Título: A mulher na janela
Autor: A.J. Finn
Mês: Maio
Tema: Um livro de thriller
Editora Arqueiro, 352p.
Anna Fox sofre de Agorafobia, um distúrbio que faz as pessoas terem medo, dentre outras coisas, de sair sozinho de casa e de ficar cercado por multidões. Ela antes tinha uma família feliz, mas agora vive sozinha com seu gato, enquanto o marido e a filha se mudaram. Ela passa seus dias bebendo, vendo filmes antigos e espiando a vida dos vizinhos. Anna é pega pela vizinha Jane Russell no flagra espionando, mas a vergonha de Anna logo diminui quando percebe que a vizinha quer se tornar sua amiga. Mas uma noite, ao ouvir gritos vindos da casa dos Russell, ela busca informações, mas ninguém parece saber de nada (e quem sabe se recusa a falar). Quando ela testemunha o que parece ser uma briga de casal entre os Russell e logo em seguida Jane ser esfaqueada, Anna precisa vencer seus medos interiores e tentar ajudar. Mas ela não consegue e acaba sendo tachada de alucinada. Agora Anna precisa provar que o que viu foi real.
Sabem aquela vontade que dá de esbofetear um personagem? Foi exatamente assim que me senti lendo esse livro. Passei a leitura inteira num estado de raiva e estupefação completas, da mesma forma que fiquei assistindo A garota no trem. A premissa basicamente é a mesma: mulher com problemas (de ansiedade e com álcool) que testemunha/sabe (de) um crime, mas que é desacreditada justamente por causa de seus problemas psicológicos. A irritação crescia a cada capítulo, pois eu ficava querendo que Anna percebesse o que estava fazendo, o quanto ela estava se prejudicando, mesmo sabendo que a autora só estava retratando uma situação real (tipo o fumante que sabe o dano do cigarro, mas mantém o mau hábito, Anna mistura os remédios com álcool sabendo que pode passar muito mal, mas não tem capacidade de parar).
No caso, a situação de Anna é bem pior, ela acaba sendo muito mais inconsequente, porque ela é psicóloga, consegue captar as mentiras ensaiadas ao seu redor, mas por causa do seu alcoolismo, é desacreditada. E ela não sabe fazer nada para mudar a situação, então se afunda mais ainda na bebida. Até quando ela tenta começar a tentar descobrir todo o mistério, o cérebro não funciona porque ela vive confusa por causa da bebida. Enfim, isso eu achei chato e completamente irritante, a história parecia que não saia do mesmo lugar, rodando e rodando até voltar o mesmo ponto. Eu não sou de desistir de leitura nenhuma, sempre termino um livro seja a história o que for, mas posso dizer com certeza que a ÚNICA coisa que salvou esse livro (até porque eu não estava esperando mais nenhuma grande reviravolta) acontece lá para o final (e não, não é a solução do mistério central) e me deixou em choque, porque nesse tipo de situação, o leitor espera que o personagem lembre só naquele minuto do acontecimento, mas Anna sempre lembrou, sempre soube. E é aí que o autor pega a gente, porque quando tudo parece confirmar uma sucessão de alucinações loucas... bom, aí que tudo começa a entrar nos eixos. Recomendo.
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