Shyima é a sétima filha entre onze filhos. Sua família é pobre, seu pai é um homem violento e sua vida não é fácil. Mas tudo muda para pior quando, aos oito anos de idade, ela é vendida a família para quem sua irmã mais velha trabalha (em um quase sistema de escravidão) para pagar por um erro da irmã. Agora Shyima é empregada: acorda antes de todo mundo, só tem uma refeição por dia e dorme depois de todos.
Um tempo depois, a família a quem a menina serve se muda para os EUA, mas as coisas melhoram um pouco porque o sistema é outro e a família precisa ter cuidado para que não descubram que Shyima é uma escrava. Em 2002, a vida de Shyima muda de vez quando a polícia aparece para tirá-la da casa depois de uma denúncia, e a partir daí a menina consegue se libertar de seu passado doloroso.
Eu não tinha muita experiência de vida, mas sabia que famílias deveriam permanecer unidas. Pais deveriam cuidar e dar apoio a seus filhos, não vendê-los a estranhos.
Essa história é muito pesada. Quando li a sinopse, imaginei que não seria uma leitura fácil ou divertida, mas o que se encontra nele é muito forte. A vida de pobreza no Egito, o pai violento, depois a venda para a família que se muda e o fato de que ela tem que aguentar todo tipo de humilhação, até mesmo quando já está nos EUA (foi nessa parte que achei que tudo mudaria bem rápido). Foi bom ver que ela conseguiu seguir adiante, deixar para trás as experiências dolorosas da vida. O fato de Shyima falar sobre escravidão no mundo de forma tão pungente torna toda a leitura, de certa forma, mas atrativa porque você percebe o quando isso ainda é muito real. Esta foi uma daquelas biografias que encontrei por sorte e que marcaram muito. Completamente recomendado.
Editora V&R.
248 páginas.
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