas depois pensei em ler por último. Fechando o Desafio Literário 2011 com chave de ouro.

O personagem que eu gostaria de ter entendido (sim, isso mesmo) foi Laura Mallory. De vez em quando a gente lê por aí que alguém considera determinado livro uma obra satânica. Eu soube dessa mulher faz um tempo. Uma americana que foi pra justiça exigir que os livros de JKR fossem retirados da biblioteca escolar de seu filho porque considerava que as obras estimulavam a prática da bruxaria. Na conversa que Melissa teve com ela, Laura expõe seus motivos e explica o caso. Mas eu ainda assim fiquei meio leza, atordoada e exasperada, até porque durante as explicações ela nunca dava motivos plausíveis. Claro, as pessoas gostam e desgostam do que querem, mas ainda assim. Parecia que uma hora ou outra Laura iria cair em contradição. Pior de tudo: ela nunca leu os livros. Pensa no tipo de crítica, totalmente sem fundamentos.

O trecho do livro que merece destaque: são dois trechos.
Apesar das várias teorias, uma coisa que sempre me impressionou na série Harry Potter e que eu sempre tive como acima de todas as outras questões dos livros foi essa: a mãe de Harry se sacrificou por ele. Se ela não tivesse feito isso, a história seria totalmente diferente. Essa pra mim é a questão principal do livro, na qual todo o resto se baseia: o sacrifício de uma mãe por um filho. Então preste atenção nesse trecho, parte da conversa entre Laura Mallory e Melissa (pra embasar suas críticas ridículas a série, Laura fez um vídeo que se referia, dentre outras coisas, ao sacrifício de Lilian Potter como um sacrifício a magia da deusa, relacionando ao culto wiccanno, e comparando a euforia dos fãs por um novo livro com o vício das drogas): “O sacrifício da mãe de Harry é retratado nos livros como um instrumento do bem e do poder do amor, e o vídeo do qual Laura Mallory extraiu sua missão é concebido para nos fazer crer que tal sacrifício é mau e errado, porque tira de Jesus o papel patriarcal de Salvador da Humanidade.”
???????????????? O sacrifício de uma mãe por um filho, MAU E ERRADO?????????? De que planeta essa mulher veio? Como ela pode simplesmente pensar numa coisa dessa? Se fosse um homem fazendo isso, não seria MAU E ERRADO??? Depois que ler essa parte, tive que parar, respirar e ler de novo. De tão chocada que eu fiquei. Agora, só de ler pra escrever aqui, fico me tremendo toda de raiva dessa mulher. O que ela falou só serviu pra levantar um questionamento na minha cabeça: será que, por ser MAU E ERRADO, ela deixaria seu filho morrer ao invés de se sacrificar por ele? Senhor, graças a Deus ela não é minha mãe.
O segundo trecho diz respeito ao momento em que Melissa perguntou por quê ela nunca havia lido os livros (nessa hora, você vê que Melissa ainda tinha um fio de esperança de fazer a mulher mudar de idéia, pensando que se ela lesse os livros, ela entenderia o contexto). A resposta de Laura: “Eu disse: ‘Senhor, eu preciso ler esses livros porque as críticas são inacreditáveis, e como posso fazer o que estou fazendo e não ler os livros?’ Ele sempre me respondeu: ‘Não os leia. Não quero que você sofra a influência desses livros. Há uma missão demoníaca nesses livros’, e foi o que Ele sempre me mostrou.”
Quer dizer...?????????????????????????????????????????????? Deus a mandou não ler os livros??? Sério mesmo??? Nessa hora, eu desatei na gargalhada (pior, no meio do shopping, esperando pra começar a sessão de Amanhecer parte 1). Quem passava do meu lado só me olhava como se eu fosse demente.
Ainda existem outros trechos memoráveis, bons (quando Melissa descreve seu primeiro contato com JKR) e maus (todos dizem respeito à conversa com Laura Mallory. Se você acha que os trechos selecionados acima são ruins, se enganou. Existem comparações piores que a louca faz e que só de me lembrar me deixam louca de raiva).

A nota que eu dou para o livro: 5 (10000000000000000000)

William & Kate de – DL 2011


Tema: Lançamentos do ano

Mês: Dezembro de 2011 (Livro I)

Título: William & Kate: uma história de amor real

Autor do livro: James Clench

Editora: Globo

Nº de páginas: 207

Sinopse: Os súditos da rainha da Inglaterra têm enorme curiosidade de saber o que acontece nas salas do palácio real. E, agora, as atenções estão voltadas para o casamento de William, primogênito do príncipe Charles e da princesa Diana, com Kate Middleton – cujo nome de batismo é Catherine Elizabeth. Coincidência com o nome da rainha? O enredo desse romance está em William & Kate – uma história de amor real.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… na realidade, nada, porque a maioria das capas de livros sobre o casamento de William e Kate, em inglês ou português ou qualquer idioma só tinha uma foto “oficial” do compromisso deles, de quando eles anunciaram o noivado.

Eu escolhi este livro porque… era uma biografia deles que eu queria ler. Não me considero uma “Royal watcher”, mas gosto da história da Inglaterra. E é isso que o Príncipe William é, e agora Kate Middleton, ou Duquesa de Cambridge, também é. A maioria das biografias da realeza britânica está em inglês, então foi ótimo encontrar uma em português (apesar de que esse livro mais repete a história do casal que se leu no DailyMail durante todos esses anos do que outra coisa. E a história também é muito resumida).

A leitura foi… legal, apesar de, como eu já disse, parecer que eu estava lendo algum artigo um pouco acima da média do DailyMail (parece que as fontes do autor fôramos artigos desse jornal, que diga-se de passagem, às vezes são bem mixurucas). Tem umas partes bem legais, bem escritas e é recheado de fotos (mesmo que a maioria delas tenha sido postada e publicada em vários sites na internet e no youtube, que eu já estou cansada de ver). Mas.... A leitura é indicada porque dá um panorama básico (porque o grosso da história mesmo, o que levou as pessoas a tomarem certas decisões, a gente nunca vai saber) do romance dos dois. Também é bom porque percebe-se que nem tudo que é considerado de “conhecimento geral” é mentira, mesmo que os “porquês” o leitor nunca vá saber.

O personagem que eu gostaria de ter entendido (apesar de não ser exatamente essa a palavra) foi a própria Kate. Nem sei explicar direito, mas é mais ou menos isso: ela se formou, mas nunca trabalhou. Todos sempre fizeram parecer que ela estava esperando um anel de compromisso que nunca vinha. Enquanto isso ficava meio... Entendo que é a família real, é uma grande pressão, o príncipe tinha que ter certeza e não ia guiar suas ações de acordo com as piadas imbecis da imprensa (como infelizmente sua mãe fez), mas 9 anos de namoro é muito tempo. È uma das coisas que eu gostaria de saber: como ela preencheu seu tempo (além de festas beneficentes e férias), porque ela agüentou tanto tempo, e principalmente de onde ela tirou coragem pra isso. Porque tem que ter coragem pra fazer parte de uma família real: você ganha bastante, mas perde muito mais. É o tipo de coisa que só vive bem quem nasceu ali (claro, existem exceções).

O trecho do livro que merece destaque: ”William e seus companheiros tiveram a honra de ser inspecionados pela rainha. Sua Majestade parou na frente do neto e murmurou algumas palavras que o fizeram sorrir. Mas ela não fez a pergunta que estava na cabeça de todos: ‘Quando de casará com aquela garota?’.”
Quer dizer, quanta petulância. Como assim o escritor acha que sabe o que a rainha estava pensando? Essa parte merece destaque porque é ridícula. Claro, como escritor, você pode se dar ao luxo de, dentro de um fato, inventar algo, mas fala sério. A rainha Elizabeth é uma das monarcas (e pessoas famosas, devo dizer) mais inacessível que eu já estudei, o que eu acho que é uma coisa boa, numa sociedade onde as pessoas buscam uma exposição cada vez maior (todos os tipos de exposição, aliás). A rainha é tida como o tipo de mulher que nunca demonstra o que pensa, podem observar sua expressão (por exemplo, ela sorriu feliz no dia do casamento de William e Kate, e mesmo sendo óbvio o motivo do sorriso, ninguém sabe o que ela pensava). Então, essa pergunta que o escritor faz é simplesmente sem noção.

