Título: A guerra não tem rosto de mulher
Autora: Svetlana Alexievich
Mês: Abril
Tema: Um livro de um autor vencedor ao nobel de literatura
Editora Companhia da Letras, 392p.
Vou dizer o seguinte: sem ser mulher não dá para sobreviver na guerra.
Elas foram atiradoras de elite e enfermeiras. Desarmaram minas terrestres e bombas. Foram pilotas, médicas de campo, oficiais de comunicação. Estas mulheres combateram com os filhos nas costas. Em relatos curtos e médios (às vezes contidos e não tão honestos), a autora fala que as mulheres tiveram que lidar com piolhos, lama e sangue, que endurecia e causava bolhas (já que elas não tinham como trocar de roupa). Esses relatos dão voz a história das mulheres que lutaram no exército vermelho durante a Segunda Guerra Mundial.
A vila da minha infância depois da guerra era feminina. Das mulheres. Não me lembro de vozes masculinas. Tanto que isso ficou comigo: quem conta a guerra são as mulheres. Choram. Cantam enquanto choram.
OMG! Depois de ler Vozes de Tchernóbil, achei que estava preparada para mais um livro desta autora. Até porque não é a primeira vez que leio um livro sobre guerra. Não achei que fosse possível, mas esse livro conseguiu me chocar mais do que o primeiro. Foi difícil até resenhar, dada a quantidade de questionamento que ficou na minha cabeça depois que terminei de ler. O relato é brusco, fala com uma franqueza absoluta sobre o efeito da guerra na vida dessas mulheres. Mesmo assim, não se ignora o lado feminino delas (elas queriam estar bonitas). Um livro completamente arrebatador, muito recomendado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário