Título: Dumbo: o circo dos sonhos
Autora: Kari Sutherland
Mês: Abril
Tema: Um livro com adaptação a ser lançada em 2019
Editora Universo dos Livros, 301p.
O circo dos Irmãos Medici está a beira da falência. Por isso, o dono está cancelando números e se desfazendo de animais. Milly e Joe são filhos das antigas estrelas da montaria, Holt e Annie e vivem no circo desde sempre. Sua mãe faleceu devido a uma doença, enquanto o pai estava voltando da guerra. Mas Holt perdeu o braço e agora precisa se adaptar a um novo serviço. Ele, a contragosto, se torna cuidador do filhote de elefante que Medici aposta que será a nova estrela do circo. Quando eles descobrem que o bebê pode voar, Milly e Joe ajudam o elefantinho, que só quer voltar para a mãe. Quando um famoso empresário oferece uma proposta irrecusável que pode tirar todo mundo do vermelho, Medici aceita sem questionar... até perceberem em que tipo de situação eles estão metidos, e que o mundo mágico prometido por Vandevere não é tão encantador assim.
Você é um milagre de elefante, Dumbo. E nós vamos trazer sua mamãe de volta para casa.
Eu infelizmente não fui ver a versão live-action de Dumbo no cinema. A versão animada lançada em 1941 eu vi, mas foi um daqueles filmes de Disney, como O cão e a raposa, que eu não faço mais questão de ver porque é garantia de choro forte. Algumas coisas mudaram de uma versão para outra, e mesmo sem ver a live-action, consegui identificar alguns dos atores do filme pelo personagem, mas o que eu gostei mesmo foi o final desta versão, muito mais satisfatória (apesar de, e por causa do, tom mais sombrio e realista da história). Uma curiosidade que descobri é que o filme de 1941 foi adaptado no livro infantil de Helen Aberson Mayer, falecida a 10 anos (3 de abril de 1999).
Pesquisando aqui e ali, também descobri que Helen se inspirou na história de Jumbo, “o maior elefante do mundo”, que foi capturado na África e chegou ainda filhote no zoológico de Londres em 1865. O elefante manso que permitia que visitantes subissem em seu lombo durante o dia para passear, tinha ataques de fúria durante a noite e só era acalmado por seu cuidador, cujas pesquisas sugerem que dava uísque para acalmar o animal.
Dentre outras coisas, David Attenborough e outros especialistas que
examinaram o esqueleto de Jumbo para um documentário da BBC descobriram que o elefante tinha lesões nos quadris provavelmente causadas pelos visitantes que Jumbo tinha que carregar em seus passeios. Também para explicar o comportamente violento do animal, descobriram que os dentes dele eram malformados, o que, somado as lesões no quadril, causavam dores horrendas.
Quando foi vendido para o circo PT Barnum (o mesmo que virou tema de filme em 2017) em 1882, Jumbo só aceitou ser embarcado quando seu cuidador foi com ele. Sucesso nos EUA, o circo fez uma turnê que chegou no Canadá, onde morreu ao ser atropelado por um trem. Os pesquisadores concordaram que se tivesse vivido mais, provavelmente Jumbo teria se tornado o maior elefante do mundo (ele media 3,45m na época que morreu e ainda estava em crescimento). Em Ontário, cidade canadense, do acidente, existe uma estátua em homenagem a Jumbo.
Voltando ao livro e aos filmes, fico feliz de ver que a Disney fantasiou a vida de Jumbo. É menos traumatizante, mas também abre a discussão sobre a situação de vida de animais selvagens em circos e zoológicos. Graças a Deus a mentalidade humana já conseguiu evoluir um pouco sobre o assunto. Sobre o livro, indico. Vai fazer chorar, mas vale a pena.
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