A nota que eu dou para o livro: 5

4 de nov. de 2011

As melhores histórias da mitologia nórdica de A. S. Franchini e Carmen Seganfredo – DL 2011


Tema: Contos

Mês: Novembro de 2011 (Livro II)

Título: As melhores histórias da mitologia nórdica

Autor do livro: A. S. Franchini e Carmen Seganfredo

Editora: Artes e Ofícios

Nº de páginas: 328

Sinopse: As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica reúne, num único volume, as principais lendas relativas à mitologia dos povos que habitaram, nos tempos pré-cristãos, os atuais países escandinavos (Noruega, Suécia e Dinamarca), além da gélida Islândia. Este conjunto de mitos também teve especial desenvolvimento na Alemanha, que foi a grande divulgadora da cultura dos nórdicos. Com a expansão das navegações vikings, esta difusão alcançou os povos de língua inglesa e deixou sua marca na própria denominação dos dias da semana destes países (Thursday, por exemplo, é o "dia de Thor", e Friday, "dia de Freya".)
Fonte de inspiração para as mais variadas áreas, a mitologia nórdica influenciou uma legião de artistas na criação de suas próprias obras, tal como o escritor inglês J. R. R. Tolkien e o argentino Jorge Luís Borges. Também o compositor alemão Richard Wagner utilizou as lendas vikings para compor a famosa tetralogia operística O Anel dos Nibelungos, que apresentamos sob a forma romanceada de uma pequena novela, na segunda parte deste volume. Nestas histórias, não faltam ação, romance e até a presença de uma insuspeita veia cômica, já que a maioria dos personagens transitam pelo grotesco, numa profusão de anões, gigantes e elfos. Eis aqui uma das principais "raízes" das modernas sagas de RPG.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… o desenho da espada. E obviamente para um fã ardoroso de Tolkien, o dizer sobre a obra que incluia uma versão romanceada da ópera de Richard Wagner, Anel dos Nibelungos.

Eu escolhi este livro porque… contém duas versões do mesmo mito: o homem que mata o dragão e fica com seu tesouro, tomando posse de um anel de grande poder, e que acaba sendo a ruína de sua vida. Vou explicar esse papo de duas versões: existe a versão germânica, um poema germânico antigo (feito Beowulf e Ilíada) no qual Wagner se baseou para compor sua obra, e a versão nórdica. Pode parecer a mesma coisa, mas não é: os germânicos são a atual Alemanha e os nórdicos são alguns países de origem viking.

A leitura foi… ma-ra-vi-lho-sa! Eu simplesmente amei esse livro porque contem, como eu já disse, duas versões do mesmo mito (como eu sou apaixonada por essa história dos nibelungos e seu tesouro, consegui identificar de cara as semelhanças e diferenças entre as variações), e sempre quis ler uma versão, digamos, melhorada, daquela existente na Wikipédia da ópera de Wagner. Como eu não consegui até hoje, mesmo procurando feito uma louca, achar o poema original na internet (mesmo em inglês), eu queria muito saber mais sobre a ópera, mesmo sabendo que existem muitas diferenças. Eu também já havia visto o filme Maldição do Anel (que eu conheci porque virei fã de Robert Pattinson quando descobri que ele faria Cedrico Diggory no quarto filme de Harry Potter – viu só, uma coisa leva a outra), inspirado em Wagner, e queria saber mais sobre Siegfried e as valquírias. Adoro as mitologias nórdica e germânica porque foram as maiores fontes do grande mestre Tolkien e porque ao mesmo tempo, diferem e assemelham-se bastante as mitologias mais conhecidas, grega e romana (que eu adorava, mas como tudo que é demais enjoa,...)

O personagem que eu gostaria de ter entendido melhor foi o próprio Wotan (na versão nórdica, Odin). O grande deus. Ele permite que seu filho seja morto por outro somente para depois matar o assassino vingando, assim, a morte do filho. O detalhe é que ele deixou o filho ser morto porque o homem tinha cometido um erro (passível de duelo e morte). Então ele fez o “certo”, mesmo que isso custasse a vida de seu corajoso filho. È tipo aquela coisa de que, mesmo que doa a Deus as ações humanas, Ele tem que nos deixar colher os frutos (doces e amargos) de nossas ações.

O trecho do livro que merece destaque: todo o livro merece destaque.

A nota que eu dou para o livro: 5 (aka 10)

A cartomante de Machado de Assis – DL 2011


Tema: Contos

Mês: Novembro de 2011 (Livro I)

Título: A cartomante

Autor do livro: Machado de Assis

Editora: Jorge Zahar

Nº de páginas: 32

Sinopse: A cartomante é a história de um triângulo amoroso. Depois de anos de distância, Vilela reencontra o amigo Camilo e apresenta-lhe sua esposa, Rita. Paixão, traição e adultério fazem parte desta trama, que tem uma cartomante como personagem chave, selando o destino dos três. O conto foi publicado originalmente em 1884.


Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… o cenário ao fundo, com os personagens principais em primeiro plano. Parece um desenho antigo.



Eu escolhi este livro porque… nunca, pelo menos que eu me lembre, havia lido um conto.



A leitura foi… legal. Não sei por quê, mas eu gosto de histórias sobre traição. Acho que é porquê eu fico ansiosa para saber o que os traídos farão e quando, fico na expectativa da descoberta, que na maioria das vezes é mais legal de ler do que sobre os perigos dos encontros clandestinos. Também gostei da cartomante (apesar de não conseguir acreditar muito nessas coisas), que graças a Deus não tirou a emoção do final, mesmo respondendo aos questionamentos e dúvidas de Camilo.



O personagem que eu gostaria de ter ajudado foi ninguém. Queria mais era que o romance fosse descoberto mesmo. Traidores merecem ser expostos à vergonha.



O trecho do livro que merece destaque:.”Camilo quis sinceramente fugir, mas já não pôde. Rita, como uma serpente, foi-se acercando dele, envolveu-o todo, fez-lhe estalar os ossos num espasmo, e pingou-lhe o veneno na boca. Ele ficou atordoado e subjugado. Vexame, sustos, remorsos, desejos, tudo sentiu de mistura, mas a batalha foi curta e a vitória delirante. Adeus, escrúpulos!” Eu destaco essa parte para falar sobre a minha indignação com o fato de que, como sempre, a culpa da traição é sempre em primeiro lugar da mulher. Acho que os autores (e as pessoas de forma geral) deveriam salientar o fato de que, se os HOMENS não fossem tão pateticamente fracos e totalmente suscetíveis a luxúria, muita coisa ruim poderia ser evitada.



