18 de mai. de 2015

Ponto de impacto (Dan Brown) – RC 2015


Título: Ponto de impacto
Autora: Dan Brown
Mês: Maio
Tema: Recebeu resenhas ruins
Editora Sextante, 448p.

Ás vésperas da eleição presidencial nos EUA, um novo satélite da NASA faz uma incrível descoberta que pode mudar o cenário político, pois o objeto encontrado, um meteorito enterrado na geleira Milne no Ártico contendo fósseis (que provam a existência de vida extraterrestre) pode trazer sérias implicações para a iminente eleição, pois a NASA se torna uma questão importante na disputa pela presidência americana. O candidato oponente Sedgewick Sexton vem atacando o candidato à reeleição Zachary Herney com relação à ineficiência e aos gastos da agência espacial. Assim, para evitar especulações, a Casa Branca envia especialistas junto a analista de inteligência Rachel Sexton (filha de Sexton) e o oceanógrafo Michael Tolland para a geleira. No entanto, os pesquisadores se deparam com os indícios de uma fraude científica, e antes que Rachel tenha chance de falar com o presidente, a equipe começa a ser caçada por assassinos profissionais controlados por um inimigo à distância. Assim, Rachel e Michael tentam fugir enquanto buscam a identidade de quem está por trás dessa louca armação.

Desde Anjos e Demônios (que eu li depois de O Código da Vinci), já deu pra perceber que Dan Brown segue sempre a mesma estrutura de trama. Os personagens, locais, tema de cada um dos seus livros variam (apesar de ele sempre misturar ciência, história e política em suas histórias), mas a forma como Brown constrói a trama é a mesma, o que permitiu que, ao ler O símbolo perdido e Ponto de impacto, eu já conseguia fazer uma idéia de quem era o tal assassino. Não que essa “descoberta antecipada” tenha diminuído o valor do livro, mas não é nem de longe meu livro favorito do autor. As informações sobre a NASA, a comunidade de inteligência e a visão que ele mostra da política americana (sem mencionar a discussão sobre a possibilidade de vida extraterrestre) fazem desta uma história de tirar o fôlego, mas entendo o porque de ter recebido resenhas ruins. Não é um livro que eu tenha intenção de reler, mas valeu a pena.

15 de mai. de 2015

Ana e o beijo francês (Stephanie Perkins) – RC 2015


Título: Ana e o beijo francês
Autora: Stephanie Perkins
Mês: Maio
Tema: Ambientado em um lugar que sempre quis conhecer
Editora Novo Conceito, 288p.

  Eles me deixaram. Meus pais realmente me deixaram! Na França! 

Anna Oliphant é filha de pais separados. Seu pai é um escritor de romances que ela acha horríveis e que só ficou rico porque os livros viraram filmes. Ela vive com sua mãe e seu meio-irmão Sean, tem um emprego que gosta e uma amiga baterista chamada Bridgette. Ela tem até um quase namorado, Toph. Ou seja, sua vida é uma maravilha, mas tudo vira de cabeça pra baixo quando, sem ser consultada, seu pai resolve que ela irá terminar seu ano escolar em um internato francês. Ok, é um colégio só para americanos em solo francês, mas ainda assim ela se apavora por que ela não conhece os costumes e do idioma ela só sabe “Oui”. 

  Quem manda os filhos para um internato? É tão Hogwarts. Só que no meu não tem feiticeiros bonitinhos, balinhas mágicas ou aulas de voo. 

Sem saber mais o que pensar, depois de implorar para não ir, ela se vê sozinha na Cidade Luz. No início, Anna se sente perdida, mas acaba fazendo amigos, dentre eles Étienne St Clair, um simpático americano criado na Inglaterra. Ele tem namorada, e Anna tenta de tudo para não deixar o sentimento de amizade evoluir para algo mais, só que... 

Um livro muito, muito legal. Não esperava nada dele, além das coisas costumeiras de um livro chick-kit (romance, um draminha básico, alguma choradeira...). Me surpreendi, apesar de se encaixar na categoria, não vi nada de drama, mesmo que algumas pessoas que leiam possam ver drama no romance proibido entre amigos (onde qualquer coisa pode por tudo a perder, e a garota tenta ao máximo evitar que a história entre eles passe da amizade). Acima de tudo, a história é engraçada. E, caramba, Stephanie Perkins conseguiu com que eu me sentisse devidamente “ambientada”, esse foi o segundo livro cuja história em Paris me fez querer estar passando pelos mesmos lugares que Anna. A capa é uma gracinha, como na maioria dos livros que li da editora Novo Conceito. Não sei se irei ler a continuação, mas este valeu a pena.

