Autora: Fabiane Ribeiro
Ebook, 260p.
“Azul. Cor extinta da natureza há décadas na realidade em que vivia.”
O mundo mudou muito. Anos, séculos, milênios de utilização irresponsável levaram a continua destruição de um planeta. Agora, as pessoas vivem em redomas, Extremamente ricos e Ricos, uma proteção contra a poluição alarmante que está matando todos que não podem pagar por ela: os Pobres e Miseráveis (sim, as classes sociais são exatamente essas). O Maquinário controla tudo. Zildhe está correndo, utilizando suas últimas forças para chegar ao posto de respiração e tentar colocar algum ar puro em seus pulmões saturados de tanto ar envenenado.
Vanessa está intrigada com seus sonhos. Quando ela acha, em meio ao lodo daquilo que um dia foi um belo mar azul, uma garrafa de vidro azul e vê o que ela continha, sua euforia é imensa, pois ela sempre foi fascinada pelos estudos dos Antigos daquilo que não existia mais. E é de posse da mensagem no pedaço de tecido encontrado dentro da garrafa que Vanessa começa a pensar em seu mundo.... No Hospital dos Embriões, ela trabalha como Geradora, cuidando para que as crianças nasçam no momento certo. Seu choque inicial ao ver Zildhe sufocando no corredor esperando uma imagem de seu filho ainda não passou. Quando descobre que o filho dela é deficiente e será descartado, uma sensação estranha a leva onde Zildhe está em seus momentos finais. Uma pergunta não respondida, um novo sentimento, indagações íntimas e uma promessa. É o início de uma nova mudança.
Mais um livro da querida escritora parceira Fabiane Ribeiro. Eu sabia que ficaria impressionada com esse livro como havia ficado com o Corações em fase terminal, leia resenha aqui, mas nada me preparou para o que eu li. Talvez pelas incomuns divisões sociais, o planeta estar a beira da destruição, o domínio das máquinas, um governo com mão de ferro, eu tenha me lembrado de Jogos Vorazes. E um pouco de Divergente. No entanto, Fabiane conseguiu ser mais drástica.
Um mundo grosseiramente modificado pela má atuação humana nele; a divisão em classes sociais no mínimo incomuns, mas que retratam perfeitamente a situação vivida na história; uma sociedade programada, desprovida de emoções essencialmente humanas. O livro todo me levou a pensar: será essa a expectativa de vida das pessoas quando o planeta estiver a beira da extinção? Será que vamos chegar a esse extremo das redomas? O que raios estamos fazendo com nosso planeta? A gente ama, a gente sonha proporciona muito mais que uma boa leitura, ele também suscita uma visão consciente do mundo. Mil estrelas.
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