A nota que eu dou para o livro: 5

8 de out. de 2011

Travessuras de menina má de Mario Vargas Llosa – DL 2011


Tema: Nobel de literatura

Mês: Outubro de 2011 (Livro Reserva II)

Título: Travessuras de menina má

Autor do livro: Mario Vargas Llosa

Editora: Alfaguara

Nº de páginas: 304

Sinopse: O peruano Ricardo vê realizado, ainda jovem, o sonho que sempre alimentou - o de viver em Paris. O reencontro com um amor da adolescência o trará de volta à realidade. Lily - inconformista, aventureira e pragmática - o arrastará para fora do pequeno mundo de suas ambições. Ricardo e Lily - ela sempre mudando de nome e de marido - se reencontram várias vezes ao longo da vida, em diferentes cidades do mundo que foram cenários de momentos emblemáticos da História contemporânea. Na Paris revolucionária dos anos 60; na Londres das drogas, da cultura hippie e do amor livre dos anos 70; na Tóquio dos grandes mafiosos dos anos 80; e na Madri em transição política dos anos 90. Assim, ao mesmo tempo em que conta a história de um amor arrebatador, 'Travessuras da menina má' traça um quadro vigoroso das transformações sociais européias e convulsões políticas da América Latina. Muitas das experiências de vida de Vargas Llosa aparecem aqui, através de seus personagens - os tempos de penúria em Paris, seu trabalho como tradutor, sua simpatia pela revolução cubana, e a ligação permanente com seu país de origem, o Peru. Criando uma tensão entre o cômico e o trágico, numa narrativa ágil, vigorosa e terna, que conduz o leitor nesta dança de encontros e desencontros, Mario Vargas Llosa joga com a realidade e a ficção para contar uma história em que o amor se mostra indefinível, senhor de mil faces, como a menina deliciosa e má.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… a imagem de uma mulher com um livro na mão. Não acho que tenha algo a ver com o enredo do livro.

Eu escolhi este livro porque… nunca havia lido nada do autor.

A leitura foi… legal. No início, tive um pouco de dificuldade, mas depois a história se torna interessante, principalmente depois que se chega no primeiro reencontro de Ricardo e Lily. Digo “primeiro” porque à medida que a história corre, e o fundo histórico muda, os reencontros vão se sucedendo uns aos outros. Uma das coisas boas é que o leitor sabe que o tempo está passando, mas não percebe, apesar da boa descrição dos acontecimentos históricos.

O personagem que eu gostaria de ter ajudado foi a Lily. E o Ricardo, também. Aliás, mais do que a própria Lily. No caso dele, “ajudar” não é a palavra certa. Apesar de gostar (um pouco) da idéia de um homem amando uma única mulher desde a adolescência até sua idade adulta, ele fazia papel de idiota às vezes. Na maioria das vezes. E o pior é que ele sabia.

O trecho do livro que merece destaque: todo o livro merece destaque.

A nota que eu dou para o livro: 5

O velho e o mar de Ernest Hemingway – DL 2011


Tema: Nobel de literatura

Mês: Outubro de 2011 (Livro I)

Título: O velho e o mar

Autor do livro: Ernest Hemingway

Editora: Bertrand Brasil

Nº de páginas: 128

Sinopse: Depois de passar quase três meses sem fisgar um peixe, escarnecido pelos colegas de profissão, o velho Santiago enfrenta o alto-mar, sozinho, em seu pequeno barco. Quer provar aos outros e a si mesmo que ainda é um bom pescador. É em completa solidão que ele travará uma luta de três dias com um peixe imenso, um animal quase mitológico, que lembra um ancestral literário, a baleia Moby Dick. À medida que o combate se desenvolve, o leitor vai embarcando no monólogo interior de Santiago, em suas dúvidas, sua angústia, sentindo os músculos retesados, a boca salgada e com gosto de carne crua, as mãos úmidas de sangue. Por fim o peixe se dobra à força do pescador. Mas a vitória não será completa - surgem os tubarões... Escrito num estilo ágil e nervoso, máxima depuração da prosa jornalística do autor, o livro explora os limites da capacidade humana diante de uma natureza voraz, onde todos os elementos estão permanentemente em luta, numa autodevoração sem fim.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… perceber, logo de cara e antes mesmo de ler a sinopse do livro, que a capa tem tudo a ver com o livro.

Eu escolhi este livro porque… nunca havia lido nada do autor. Por causa também do tema. E por curiosidade mesmo.A leitura foi… legal. Nunca havia lido nada desse autor. A linguagem é acessível, a história é boa, acho que porque eu gostei de Moby Dick quando li, e o peixe com o qual ele luta, como a sinopse diz, pode ser considerado tão sobrenatural quanto a baleia daquela história. Acho que a história mexe com o leitor porque acaba se imaginando na situação do velho: sozinho, em alto-mar, tendo que se virar sozinho para enfrentar a natureza que age, nem sempre dando espaço para o homem. A parte dos tubarões me arrepiou toda.

O personagem que eu gostaria de ter ajudado foi o velho Santiago. Sozinho, em pleno alto-mar, isso mexe com a mente de qualquer um.

O trecho do livro que merece destaque: difícil. São tantas passagens boas. Acho que a parte em que após ele vencer o tal peixe mitológico, os tubarões aparecem.

A nota que eu dou para o livro: 5

12 de set. de 2011

Aruanda de Eneida de Moraes – DL 2011



Tema: Autores Regionais

Mês: Setembro de 2011 (Livro II)

Título: Aruanda

Autor do livro: Eneida de Moraes

Editora: SECULT; FCPTN

Nº de páginas: 306

Sinopse: Aruanda, segundo Eneida, éo país que trazemos dentro de nós.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… a capa não me chamou a atenção.

Eu escolhi este livro porque… era outra obra-prima da literatura paraense que eu sempre tive curiosidade em ler.

A leitura foi… boa. Nunca gostei muito de contos, fosse do autor que fosse, mas eu nunca havia lido nada de Eneida. A edição que eu li também continha outro conto, Banho de Cheiro, continuação de Aruanda, que se refere ao porto de Luanda, em Angola, de onde partiram muito navios com negros para servirem de escravos no Brasil. Esse porto foi o único cujo nome permaneceu na memória desses negros, através dos cantos de macumba. Essa pequena introdução já demonstra o grau desse livro.

O personagem que eu gostaria de ter ... foram... Não houve alguém que eu quisesse ter ajudado ou situação que quisesse ter influenciado. Acho que é porque o livro fala de um lugar histórico, o porto de Luanda. Não me entenda mal. Não quero dizer que eu não gostaria de ter ajudado a ir contra o tráfico negreiro, é só que Eneida fala desse acontecimento de um jeito tão diferente, que não vi algo que pudesse fazer.

O trecho do livro que merece destaque: o livro todo.

A nota que eu dou para o livro: 5

Belém do Grão Pará de Dalcídio Jurandir – DL 2011



Tema: Autores Regionais

Mês: Setembro de 2011 (Livro I)

Título: Belém do Grão Pará

Autor do livro: Dalcídio Jurandir

Editora: EDUFPA; Casa Rui Barbosa

Nº de páginas: 548

Sinopse: Em Belém do Grão Pará, lê-se, ao mesmo tempo, a história dos Alcântara, uma família de classe média, decaída do alto status social que tivera no governo do Prefeito Antônio Lemos, durante a alta da borracha, e a história da Belém dos anos 20, já decadente, mas com a estampa moderna parisiense que nela imprimira aquele Prefeito. Na tentativa de recuperar, pelo menos, a aparência da posição perdida, os Alcântara, sob a inspiração da fútil e gorda filha do casal, mudam-se da obscura rua onde moravam para a Av. Nazaré, onde se concentravam os ricaços, em geral fazendeiros da ilha do Marajó, mas vão ocupar aí uma casa em ruína, devorada pelos cupins. Quando a nova e chique residência ameaça desabar, a família, com a ajuda dos empregados, carrega, de noite, os poucos móveis que lhe restam, para a acolhedora sombra das mangueiras, à beira da calçada.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… nada, na verdade. Mas a edição que eu li tem uma bela imagem: ao fundo, um dos pontos turísticos de Belém, o Ver-o-Peso visto da Baía de Guajará.

Eu escolhi este livro porque… é uma obra-prima da literatura paraense. Além do mais, o sobrenome da minha família é Alcantara, então fiquei curiosa para saber se podia fazer parte da família do livro (aqui no Pará, esse sobrenome tem tantas vertentes... Descobri isso quando fazia pesquisa da árvore genealógica da minha família, do lado materno).

