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24 de jan. de 2018

Spotlight – BL 2018


Título: Spotlight – segredos revelados
Autor: Equipe do The Boston Globe
Mês: Janeiro
Tema: Aborda tema polêmico
Editora Vestígio, 284p.

Sinopse: "Ganhador do Prêmio Pulitzer, este livro conta a história real de um grupo de corajosos jornalistas que denunciaram uma sucessão de abusos de crianças, obrigando a Igreja Católica a prestar contas. Em janeiro de 2002, o jornal The Boston Globe publicou uma série de reportagens que chocou o mundo. Centenas de crianças em Boston sofreram abuso sexual por parte de padres certos de sua impunidade, eles agiam com o aval das autoridades religiosas, que acobertaram seus crimes por décadas. As reportagens revelaram a obscena quantia gasta pela Igreja Católica com subornos para comprar o silêncio das vítimas cujas vidas foram devastadas por pedófilos que, vestidos com o hábito, tinham o Pai Nosso na ponta da língua. A denúncia abalou as estruturas da Igreja Católica e deixou milhões de fiéis no mundo inteiro estarrecidos, furiosos e indignados: a instituição, em vez de servir e proteger a comunidade, usou sua poderosa influência para se resguardar do escândalo. Este relato, que inspirou o filme Spotlight, indicado ao Oscar em 6 categorias, é uma exposição violenta e importante do abuso de poder por uma das mais altas esferas da sociedade. The Boston Globe foi o único jornal que teve a persistência e a coragem de enfrentar essa história, forçando a arquidiocese de Boston a quebrar o sigilo de documentos internos, que escancararam, finalmente, as proporções do escândalo.

Quando vi os temas para o Bingo Literário, Spotlight foi o primeiro livro que me veio a cabeça para este tema específico. Ele se enquadrava em outras categorias de outros desafios também, mas acabou ficando para o Bingo Literário mesmo, uma das primeiras leituras que estabeleci. Fiquei atrás do livro desde dezembro do ano passado, consegui em troca e gostei bastante. Eu achei que seria a história do filme, que foi excelente e mereceu o Oscar em 2016, mas não. O livro é excelente, e diferente do filme, onde mostra os repórteres investigando e pesquisando sobre os abusos sexuais cometidos pelos padres contra crianças, a história contada é exatamente o que estava escrito nos documentos e recortes em que a equipe do Boston Globe se baseou para escrever suas matérias. O livro se divide em partes, cada uma falando de tópicos específicos: sobre os padres abusadores, sobre as vítimas, sobre o cardeal Law (que foi a parte que eu mais gostei para poder entender porque ele protegia os padres). Para ler o livro, precisa-se ter um estômago forte, porque você se sente traído, com ódio de tanta perversão e injustiça. Recomendo.

19 de mai. de 2011

A Ilha – Um repórter brasileiro no país de Fidel Castro de Fernando Morais – DL 2011



Tema: Livro-reportagem

Mês: Maio de 2011 (Livro II)

Título: A Ilha: Um repórter brasileiro no país de Fidel Castro

Autor do livro: Fernando Morais

Editora: Companhia das Letras

Nº de páginas: 264

Sinopse: Lançada em 1976, esta reportagem sobre Cuba tornou-se um dos maiores sucessos editoriais brasileiros e se converteu num ícone da esquerda brasileira nos anos 70. O livro é reeditado com caderno de fotos e prefácio em que o jornalista Fernando Morais apresenta suas impressões sobre o país um quarto de século depois da primeira viagem.
A ilha teve trinta edições esgotadas, passou mais de sessenta semanas nas listas de mais vendidos e foi traduzido na Europa, Estados Unidos e América Latina. Polêmico, o livro foi acusado de fazer a apologia da Revolução Cubana e chegou a ser apreendido pela polícia em dois estados. Naquela época o isolamento de Cuba, para os brasileiros, era total. Com o golpe militar de 1964, o Brasil rompera relações com o regime de Fidel Castro, repetindo o que já fizera quase toda a América Latina. Os passaportes brasileiros passaram a ostentar a advertência: "Não é válido para Cuba". Foi nessa atmosfera típica da Guerra Fria que Morais desembarcou em Cuba, onde passou três meses colhendo dados para uma reportagem que se tornaria histórica.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… como na maioria dos livros, não foi a capa que me chamou a atenção.

Eu escolhi este livro porque… precisava escolher mais um desse tema e só conhecia o Livreiro de Cabul.