11 de mai. de 2015

A longa viagem da biblioteca dos reis (Lilia Moritz Schwarcz) – RC 2015


Título: A longa viagem da biblioteca dos reis: do terremoto de Lisboa à Independência do Brasil
Autora: Lilia Moritz Schwarcz
Mês: Maio
Tema: Não-ficção
Editora Companhia das Letras, 558p.

No dia 1º de dezembro de 1755, um terremoto destruiu a cidade de Lisboa. Incêndios eclodindo por todos os lugares, as águas do Tejo subiram e trouxeram barcos, despojos e corpos dos que resolveram se refugiar no porto. Construções antigas como a Basílica de Santa Maria foram destruídas, o Palácio Real e sua Real Biblioteca eram nada mais que escombros. No entanto, a Real Biblioteca ou Livraria real, como ícone da monarquia, logo foi refeita por iniciativa do Marquês de Pombal através do acúmulo de coleções, dentre elas o acervo do Colégio Jesuíta de Todos os Santos. Percorrendo o tortuoso caminho da história de Portugal após o terremoto, a biblioteca régia participa de vários eventos que fizeram a história portuguesa e também a brasileira. Sendo instrumentos de poder para os reis, nada mais normal que D. João, ao embarcar fugindo para o Brasil com sua família, também fizesse questão de trazer os livros. Apesar de terem ficado esquecidos em caixotes no cais em Portugal, os livros eventualmente acabaram chegando no Brasil, onde o acervo cresceu devido ao acréscimo de livros vindos de Lisboa e da compra de coleções particulares. D. João retorna a Portugal, levando com ele alguns documentos, e D. Pedro assume a regência do Reino do Brasil. O príncipe não acata as ordens de voltar a Portugal, a independência do Brasil é proclamada e as obras que vieram com seu pai custam de indenização 2 milhões de libras esterlinas.

Não tenho palavras para descrever o prazer que foi ler este livro. Desde os meus tempos na UFPA, enquanto rodava a biblioteca central atrás dos livros para os trabalhos (eu me recusava a tirar xerox dos livros que não iria precisar depois, sempre emprestava os livros das matérias não específicas do curso de Biblioteconomia). Junto a estes livros, eu sempre tentava também emprestar livros que tivessem relacionados a história das bibliotecas e quando vi este livro, enlouqueci. Não só porque fala basicamente da história inicial da nossa Biblioteca Nacional, mas porque as ilustrações das pinturas e gravuras são ma-ra-vi-lho-sas!!! Consegui comprar só recentemente, mas a espera valeu. O trabalho dos pesquisadores Lilia Moritz Schwarcz, Paulo Cezar de Azevedo e Angela Marques da Costa é de um primor e qualidade ímpar que impressiona até quem não é muito chegado ao assunto. Dois capítulos eu tenho como favoritos: o capítulo 4, “Uma nova biblioteca: um novo espírito”, que fala da história do livro e das bibliotecas até chegar na Real Biblioteca, e o 8, “O destino da biblioteca em terras brasileiras”, que aborda sua instalação em terras brasileiras. O livro também conta com uma seção de notas explicativas, uma cronologia e muitas reproduções de ilustrações de artistas renomados e de obras e livros que fazem parte do acervo. Eu indico este livro total e completamente para qualquer um, seja bibliotecário ou não, basta ser amante de livros.

8 de mai. de 2015

O castelo animado, de Diana Wynne Jones – DL do Tigre 2015


Tema: Com capa feia
Mês: Maio
Leitura do mês: O castelo animado
Autora: Diana Wynne Jones
Editora Galera Record, 318p.

