Título: As seis mulheres de Henrique VIII
Autora: Antonia Fraser
Mês: Outubro
Tema: Passa na Europa
Editora BestBolso, 574p.
Catarina de Aragão, Ana Bolena, Jane Seymour, Ana de Cleves, Catarina Howard e Catarina Parr., estereotipadas como a Esposa Traída, a Tentadora, a Boa Mulher, a Irmã Feia, a Moça Má e a Figura de Mãe. Assim entraram para a história as seis mulheres do rei Henrique VII. Algumas caídas em desgraça por conta própria, outras com a ajuda do próprio marido (um homem lindo e justo quando jovem que se torna um gordo com desejos beirando os caprichos de uma criança birrenta), e uma e outra que conseguiu algum tipo de felicidade. Antonia Fraser desmistifica cada uma das rainhas de Henrique VII e mostra que cada uma delas contribuiu, das próprias maneiras, para a história da Inglaterra.
Divorciada, decapitada, morta, divorciada, decapitada, sobrevivente.
Assim começa uma das melhores biografias que eu já li. História inglesa nunca foi meu forte, apesar de sempre ter sido apaixonada pela vida de reis e rainhas mundo afora, conheço bem pouco. Eu estava de olho nesse livro fazia um bom tempo justamente por retratar uma época que só conheço um pouco através de filmes e séries (eu adoro a história da rainha Elizabeth e sua Era de Ouro, mas pouco sabia sobre a vida de seus pais, mesmo Ana Bolena sendo um assunto bastante abordado quando se fala de realeza inglesa). Aliás, talvez o fato de ser a mãe de uma das melhores governantes da Inglaterra, considerando os bastidores da transformação de Ana Bolena em rainha e a obsessiva fixação de Henrique VII por um filho homem que demorou para chegar e não viveu muito para reinar, seja o maior atrativo para a vida da Rainha Virgem. Eu não quero me prender a Ana Bolena, porque cada uma das mulheres teve um impacto e também não quero dar spoiler do livro, então deixo uma das passagens que mais me cativou (por falta de palavra melhor) e me lembrou que eu não estava lendo uma obra de ficção (porque sim, eu estava torcendo para Ana não morrer):
Por que se considerava essencial livrar-se da rainha Ana de uma vez? A resposta está no comportamento de sua antecessora. Certa vez, o rei e seus assessores tinham previsto uma retirada digna da rainha Catarina do palco, possivelmente para um convento. Em vez disso, tinham enfrentado sete anos de protesto, assumindo formas tão variadas como uma ameaça imperialista do exterior e apoio pessoal a Catarina dentro do país. Não dariam a mesma oportunidade a Ana Bolena. A dispensa com o que seria, na verdade, outro divórcio, teria deixado o rei com mais uma ex-esposa, poucos meses depois de ter-se livrado, pela morte da primeira. O momento da morte da rainha Catarina acelerara a queda da rainha Ana: agora, uma vez mais, a influência da mulher morta estendia-se além de seu túmulo na catedral de Peterborough para derrubar a mulher que a suplantara.
Um livro excelente, pois a autora, além de mostrar como era a vida social com todas as intrigas da corte, falando do vestuário e dos hábitos alimentares, da aparência física e dos dotes artísticos, conseguiu recriar um período muito distante da história britânica de maneira muito real e acima de tudo, desrotular cada uma das rainhas. Completamente recomendado.
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