A leitura foi… boa porque a linguagem é acessível. A história prende a atenção do leitor, principalmente porque se passa em uma Belém da época do boom da borracha, que as pessoas só conhecem pelos livros de história e por fotografias em preto e branco (eu particularmente adoro ver o Álbum de Belém, uma coleção de fotografias antigas da minha cidade e ver as mudanças nos nomes das ruas, como as praças eram antes, etc.).
Outro ponto forte do livro é que ele apresenta um glossário com palavras que podem ser estranhas ao leitor de outro estado e uma lista de topônimos com descrições dos lugares que fazem parte da geografia paraense.

O personagem que eu gostaria de ter ajudado foi a família Alcântara. Apesar de ser no mínimo curiosa a forma com ela perde todo o seu prestígio social.

O trecho do livro que merece destaque: todo o livro merece destaque.

A nota que eu dou para o livro: 5

5 de ago. de 2011

A hora da estrela de Clarice Lispector – DL 2011


Tema: Clássicos da literatura brasileira

Mês: Agosto de 2011 (Livro Reserva)

Título: A hora da estrela

Autor do livro: Clarice Lispector

Editora: Rocco

Nº de páginas: 87

Sinopse: A nordestina Macabea é uma mulher miserável que mal tem consciência de sua existência e que, depois da morte de sua tia, viaja para o Rio. Um romance sobre o desamparo a que, apesar do consolo da linguagem, todos estamos entregues.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… na realidade, nada.

Eu escolhi este livro porque… tinha que escolher algo dentro do tema e também tinha curiosidade sobre a autora, nunca havia lido nada de Clarice Lispector.

A leitura foi… legal porque matei a curiosidade sobre a autora. E também porque a escritora e o narrador, através dos personagens Macabéa e Olímpico, tecem críticas a respeito do ato de falar, expressar-se, escrever, ler e interpretar. Confesso que Macabéa me irritou algumas vezes, principalmente por conta desse seu namorado, mas fiquei com pena dela do fim. Eu não sou chegada em literatura brasileira, li mais por curiosidade mesmo. E não me arrependi.

O personagem que eu gostaria de ter ajudado foi Macabéa. Gostaria muito de ter podido “dar uma sacode” nela, principalmente em relação aquele namorado ridículo.

O trecho do livro que merece destaque: o final.

A nota que eu dou para o livro: 5

O Guarani de José de Alencar – DL 2011



Tema: Clássicos da literatura brasileira

Mês: Agosto de 2011 (Livro I)

Título: O Guarani

Autor do livro: José de Alencar

Editora: Martin Claret

Nº de páginas: 280

Sinopse: Este romance indianista conta a história de amor entre o Índio Peri e a moça branca Ceci, tendo como cenário o Brasil do século XVII. Alencar foi um escritor romântico que enfocou os mais importantes aspectos da nossa realidade: o índio e o branco, a cidade e o campo, o sertão e o litoral.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… nada, apesar de ter uma das ilustrações mais bonitas do livro.

Eu escolhi este livro porque… há muito tempo queria ler essa história.

A leitura foi… ótima, apesar da linguagem. Eu sou apaixonada pela história do índio heróico e da mocinha indefesa desde a minha primeira aula de literatura do Ensino Médio. Peri se tornou meu ideal de herói romântico brasileiro. Ceci, com aquele jeitinho de menininha jovem e inocente me irritou, confesso, mas Peri supriu toda minha irritação com tanta força e heroísmo. Quando vi o índio Apoena da novela Araguaia, achei que o ator seria perfeito para uma possível adaptação para a televisão da história. Ridículo, eu sei, mas não pude evitar. Eu literalmente adoro Peri.

Os personagem que eu gostaria de ter ajudado foram o casal principal no momento da fuga.

O trecho do livro que merece destaque: a parte da fuga, quando narra-se que de Peri e Ceci nasceria o novo povo brasileiro. Essa descrição é tão... tem um tom bastante forte de nacionalismo, patriotismo, que dá um gosto enorme em ler.

A nota que eu dou para o livro: 5

23 de jul. de 2011

Sementes no gelo de André Vianco – DL 2011



Tema: Novos autores

Mês: Julho de 2011 (Livro II)

Título: Sementes no gelo

Autor do livro: André Vianco

Editora: Novo Século

Nº de páginas: 176

Sinopse: Neste novo romance, André Vianco volta a explorar o sobrenatural. Em "Sementes no Gelo", o leitor ingressa no mundo de espíritos atormentados, impedidos de reencarnar. Muitos se enraivecem e lançam sua fúria sobre todos que lhe chamam atenção e interpõe seus caminhos. Um detetive desvenda os mistérios em torno destes espíritos, tornando-se o inimigo número um das perigosas entidades.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… na realidade, nada. Mas agora que li a história, a capa diz TUDO.

Eu escolhi este livro porque… tinha que escolher um adequado ao tema E esse livro era um dos mais comentados do autor.

A leitura foi… muito boa. Na verdade, acabei de ler. Levei uma manhã inteira, não consegui parar. Como o livro anterior, esse também me surpreendeu bastante. A história é muito boa, e a temática pede a reflexão do leitor sobre certos assuntos que, à primeira vista, podem dizer respeito somente a ciência, mas também a religião. A leitura também foi oportuna, porque estou assistindo a reprise da novela O Clone, que foca em assuntos que também dizem respeito à ciência e à religião.
No começo, fiquei meio receosa com o livro porque primeiro, era ebook (que cansativo que é ler um), segundo, sempre fico com um pé atrás quando a palavra “sobrenatural” é mencionada (apesar de ter gostado da temática do vampiro no livro O Senhor da Chuva).
O detetive Tânio Esperança, no início, parece o “bom” personagem principal, aquele que persegue os bandidos. Ao longo da história, percebe-se que não é bem assim. Não que ele seja “mau”, mas como humano errou bastante e feio quando criança (realmente, crianças, como humanas que são, podem ser bastante cruéis). Ele consegue desvendar o mistério, mas a custa de muitas dores. Não vou negar que não tenha gostado do fim que tiveram os maus na história (exploradores de crianças, estupradores... Aliás, agora acaba de me ocorrer que o que eram as primeiras crianças que aparecem na história. Não vou dizer o que eram, só digo o que NÃO eram: vampiros.).
De modo geral, gostei bastante. Uma temática envolvente, que chama a atenção para assuntos polêmicos, como o da fertilização. E mantenho a minha visão sobre o assunto. Não há nada de errado em apelar para uma clínica se o casal quer tanto um filho, mas tem dificuldades. O problema é: o que fazer com um embrião fecundado que já foi descartado? No livro, afirma-se que os pais devem dar permissão para que o embrião seja destruído. Mas é vida. Já existe uma vida ali. Quem destruir esse embrião não será um assassino também (mas legalizado)? E se não destruir, essa vida ficará congelada para sempre? Sou espírita. Li uma vez que, a partir do momento em que o embrião existe, um espírito já está vinculado a ele. Não é só matéria, não é só o corpo de carne que está se formando, mas o espírito também. Com o embrião congelado, é como se desse uma “pausa” no seu desenvolvimento, consequentemente no desenvolvimento espiritual. Qual será esse sofrimento? É válido? Acho que são questões sem respostas, como a maioria das questões religiosas e científicas são. Mas uma coisa é certa: somos humanos, só isso. Já basta de brincar de ser Deus.

Os personagens que eu gostaria de ter ajudado, realmente ajudado foram todos os espíritos das crianças presos naquele início de vida e encarcerados em tambores de vidro da clínica de fertilização.

