19 de mar. de 2018

O ladrão de crianças (Brom) – DLL 2018


Título: O ladrão de crianças
Autor: Brom
Mês: Março
Tema: Um livro de um autor que nasceu em Março
Editora Benvirá, 432p.

Nick tem 14 anos e está fugindo de casa após ser marcado e ameaçado por um traficante de drogas para quem sua mãe alugou a casa onde eles também vivem com sua avó idosa. Ao ser capturado pelos comparsas de Markus, ele recebe a ajuda de um menino estranho chamado Peter, que o convida para viver na ilha de Avalon, onde seus problemas teriam fim. Ele aceita e após jurar solenemente que está indo por vontade própria, Peter o leva até a Névoa, o limite entre os mundos. Na ilha, Nick conhece os Diabos, um grupo de crianças que passavam por apertos no mundo real e quem Peter salvou e ofereceu a mesma coisa que a Nick (cada criança vem de uma época histórica diferente). À medida que os dias passam, o menino é treinado para passar nos testes que irão fazê-lo se tornar um dos Diabos, mas Nick começa a querer voltar para casa. Enquanto Nick se sente dividido entre sua antiga vida e a guerra que já está acontecendo para salvar a vida das criaturas mágicas, Peter convoca seus seguidores para defender a ilha e salvar a Dama do Lago, a protetora da ilha.

Eu nunca mais irei pensar no Peter Pan como aquele garotinho inocente que só quer saber de não crescer para viver aventuras infinitas na Terra do Nunca. NUNCA MAIS. Se bem que, pensando agora, depois de ler o epílogo do autor, eu não sei porque não fiquei com a mesma dúvida que ele com o trecho que ele especifica. Só posso afirmar que nunca vi a coisa por esse ângulo porque eu estava querendo tanto ler a história original, que me perdi nos aspectos que pudessem parecer sombrios.
Adorei, simplesmente adorei, a mistura do conto de Peter com o que eu pude identificar dos elementos dos mitos arturianos e das lendas celtas, além da mitologia finlandesa e irlandesa, mais especificamente Avalon, a ilha onde vive a grande bruxa Mordred, e seu encobrimento para protege-la e seus habitantes das invasões dos cristãos que queriam erradicar os cultos satânicos (que a Marion Zimmer Bradley identifica como o culto a deusa na sua série As brumas de Avalon).
A leitura foi uma das mais intensas que já fiz de modo geral, porque a história não deixa que se respire fundo para se recuperar para o que vem a seguir. É violência direto, a ação não para nunca, e a violência é bastante gráfica, seja no mundo real (Nova York, não Londres) ou na Ilha de Avalon (não a Terra do Nunca). Peter não é de longe aquele garotinho simpático que a Disney nos fez crescer adorando, e sim um menino vingativo que não parece se importar com as vidas que deixa pelo caminho ao perseguir seus objetivos. O final definitivamente foi inesperado, me deixou com a mesma sensação absurda de desespero e como se faltasse alguma coisa para concluir a história. Sério, não estou aceitando bem esse final até hoje. Recomendo se você quer uma ficção que vai fazer você se desesperar do início ao fim.

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