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17 de fev. de 2013

Branca de Neve (Alexandre Callari)


Título: Branca de Neve: os contos clássicos
Autor: Alexandre Callari
Ed. Generale, 224p.

Alexandre Callari apresenta, na primeira parte do livro, versões do conto da Branca de Neve encontradas em países como Alemanha, Escócia e Suíça, comentando cada uma, apresentando um pequeno histórico do conto. Na segunda parte, ele apresenta e resume as principais representações do conto nos cinemas, peças teatrais, HQ’s e pastiches. Na terceira e última parte, o autor apresenta sua própria variação do conto da Branca de Neve.

Um livro excelente que analisa de forma breve, mas brilhante, o conto da Branca de Neve. Com prefácio de Babi Dewet (uma boa surpresa), o autor faz um apanhado das variações do conto da Branca de Neve em diversos países. O leitor pode se surpreender e deliciar com a variedade de representações, mas que apresentam quase sempre os mesmos elementos, com os quais ele (o leitor) já está acostumado: um objeto envenenado, a inveja da mulher mais velha,... Outra boa surpresa é a quantidade de representações artísticas que existem deste conto, algumas totalmente desconhecidas do público jovem (muito diferentes da já conhecida versão da Disney e talvez até mais interessantes). O conto escrito por Callari também é muito bom, porque nele Branca de Neve é demonstrada de uma forma menos submissa e um pouco mais ativa. De modo geral, eu adorei o livro. Fiquei muito interessada na época do lançamento (não só por causa do burburinho em torno do filme Branca de Neve e o caçador, que mostra uma visão mais adulta da princesa), mas porque sempre amei contos de fadas. Quando terminei, me vi desejando que o autor lançasse mais livros sobre as outras princesas dos contos de fadas, adoraria ver o histórico por trás de Cinderela, Bela Adormecida, Mulan... Enfim, um livro muito indicado, não só pela escrita simples, mas pelas informações valiosas que contém.

22 de jul. de 2012

Uma análise criteriosa da série Harry Potter (John Hougthon)



Título: Uma análise criteriosa da série Harry Potter: virando e fazendo a cabeça das nossas crianças
Autor: John Hougthon
Editora Candeia, 109 p.

Em uma análise (im)parcial de Harry Potter, Houghton afirma que J.K. Rowling deve ser parabenizada pelo conjunto de sua obra e por ser uma escritora talentosa, ao considerar o contexto da vida da autora em que o primeiro livro surgiu: uma mãe divorciada batalhando para sustentar a si mesma e sua filha bebê que senta para escrever num café em um de seus passeios rotineiros. A obra também é parabenizada pois o mundo de Harry é “um mundo moral, que traça linhas entre o bem e o mal... [onde] as vitórias não são baratas; existe um preço a ser pago, lições a serem aprendidas e escolhas devem ser feitas que acarretam consequências.” O autor considera que uma obra literária fantástica invoca um mundo imaginário diferente do nosso, e tal fato pode ser bom ou ruim, no entanto, Harry Potter pende para o lado ruim. Em suas considerações, o autor faz referência a outras obras literárias e a história e discursa sobre a magia de Harry Potter, bruxas e misticismo para expor sua visão pessoal sobre o que os pais devem ou não permitir a seus filhos lerem. Ao comparar Harry Potter com a Bíblia, ele afirma que enquanto no primeiro o bem e o mal são iguais, na segunda Deus (bom) está acima do Diabo (mal). Ao alertar o leitor para não se cometer “o erro idiota” de achar que o amor mostrado em Harry Potter é cristão, já que nesse caso, Harry deveria perdoar seus inimigos. 

Um título que pode (ou não) ser faca de dois gumes. Tudo depende da interpretação do leitor. O livro mostra no início, comparações plausíveis e equilibradas, mas o autor falha no quesito da imparcialidade. Apesar de em nenhum momento afirmar que “a série pode/deve ser lida por crianças” ou “a série não pode/deve ser lida por crianças”, algumas vezes parece simplesmente que ele está tentando evangelizar o leitor. De forma geral, uma leitura fácil e esclarecedora.