O trecho do livro que merece destaque: O primeiro trecho é até covardia eu colocar aqui porque pode tirar um pouco do mistério da história, mas eu vou colocar porque é achei um dos trechos mais esclarecedores da história (e que fornece motivo para reflexão da realidade, principalmente no mundo em que vivemos, tão carente de amor e respeito à vida humana):
“Olho por olho, dente por dente. Eles estavam presos, detetive, presos em corpos de gelo, corpos imutáveis, que não os ajudariam na aprimoração terrena. Sua existência seria desperdiçada. Cada dia, mais e mais crianças despertavam do sono gelado, detetive. Despertavam endurecidas. Algumas, como seu amigo Simão, lembravam-se de suas últimas vidas. E, acredite, não haviam sido vidas muito boas. A maioria havia sido molestada sexualmente por adultos estúpidos, detetive. Haviam sido molestadas psicologicamente por amigos cruéis. Essas almas perturbadas tornaram-se incontroláveis, queriam reparação. Existe um time muito pior... as sombras, as sombras de crianças que seriam, mas não foram... As sombras dos abortados, detetive. Você já obrigou alguma namorada sua a fazer um aborto, detetive? Conhece alguma mulher que já abortou por livre e espontânea vontade? Sem se preocupar com a alma que habitava o pequeno recipiente, que germinava em seu útero? Pode apostar, detetive, se essas almas estão aqui... e se são sementes no gelo... se tiverem uma vaga idéia do que lhes aconteceu na última "quase vida", pode apostar, detetive Esperança, essas mulheres e homens vão se arrepender amargamente. Essas almas querem reparação... estão cansadas do exílio e, principalmente, da injustiça. Estão cansadas dos estupradores, dos aproveitadores de crianças....”
O segundo trecho é um mero questionamento, mas que resume toda a temática da história (e da realidade também):
“Até onde ia o direito do homem? Tínhamos o direito de conservar vidas no gelo? Existiria de fato um "plano maior"? Não se brinca com a mãe natureza.”

A nota que eu dou para o livro: 5

O senhor da chuva de André Vianco – DL 2011



Tema: Novos autores

Mês: Julho de 2011 (Livro I)

Título: O senhor da chuva

Autor do livro: André Vianco

Editora: Novo Século

Nº de páginas: 268

Sinopse: Um anjo perseguido, para não ser destruído, possui o corpo de um ser humano igualmente agonizante. Assim, o anjo quebra uma regra sagrada que dá direito aos demônios de evocarem uma guerra desigual que poderá desencadear a destruição de todos os anjos de luz da terra. Agora, os dois exércitos estão furiosos, transformando as tranqüilas pastagens de Belo Verde num funesto campo de batalhas onde espadas que parecem chamas, e olhos que parecem brasas, darão o tom nesta misteriosa aventura sobrenatural, repleta de batalhas mergulhadas no mundo dos anjos, dos vampiros... e dos demônios. Anjos enfrentam as criaturas do mal em combates corpo a corpo, empurrando espadas e evitando dentadas a todo custo. Os anjos estão em menor número, mas têm esperança... A Chuva.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… na realidade, nada. Mas a capa, apesar de não identificar isso à primeira vista, indica bastante coisa da história.

Eu escolhi este livro porque… tinha que escolher um adequado ao tema. E todo mundo só falava em André Vianco.

A leitura foi… uma tortura, não pela história, mas pelo fato de ter lido em ebook (não adianta, existem certas modernidades com as quais eu nunca vou me acostumar). A história é muuiuto boa, li o livro em dois dias, não conseguia parar, apesar de já estar cansada de histórias de vampiros (só para ter noção, nunca consegui terminar Drácula de Bram Stoker e a saga Crepúsculo, por terminar do jeito que terminou, me traumatizou).
A história está recheada de clichês e estereótipos: vampiros são filhos do demônio, bebem sangue de gente viva, não tem misericórdia alguma, fogem do sol, dormem dentro de caixões. Mas o autor consegue reunir todos esses clichês (com os quais eu estava desacostumada depois de ler Crepúsculo) de uma forma nova, ainda imprimindo na história um tema que, desde O Silmarillion, eu passei a adorar: a guerra entre anjos e demônios. Não sei por quê, já que nunca li A Batalha do Apocalipse, O Senhor da Chuva me pareceu semelhante ao que se encontra no livro de Eduardo Spohr. A narrativa de Vianco várias vezes me fez esquecer de que a história se passa no Brasil. Acho que porque não é o gênero literário que predomine no país.

O personagem que eu gostaria de ter ajudado foi Samuel. Transformado em vampiro sem saber, condenado a vagar pela eternidade sem paz. Muito triste, apesar de seu feito na guerra entre os anjos e os demônios.

O trecho do livro que merece destaque: ”Para onde vai a consciência de um vampiro sem alma? Para onde vão as lembranças? São finitas? São. Porque não vão para os santos no Céu. Não vão para os demônios no Inferno. Não vão vagar, jogadas ao rio. Não vão chorar nofundo dos mares. Não serão devoradas por uma truta faminta. Não serão encontradas por um pescador. Não serão soldado de chumbo nem serão enterradas por uma tribo indígena brasileira. Não se tornarão manioca. Sem critérios. Um vampiro não é mais nada do que o agora. Um vampiro é o sangue que ele bebe durante devaneio alucinado. Um vampiro é a sombra que ele toma. E o gato que ele mata por nada. É o pensamento que ele lê e arranca sem permissão. E o grito que provoca. E o sangue que ele gela. E o minuto-segundo que suspira, imaginando sentir o coração pulsar. E a lágrima que cai quando o fim nos parece certo. Um vampiro é exatamente isso. É toda magnífica ação, ou sensação, que cabe dentro de uma fração de segundos. Portanto, não tenham medo do vampiro. Ele não é nada quando o Sol chega. Ele não é nada na ponta da estaca. Não tenha medo do vampiro; ele não é nada.”

A nota que eu dou para o livro: 5

16 de jun. de 2011

Macbeth de William Shakespeare – DL 2011



Tema: Peças teatrais

Mês: Junho de 2011 (Livro II)

Título: Macbeth

Autor do livro: William Shakespeare

Editora: Agir

Nº de páginas: 720

Sinopse: Em três volumes, a tradução hoje clássica de Carlos Alberto Nunes das peças de William Shakespeare (1564-1616). São 34 peças, entre comédias, tragédias e dramas históricos, daquele que é considerado o maior poeta da língua inglesa e o maior autor de teatro da literatura ocidental. Carlos Alberto da Costa Nunes nasceu em São Luís do Maranhão, a 18 de janeiro de 1897. Escritor, poeta, teatrólogo, traduziu a partir das línguas originais clássicos como Homero e Shakespeare.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… novamente o título, dizendo que eram as obras teatrais completas de Shakespeare.

Eu escolhi este livro porque… era outro livro de Shakespeare sobre o qual eu tinha uma curiosidade danada. Eu também queria saber, ao escolher quatro livros de Shakespeare para o desafio (dois como reserva) porque Tolkien, meu autor favorito, não gostava muito do autor.

A leitura foi… difícil, como a de Hamleth, por causa da dificuldade que eu tenho em ler peças teatrais. A obra é outra tragédia, e a história é envolvente, como toda tragédia, A cada momento é uma morte, justificada (não é essa a palavra exata) pela morte anterior. Como em Hamleth, eu também gostei por causa das fontes de Shakespeare para esse livro, são as coisas que eu gosto de ler e estudar.

O personagem que eu gostaria de ter ajudado é Macbeth, gostaria de tê-lo ajudado a entender a profecia das bruxas.

O trecho do livro que merece destaque:quando a profecia se cumpre.

A nota que eu dou para o livro: 5

Hamleth de William Shakespeare – DL 2011



Tema: Peças teatrais

Mês: Junho de 2011 (Livro I)

Título: Hamleth

Autor do livro: William Shakespeare

Editora: Agir

Nº de páginas: 720

Sinopse: Em três volumes, a tradução hoje clássica de Carlos Alberto Nunes das peças de William Shakespeare (1564-1616). São 34 peças, entre comédias, tragédias e dramas históricos, daquele que é considerado o maior poeta da língua inglesa e o maior autor de teatro da literatura ocidental. Carlos Alberto da Costa Nunes nasceu em São Luís do Maranhão, a 18 de janeiro de 1897. Escritor, poeta, teatrólogo, traduziu a partir das línguas originais clássicos como Homero e Shakespeare.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… o título, dizendo que eram as obras teatrais completas de Shakespeare.