A leitura foi… interessante. É complicado escolher palavras que digam mais da leitura de um tipo de livro que eu (quase) tenho certeza de que só vou ler uma vez na vida. Como o primeiro livro do mês, esse também consegue captar o tom do que está retratando. O autor realmente quer que o leitor conheça a realidade do que ele está conhecendo enquanto escreve. Mas uma coisa esclarecedora sobre esse livro é o que diz no prefácio (mesmo que eu não faça idéia se outros livros-reportagem surjam de maneira diferente). É o seguinte: “A Ilha, de Fernando Morais, é uma reportagem no exato sentido da palavra. Ela só admitiria um qualificativo, o de reportagem escolhida, já que o autor não foi imperativamente incumbido por nenhum jornal ou revista de ir a Cuba. Escolheu, como jornalista, seu tema, quis conhecer pessoalmente o país e foi visitá-lo. A partir daí temos a reportagem, o franco relato de alguém que observa o país em construção, o país que lançou sua própria pedra fundamental em janeiro de 1959 e que desde então se elabora penosamente.”

O personagem que eu gostaria de ter acompanhado é o próprio autor. Porque deve ser excitante o trabalho de conhecer um lugar, uma situação política, vivenciar ao mesmo tempo em que prepara um relato sobre isso.

O trecho do livro que merece destaque: todo o livro merece destaque.

A nota que eu dou para o livro: 5

O Livreiro De Cabul de Anne Seierstad – DL 2011



Tema: Livro-reportagem

Mês: Maio de 2011 (Livro I)

Título: O Livreiro de Cabul

Autor do livro: Anne Seierstad

Editora: Record

Nº de páginas: 316

Sinopse: Por ter vivido três meses com uma família afegã, na primavera de 2002, logo aós a queda do regime talibã, a jornalista norgueguesa Asne Seierstade pôde produzir esta narrativa ímpar que mostra aspectos do país que poucos estrangeiros testemunhariam. Como ocidental, mulher e hóspede de Sultan Khan, um livreiro de Cabul, obteve o privilégio de transitar entre o universo feminino e masculino de uma sociedade islâmica fundamentalista. Preso e torturado durante o regime comunista, dos mujahedin e dos talibãs, Sultan Khan teve sua livraira invadida e parte dos livros queimados, mas alimentava o sonho de ver seu acervo de 10 mil volumes sobre história e literatura afegã transformar-se mo núcleo de uma nova Biblioteca Nacional. Apesar da situação estável, a família do livreiro, duas mulheres, cinco filhos e parentes, dividia uma casa de quatro cômodos em uma cidade que se recuperava da guerra e de trágicos refluxos políticos. Os integrantes da família acostumaram-se à presença da autora sob uma burca. Assim, ela pôde observar relatos das rixas do clã; da exploração sexual das jovens viúvas que esperaam doações de alimentos das organizações de ajuda internacional; da adúltera sufocada com um travesseiro pelos três irmãos sobe as ordens da mãe; do exílio no Paquistão da primeira esposa de Sultan Khan, após um segundo casamento com ma moça de 16 anos; do filho adolescente do livreiro obrigado a trabalhar 12 horas por dia sem chance de estudar.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… não foi a capa que me chamou a atenção. Na verdade, eu tinha curiosidade de ler o livro desde que foi lançado, todo mundo comentava, mas não queria comprar. Foi o primeiro que pensei quando vi o tema do mês.

Eu escolhi este livro porque… Como já disse, por curiosidade. Tinha medo de comprar o livro e não gostar, mas também queria ler, então acabei baixando o ebook mesmo.

A leitura foi… interessante. Até esclarecedora. É muito fácil as pessoas não conhecerem um determinado assunto, aí acontecem situações relacionadas a esse assunto, e as pessoas então o rotulam como negativo ou positivo, mesmo sem conhecer um pouco que seja. No caso do livro, ele mostra a vida de uma família afegã após a saída do regime de Bin Laden do país. É um livro bacana que mostra um pouco da cultura deles. Uma das razões para a minha curiosidade e que me faria correr o risco de não gostar, apesar disso, era o que poderia falar sobre a vida das mulheres. E apesar de sim, eu ter gostado do livro, sim, é um livro interessante, eu não gostei. Está certo, ele mostra a realidade, então o que eu não gosto é da realidade... Enfim. Não me considero feminista, mas mesmo assim os costumes deles são... No que se refere às mulheres, Senhor meu Pai! Quanto atraso! (desculpem se ofendo alguém, mas não consigo achar palavra melhor).

O personagem que eu gostaria de ter ajudado foram as mulheres da família. Principalmente a irmã do personagem principal, não me lembro o nome agora. Ao mesmo tempo em que ela tenta se “modernizar”, os costumes estão tão enraizados que ela simplesmente não consegue! É impressionante.

O trecho do livro que merece destaque: quando eles mencionam no livro que, quando todos os judeus estavam sofrendo perseguições pela Europa, época da 2ª Guerra Mundial, lá eles não sofreram perseguição nenhuma. Não é todo muçulmano que é terrorista. As palavras usadas pela autora quando ela descreve o momento em que um “pregador” (não é bem essa a palavra) importante fala de sua religião são muito bonitas. E significantes.

A nota que eu dou para o livro: 5