Sophie é a mais velha de três irmãs na família Hatter. Por ser a mais velha, achava que seu futuro não seria muito interessante, como era comum na sociedade para as irmãs mais velhas. Ela e suas irmãs, Lettie e Martha, tiveram que sair da escola quando seu pai morreu, e Fanny, mãe de Martha e madrasta das outras, resolveu arranjar um lugar onde cada uma delas pudesse trabalhar e adquirir um futuro, enquanto Sophie ficou trabalhando na chapelaria da família. Entediada e se sentindo explorada, Sophie acaba atendendo um dia uma cliente que se revela ser a Bruxa das Terras Desoladas, e é enfeitiçada. Agora, com uma aparência de uma velha de 90 anos, ela parte em busca do castelo do temível mago Howl. No castelo animado do mago, ela conhece o jovem Michael e o demônio do fogo Calcifer. Sophie consegue se infiltrar no castelo e passa a habitá-lo e conviver com Howl e os outros, descobrindo como funciona o castelo que se muda de um lugar para outro.

De forma geral, não sei muito bem o que pensar desse livro. Li por pura curiosidade. E porque descobri que a autora foi aluna de (ninguém mais, ninguém menos) Tolkien e C.S. Lewis (só!!!). Eu achei o livro no Skoob do nada e aí depois que soube mais sobre a autora me interessei. Confesso que no início a leitura foi um pouco arrastada porque não consegui entender o mago Howl e as maldições e tudo envolvido, mas de maneira geral eu gostei. A narrativa é simples e apesar da capa não chamar atenção, a qualidade do trabalho da editora Galera Record vale a pena. Ler este livro me deixou mais curiosa para ver o filme homônimo de Hayao Miyazaki. Recomendado.

4 de mai. de 2015

A ilha dos dissidentes, de Bárbara Morais – DL do Tigre 2015


Tema: Distopia
Mês: Maio
Leitura do mês: A ilha dos dissidentes
Autora: Bárbara Morais
Editora Gutenberg, 303p.

Sybill Varuna é uma orfã que vivia em Kali, uma das zonas de guerra entre a União e o Império. Ao sobreviver ao naufrágio do Titanic III, navio que a levava para o continente Pacífico, ela acaba sendo enviada para Pandora, uma província onde os anômalos vivem. Os anômalos são seres que nasceram com mutações genéticas que dão a eles poderes sobrenaturais. A humanidade se divide entre os seres humanos “normais” e os anômalos. Pois bem, ao chegar em Pandora, Sybill tem dificuldade para se adaptar a certos aspectos da vida neste novo lugar, mas ela consegue fazer amigos e desfrutar da companhia de sua nova família. Ela também começa a se divertir na escola local e a treinar os benefícios que sua mutação lhe oferece, que é a capacidade de não se afogar e não respirar debaixo d’água. Até que uma aula de TecEsp, após vencer a gincana proposta pelo professor, Sybill descobre que o prêmio é a participação em uma missão, sem nenhuma garantia de que irá retornar viva.

Esse é o tipo de livro que te pega de surpresa, da melhor forma possível. Eu já tinha visto tanta resenha e gente comentando que não resisti, fui atrás, até porque eu estou na “onda” das distopias e queria ver se uma autora brasileira faria jus aos livros do gênero aclamados lá fora. Não estou comparando a Bárbara Morais a nenhum dos autores que já li, ok, longe disso. Eu só queria ver se ela conseguiria me fazer enlouquecer com esse livro do mesmo jeito que a Collins e a Roth conseguiram com suas respectivas histórias. A resposta é: SIM! Totalmente, completamente SIM! A capa me chamou a atenção e novamente eu tenho que tirar o chapéu para a editora Gutenberg, que sempre capricha nas suas publicações. A história prende a atenção desde o início, a narrativa é dinâmica e até leve (eu achei), o que contrabalanceia a história cheia de tragédias da personagem principal. Mais um ponto a favor: apesar de tanto problema e perdas, não tem um drama exagerado. Sybill conseguiu me despertar vários sentimentos e várias vezes eu tive vontade de bater nela (principalmente durante a missão) para ver se ela deixava de fazer besteira e lembrava que estava em um trabalho de equipe, que suas ações poderiam por todos a perder. E justamente quando eu já estava comemorando o fato de que pela primeira vez a protagonista desajuizada não ia atrapalhar tanto assim... Óbvio que não posso falar o que acontece, vocês tem que ler, até porque só de me lembrar eu entro no mesmo estado histérico que fiquei enquanto lia, então deixa pra lá. Leiam. Vocês vão amar. Ansiosa para ler o segundo agora.