Eu escolhi este livro porque… nunca havia lido nada de Shakespeare, além de Romeu e Julieta. Na verdade, nunca gostei de ler nem teatro nem poesia. Também nunca gostei de R&J, e acho que por isso nunca havia pensado em ler Shakespeare. Mas já havia lido sobre a história de Hamleth e gostei, então tive que ler a peça.

A leitura foi… difícil, porque, como disse, não gosto de ler teatro nem poesia. Prefiro uma narrativa, digamos assim. Mas a história é uma tragédia, o que é legal. É uma história de vingança, o filho vingando a morte do pai assassinado. Eu gostei porque a história é bem diferente do que até hoje estava acostumada: o drama de Romeu & Julieta. Claro, as temáticas das duas histórias são bem diferentes, só comparo porque esta última era a única obra de Shakespeare que havia lido. Hamleth é bacana porque fala de traições e intrigas palacianas, a história dá uma reviravolta quando a gente menos espera. E também as fontes textuais identificadas pelos estudiosos são exatamente o tipo de coisa que eu gosto de estudar. Também parece que não há espaço para romance, já que o príncipe Hamleth está focado em sua vingança.

O personagem que eu gostaria de ter entendido mais foi o próprio Hamleth, no sentido de entender porque ele querendo se vingar, ainda pensa duas vezes antes. Dizendo melhor, eu queria entender mais o aspecto psicológico da obra.

O trecho do livro que merece destaque:a parte em que Hamleth mata o tio.

A nota que eu dou para o livro: 5

19 de mai. de 2011

A Ilha – Um repórter brasileiro no país de Fidel Castro de Fernando Morais – DL 2011



Tema: Livro-reportagem

Mês: Maio de 2011 (Livro II)

Título: A Ilha: Um repórter brasileiro no país de Fidel Castro

Autor do livro: Fernando Morais

Editora: Companhia das Letras

Nº de páginas: 264

Sinopse: Lançada em 1976, esta reportagem sobre Cuba tornou-se um dos maiores sucessos editoriais brasileiros e se converteu num ícone da esquerda brasileira nos anos 70. O livro é reeditado com caderno de fotos e prefácio em que o jornalista Fernando Morais apresenta suas impressões sobre o país um quarto de século depois da primeira viagem.
A ilha teve trinta edições esgotadas, passou mais de sessenta semanas nas listas de mais vendidos e foi traduzido na Europa, Estados Unidos e América Latina. Polêmico, o livro foi acusado de fazer a apologia da Revolução Cubana e chegou a ser apreendido pela polícia em dois estados. Naquela época o isolamento de Cuba, para os brasileiros, era total. Com o golpe militar de 1964, o Brasil rompera relações com o regime de Fidel Castro, repetindo o que já fizera quase toda a América Latina. Os passaportes brasileiros passaram a ostentar a advertência: "Não é válido para Cuba". Foi nessa atmosfera típica da Guerra Fria que Morais desembarcou em Cuba, onde passou três meses colhendo dados para uma reportagem que se tornaria histórica.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… como na maioria dos livros, não foi a capa que me chamou a atenção.

Eu escolhi este livro porque… precisava escolher mais um desse tema e só conhecia o Livreiro de Cabul.

A leitura foi… interessante. É complicado escolher palavras que digam mais da leitura de um tipo de livro que eu (quase) tenho certeza de que só vou ler uma vez na vida. Como o primeiro livro do mês, esse também consegue captar o tom do que está retratando. O autor realmente quer que o leitor conheça a realidade do que ele está conhecendo enquanto escreve. Mas uma coisa esclarecedora sobre esse livro é o que diz no prefácio (mesmo que eu não faça idéia se outros livros-reportagem surjam de maneira diferente). É o seguinte: “A Ilha, de Fernando Morais, é uma reportagem no exato sentido da palavra. Ela só admitiria um qualificativo, o de reportagem escolhida, já que o autor não foi imperativamente incumbido por nenhum jornal ou revista de ir a Cuba. Escolheu, como jornalista, seu tema, quis conhecer pessoalmente o país e foi visitá-lo. A partir daí temos a reportagem, o franco relato de alguém que observa o país em construção, o país que lançou sua própria pedra fundamental em janeiro de 1959 e que desde então se elabora penosamente.”

O personagem que eu gostaria de ter acompanhado é o próprio autor. Porque deve ser excitante o trabalho de conhecer um lugar, uma situação política, vivenciar ao mesmo tempo em que prepara um relato sobre isso.

O trecho do livro que merece destaque: todo o livro merece destaque.

A nota que eu dou para o livro: 5

O Livreiro De Cabul de Anne Seierstad – DL 2011



Tema: Livro-reportagem

Mês: Maio de 2011 (Livro I)

Título: O Livreiro de Cabul

Autor do livro: Anne Seierstad

Editora: Record

Nº de páginas: 316

Sinopse: Por ter vivido três meses com uma família afegã, na primavera de 2002, logo aós a queda do regime talibã, a jornalista norgueguesa Asne Seierstade pôde produzir esta narrativa ímpar que mostra aspectos do país que poucos estrangeiros testemunhariam. Como ocidental, mulher e hóspede de Sultan Khan, um livreiro de Cabul, obteve o privilégio de transitar entre o universo feminino e masculino de uma sociedade islâmica fundamentalista. Preso e torturado durante o regime comunista, dos mujahedin e dos talibãs, Sultan Khan teve sua livraira invadida e parte dos livros queimados, mas alimentava o sonho de ver seu acervo de 10 mil volumes sobre história e literatura afegã transformar-se mo núcleo de uma nova Biblioteca Nacional. Apesar da situação estável, a família do livreiro, duas mulheres, cinco filhos e parentes, dividia uma casa de quatro cômodos em uma cidade que se recuperava da guerra e de trágicos refluxos políticos. Os integrantes da família acostumaram-se à presença da autora sob uma burca. Assim, ela pôde observar relatos das rixas do clã; da exploração sexual das jovens viúvas que esperaam doações de alimentos das organizações de ajuda internacional; da adúltera sufocada com um travesseiro pelos três irmãos sobe as ordens da mãe; do exílio no Paquistão da primeira esposa de Sultan Khan, após um segundo casamento com ma moça de 16 anos; do filho adolescente do livreiro obrigado a trabalhar 12 horas por dia sem chance de estudar.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… não foi a capa que me chamou a atenção. Na verdade, eu tinha curiosidade de ler o livro desde que foi lançado, todo mundo comentava, mas não queria comprar. Foi o primeiro que pensei quando vi o tema do mês.

Eu escolhi este livro porque… Como já disse, por curiosidade. Tinha medo de comprar o livro e não gostar, mas também queria ler, então acabei baixando o ebook mesmo.

A leitura foi… interessante. Até esclarecedora. É muito fácil as pessoas não conhecerem um determinado assunto, aí acontecem situações relacionadas a esse assunto, e as pessoas então o rotulam como negativo ou positivo, mesmo sem conhecer um pouco que seja. No caso do livro, ele mostra a vida de uma família afegã após a saída do regime de Bin Laden do país. É um livro bacana que mostra um pouco da cultura deles. Uma das razões para a minha curiosidade e que me faria correr o risco de não gostar, apesar disso, era o que poderia falar sobre a vida das mulheres. E apesar de sim, eu ter gostado do livro, sim, é um livro interessante, eu não gostei. Está certo, ele mostra a realidade, então o que eu não gosto é da realidade... Enfim. Não me considero feminista, mas mesmo assim os costumes deles são... No que se refere às mulheres, Senhor meu Pai! Quanto atraso! (desculpem se ofendo alguém, mas não consigo achar palavra melhor).

