Autor: Shaun Usher
Mês: Fevereiro
Tema: Um livro que você não sabe nada sobre ele
Editora Companhia das Letras, 368p.
125 cartas de gente importante até gente... não tanto assim. Da carta da rainha Elizabeth ao presidente Eisenhower com sua receita pessoal de scones, passando pela carta de despedida de Virgínia Wolf ao marido, e pela carta de Beethoven para seus irmãos explicando seu comportamento antissocial, até o pedido de socorro do Titanic ao SS Birma, este livro proporciona uma experiência de leitura bastante surpreendente.
O livro traz os fac-símiles de algumas cartas, não todas. As que aparecem mostram os mais diferentes tipos de papéis, com os mais variados tipos de caligrafias. A cada carta, o autor faz um breve resumo sobre o assunto dela. Cartas da realeza, de artistas de todos os tipos, de escritores a pacifistas, o livro reúne um acervo bastante eclético que faz com que se conheça um pouco mais sobre essas personalidades da história da humanidade.
Caro leitor,
O lindo livro que você agora tem em mãos é o coroamento de uma inesperada mas deliciosa viagem de quatro anos por cartas, memorandos e telegramas de famosos, de infames e de não tão famosos — um projeto imensamente gratificante que começou como site e agora se materializa, graças à reação positiva ao lançamento on-line: um museu de cartas em forma de livro que, organizado com todo o carinho, vai prender-lhe a atenção e despertar-lhe as mais variadas emoções; vai, talvez, fornecer alguma novidade até mesmo aos mais bem informados; e, espero, vai demonstrar a importância e o incomparável fascínio da correspondência à moda antiga num momento em que o mundo se digitaliza e a arte de escrever cartas desaparece.
É a isso que o livro se propõe e devo dizer que consegue alcançar o objetivo de forma brilhante. Eu achei que a carta da Rainha Elizabeth seria a mais impressionante, mas me enganei. Uma das que me surpreendeu foi a de William Patrick Hitler, sobrinho de Hitler, endereçada ao presidente Roosevelt em 1942. O que ele queria: se alistar nas forças armadas americanas, o que já havia lhe sido negado pelo motivo de ser parente do ditador nazista. Após uma investigação do FBI feita por ninguém menos que J. Edgar Hoover, ele obteve a permissão para servir na Marinha.
Outra que se destaca entre tantas correspondências inesquecíveis: a carta de Mohandas Gandhi a Hitler, datada de 23 de julho de 1939, pedindo a ele para evitar a guerra (a correspondência nunca chegou ao destin graças a intervenção do governo britânico).
Todo o livro é uma maravilha, e apesar de ter mais de 300 páginas, eu só queria que tivesse mil para abarcar muitas correspondências mais. Completamente indicado.
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