O personagem que eu gostaria de ter ajudado foram as mulheres da família. Principalmente a irmã do personagem principal, não me lembro o nome agora. Ao mesmo tempo em que ela tenta se “modernizar”, os costumes estão tão enraizados que ela simplesmente não consegue! É impressionante.

O trecho do livro que merece destaque: quando eles mencionam no livro que, quando todos os judeus estavam sofrendo perseguições pela Europa, época da 2ª Guerra Mundial, lá eles não sofreram perseguição nenhuma. Não é todo muçulmano que é terrorista. As palavras usadas pela autora quando ela descreve o momento em que um “pregador” (não é bem essa a palavra) importante fala de sua religião são muito bonitas. E significantes.

A nota que eu dou para o livro: 5

20 de abr. de 2011

A Faca Sutil de Philip Pullman – DL 2011



Tema: Ficção Científica

Mês: Abril de 2011 (Livro II)

Título: A Faca Sutil

Autor do livro: Philip Pullman

Editora: Objetiva

Nº de páginas: 359

Sinopse: Will tem 12 anos e acabou de matar um homem. Agora está fugindo, decidido a descobrir a verdade, sobre o pai que jamais conheceu. Sem querer, atravessa uma janela que dá para um outro mundo - onde espectros devoradores de almas assombram as ruas de uma cidade e uma estranha menina chamada Lyra está à procura do Pó. As buscas em que Will e Lyra estão empenhados têm uma ligação misteriosa e, juntos, os dois precisam procurar um objeto poderoso e secreto. Só que pessoas de mundos diferentes matariam para possuí-lo.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… o gato, porque faz referência aos gatos que ou são personagens principais ou desempenham um papel muito importante na história (como Pantalaimon, que não é propriamente um gato, mas assume essa forma com muita freqüência, ou a gatinha que leva Will para outro mundo e depois o ajuda). E também mostra bacana a fissura entre os mundos e um menino, com certeza Will. Antes de ler, eu me perguntava a relação entre o título e o desenho da capa. Faz total sentido.

Eu escolhi este livro porque… é continuação do outro, claro. Mas mesmo que não fosse, mesmo que fosse um história separada, só por ser um livro de Philip Pullman já valeria a pena.

A leitura foi… intensa também, até porque como era continuação, queria muito saber onde Lyra foi parar. O engraçado é que o livro começa de um jeito totalmente diferente, tipo, não é como se o leitor acompanhasse Lyra nessa sua “viagem”, ela só aparece muito depois. A história começa mostrando outro protagonista da trilogia e o protagonista d’A Faca Sutil: Will Parry. Ele é de outro mundo, de uma Oxford diferente da de Lyra, que a primeira vista pensei que era a Oxford atual, mas não é. Acho que esse negócio de vários mundos é assim: você tem um lugar que tem um nome só, como Oxford, onde dentro dele existem vários mundos, Ou dimensões paralelas. As coisas acontecem dentro da Oxford de Will e de Lyra, sem que ambas dimensões tomem consciência da existência da outra, mas essas dimensões estão lá no mesmo lugar. E é isso que Will e Lyra descobrem, ao passarem para mundos diferentes. Claro que o livro mostra Oxfords diferentes e outros mundos também diferentes. Passagens ou aberturas entre esses mundos sempre existiram, e Will, como novo portador da faca sutil (segundo objeto mais importante depois do aletiômetro), precisa aprender a lidar com elas. Ah! Quase esqueço: depois que você lê e entende mais sobre o Pó, somado as referências ao pecado primordial e a Eva (principalmente ela), sua mente voa porque começa a aparecer uma amizade que pode se encaminhar para algo além (por favor, Deus, que isso aconteça no último livro, tanta desgraça merece um final bacana) entre Will e Lyra. Então, com todas essas referências teológicas e sabendo mais ou menos o papel que Lyra vai desempenhar na história (pelo menos é o que dizem, ainda não terminei o terceiro livro), é até engraçado pensar nesse interesse entre esses dois, que estão naquela fase de transição entre o infantil (meninas odeiam meninos e vice-versa) e a juventude (quando hormônios começam a ser mais atuantes). Quando o Publishers Weekly avaliou o livro, escreveu: “O segundo volume da trilogia Fronteiras do Universo começa em um ritmo frenético e jamais desacelera.” Não podia ser uma avaliação mais acertada.

O personagem que eu gostaria de ter ajudado (sempre ajudado, porque a situação é tão crítica que você só pode querer ajudar) é o Lee Scoresby Por quê? Por quê é um personagem do lado do bem, e diferentemente dos verdadeiros (e loucos) pais de Lyra, ele realmente se importava com ela. Fiquei chocada com o seu destino, chorei, odiei Pullman como odiei Rowling (uma coisa passageira, claro) e ainda não me conformo.

O trecho do livro que merece destaque: todo o livro. Todinho.

A nota que eu dou para o livro: 5 (de novo, 1000!!!!!! Temos que aumentar essa pontuação, Vivi. A nota “5”, mesmo sendo a mais alta, não faz jus a nota máxima que muitos livros merecem.)

A Bússola de Ouro de Philip Pullman – DL 2011



Tema: Ficção Científica

Mês: Abril de 2011 (Livro I)

Título: A Bússola de Ouro

Autor do livro: Philip Pullman

Editora: Objetiva

Nº de páginas: 429

Sinopse: Quando Roger, amigo de Lyra, desaparece, ela e seu daemon, Pantalaimon, resolvem procurá-lo. Viajam para os reinos frios do Norte, onde urso de armadura e bruxas-rainhas voam pelos céus congelados. Lyra possui um aparelho que auxiliará na missão - caso ela consiga decifrar suas mensagens misteriosas. Mas o equipamento contém segredos assustadores sobre a viagem e os perigos que os esperam em mundos distantes.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… acho que o urso. Apesar de ter a ver com a história, acho que podia ser outro animal, porque as cenas em que o urso aparece são importantes, mas não o vejo como principal personagem do todo.

Eu escolhi este livro porque… eu queria ler há muito tempo, mas tinha medo de não gostar. Depois da saga Crepúsculo (que eu ainda não li o último livro, mas li a tradução na internet e ODIEI o final, só comprei o livro pra completar a coleção) e de Percy Jackson (que teve o filme estragado, por isso me deu medo de comprar a coleção e não gostar), estou meio traumatizada com sagas. Mas esse livro totalmente valeu a leitura.

A leitura foi… ÓTIMA. Eu AMEI esse livro, AMEI essa história. Na minha lista de coleções, essa, Fronteiras do Universo, está em quarto lugar, só perdendo para a trilogia O Senhor dos Anéis (óbvio, primeiríssimo lugar), Harry Potter (segundo) e As Crônicas de Nárnia (terceiro).
Eu vi o filme quando lançaram em 2007, e sempre fico meio assim quando vejo a adaptação antes de ler o livro, porque depois eu fico tentando me lembrar quais partes cortaram no cinema e eu não consigo mais imaginar os personagens, eles passam a ser como os atores que eu vi no cinema. Também consegui entender o que era o Pó, coisa que eu voei no filme. Essa adaptação é um exemplo de como se pode “estragar” (apesar de não ser exatamente essa palavra) uma saga que teria tudo para ser um enorme sucesso no cinema. O pior de tudo é que eu nem sei como eles conseguiram fazer isso, porque a Nicole Kidman estava PERFEITA como Sra. Coulter (eu nunca tinha visto ela fazer papel de vilã e adorei), Daniel Craig estava magnífico como Lorde Asriel, Dakota Blue Richards estava legal mesmo sendo iniciante. O filme também ganhou nomes de peso como Ian McKellen dando voz ao urso Iorek (que eu pensava que era a voz do Liam Neeson), além de Christopher Lee e outros grandes nomes. Os efeitos usados para criar os dimons, a Aurora Boreal e tudo isso foram perfeitos. Pantalaimon era uma gracinha, Stelmaria (dimon de Lorde Asriel) e o macaco dourado (um mico-leão dourado, pra ser mais exata, dimon da Sra. Coulter) também perfeitos. Então realmente não entendo porque eles infantilizaram a trilogia, por que as críticas feitas a Igreja, que são o ponto alto da história, desaparecem. Mas vamos ao livro.
Emocionante. Prende a atenção do leitor desde o início. A história começa em Oxford, mas uma Oxford de outro mundo, que eu, particularmente, adoraria conhecer. A narrativa começa devagar, mas já com um “quê” de mistério, mencionando o Pó. No decorrer do livro, o leitor percebe que Lyra também tem um papel muito importante, tipo “a criança prometida ou esperada” ou algo assim. Como Nárnia, é uma obra cercada de motivos e temas cristãos, e o que eu mais gostei é que, diferente de Nárnia mais sutil (apesar de Aslan ser claramente uma alusão a Deus e Cristo e às vezes mostrar isso logo de cara), Fronteiras do Universo (falo da trilogia apesar de ainda não ter lido o último livro) faz uma alusão a algo mais bacana: a guerra de um anjo (conhecido depois como Lúcifer) contra Deus e sua queda. Eu li por alto e estudei um pouco do poema de Milton (Paraíso Perdido), que fala exatamente dessa guerra. É algo parecido o que querem fazer nessa trilogia, mas ao invés de anjos, é um simples humano que quer matar a Autoridade, como chamam Deus no livro. Acho que é por isso que eu gostei tanto dessa história, me lembrou demais O Silmarillion (estudei Milton tentando identificar sua influência na queda de Melkor, o primeiro Senhor do Escuro da mitologia tolkeniana). É uma história que, como eu disse, prende a atenção do início ao fim. Também emociona. Chorei absurdamente em duas partes: primeira, quando Lyra descobre o que é a interseção, o que acontece com as crianças e os dimons que são separados, e segunda, no final, quando aquilo (que eu não vou dizer o que é) acontece com Roger. Odiei Lorde Asriel por isso. E aconteceu o mesmo que quando eu lia a morte do Cedrico Diggory em Harry Potter e o Cálice de Fogo, a morte do Sirius em Ordem da Fênix, a morte de Dumbledore em Príncipe Mestiço e em TODO o Relíquias da Morte: tive que voltar e ler de novo porque não acreditava que aquilo tinha acontecido.

O personagem que eu gostaria de ter ajudado foram todas as crianças que sofreram a interseção. Por quê? Obviamente porquê era uma interseção, uma castração. Como o dimon é a alma da pessoa, que adquire qualquer forma animal até a pessoa se tornar adulta quando o dimon ganha uma forma definitiva. Como uma castração, é um processo doloroso e até impensável, apesar de ser praticado. Mostram como fica uma criança que passa por isso (ela não vive muito) e os pobres dos dimons também. Triste, triste, triste.

O trecho do livro que merece destaque: Todo o livro, sem exceção, merece destaque.

A nota que eu dou para o livro: 5 (Queria dar 1000!!!!)

29 de mar. de 2011

As Brumas de Avalon 2-A grande rainha de Marion Zimmer Bradley – DL 2011



Tema: Obras épicas

Mês: Março de 2011 (Livro II)

Título: As Brumas de Avalon 2-A grande rainha

Autor(a) do livro: Marion Zimmer Bradley

Editora: Imago

Nº de páginas: 232

Sinopse: A Senhora da Magia, A Grande Rainha, O Gamo-Rei e O Prisioneiro da Árvore são os quatro volumes que compõem As Brumas de Avalon - a grande obra de Marion Zimmer Bradley -, que reconta a lenda do rei Artur através da perspectiva de suas heroínas. Guinevere se casou com Artur por determinação do pai, mas era apaixonada por Lancelote. Ela não conseguiu dar um filho e herdeiro para o marido, o que gera sérias conseqüências políticas para o reino de Camelot. Sua dedicação ao cristianismo acaba colocando Artur, e com ele toda a Bretanha, sob a influência dos padres cristãos, apesar de ser juramento de respeitar a velha religião de Avalon. Além da mãe de Artur, Igraine e de Viviane, a Senhora do Lago que é a Grande Sacerdotisa de Avalon, uma outra mulher é fundamental na trama: Morgana, a irmã de Artur. Ela é vibrante, ardente em seus amores e em suas fidelidades, e polariza a história com Guinevere, constituindo-se em a sua grande rival. Sendo uma sacerdotisa de Avalon, ela tem a Visão, o que a transforma em uma mulher atormentada. Trata-se, acima de tudo, da história do conflito entre o cristianismo, representado por Guinevere, e da velha religião de Avalon, representada por Morgana. Ao acompanhar a evolução da história de Guinevere e de Morgana, assim como dos numerosos personagens que as cercam, acompanhamos também o destino das terras que mais tarde seriam conhecidas com Grã-Bretanha. As Brumas de Avalon evoca uma Bretanha que é ao mesmo tempo real e lendária - desde as suas desesperadas guerras pela sobrevivência contra a invasão saxônica até as tragédias que acompanham Artur até a sua morte e o fim da influência mítica por ele representada. Igraine, Viviane, Guinevere e Morgana revelam através da história de suas vidas e sentimentos a lenda do rei Artur, como se ela fosse nova e original.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… a mesma coisa do livro 1. É a mesma capa. Na verdade, não é a capa que chama a atenção. Se o leitor gostou de ler o primeiro livro, não interessa como é a capa do segundo livro e sim a continuação da história.

Eu escolhi este livro porque… é a continuação do outro. Não dava pra ler o livro 1 da coleção e pular para outro que não tivesse nada a ver, para depois voltar pra continuação da história. Odeio fazer isso.

A leitura foi… melhor que a do primeiro. Os acontecimentos, digamos assim, são mais caóticos. Teve uma resenha que li em que a pessoa dizia odiar Guinevere e dava as razões pra isso. Lendo, acho que comecei a odiá-la também. Ela é aquela imagem da princesa mocinha linda, obediente do pai e depois do marido, tão característica do medieval que eu ODEIO. Morgana é mais senhora de si. Acho que por isso não sou muito fã das histórias do rei Arhtur, porque ao mesmo tempo em que mostram essa passagem de épocas, do paganismo para o cristianismo, na figura das duas maiores mulheres da história de Arthur: sua esposa Guinevere e sua meia irmã Morgana. Sempre Guinevere é bela, pura e inocente e Morgana é bruxa pagã e pervertida (pois cultuava a Deusa). Apesar de odiar esse tipo de visão e quase chegar a odiar o livro, como eu disse, acontecem mais coisas, relações são estabelecidas, as coisas ficam mais complicadas.

O personagem que eu gostaria de ter dado um “sacode” é a Guinevere. Por quê? Muito lezada (não tenho um termo similar), muito chorona por não ter o filho que queria, muito lamentadora, apaixonada pelo melhor amigo do marido sem fazer nada: ela nem trai nem tenta esquecer Lancelote. Meio chove não molha, sabe? Irritante.

O trecho do livro que merece destaque: Quando o rei, se considerando estéril, empurra a mulher (praticamente) para o primo para que ela possa dar um herdeiro para o reino com o homem (Lancelote) que ELE (Arthur) sabe que ELA (Guinevere) ama. Que homem fez, faz ou faria isso? 1-Só muito apaixonado pela esposa (coisa que Arthur nunca foi por Guinevere) e se sentindo culpado por não poder dar o filho que ela queria; 2-Um homem de brios que prefere muito mais um herdeiro para seu trono sem se importar em ter a cabeça enfeitada (desde que ninguém descubra e/ou fale abertamente). Sinceramente, Arhur não se encaixa em nenhuma das alternativas. Só na literatura que se encontra isso, mesmo.

A nota que eu dou para o livro: 5