Título: Peixe grande: uma fábula do amor entre pai e filho
Autor: Daniel Wallace
Mês: Agosto
Editora Rocco, 183p.
Sinopse: No dia em que Edward Bloom nasceu, uma nuvem carregada de raios, que queimavam a copa das árvores e ameaçavam fazer o mesmo com a cabeleira dos homens mais altos, trouxe a chuva que pôs fim à mais severa seca da história do estado do Alabama. Em seu aniversário de nove anos, ele se deparou com um homem congelado dentro de um imenso bloco de gelo, no caminho para o primeiro dia de escola. Mais tarde, já adolescente, derrotou com uma boa conversa um eremita gigante que morava numa caverna nas montanhas e devorava tudo o que via pela frente. É nesse clima de fantasia que Daniel Wallace dá forma a Peixe grande? Uma fábula do amor entre pai e filho, romance que ganhou às telas de cinema na adaptação de Tim Burton, com Albert Finney e Ewan McGregor dividindo o papel principal.
Peixe grande conta a história de Edward Bloom, um garoto do sul profundo americano que nasceu para ser peixe grande. O livro é montado sobre episódios cronologicamente ordenados que narram a vida de Bloom. Seu nascimento, suas aventuras de infância, a passagem para a vida adulta, a descoberta do amor, o nascimento do filho etc... E é justamente o filho, que tantas e tantas vezes ouviu o pai contar as aventuras de sua vida, o narrador do livro.
Costurando os episódios fantásticos que cobrem a vida de Edward Bloom, está a triste realidade de sua morte, que, sabiamente, foge da ordem cronológica para entremear toda a narrativa. É nessas horas que o filho/narrador assume também a função de diretor de cinema para, como numa filmagem, tentar alternativas diferentes de narrar o que será o último encontro entre pai e filho. Como quase sempre ocorre num set de filmagem, dificilmente a primeira tomada satisfaz.
Em Peixe grande, a morte de Edward Bloom é narrada em cinco diferentes takes. Embora a mecânica da cena varie em detalhes, nas quatro primeiras, o rio de lágrimas que costuma marcar esse tipo de desenlace na ficção é substituído por um alívio cômico no instante final. Menos na última. Mas, nem mesmo nesta, em que o realismo parece ser mais marcante, o autor cede à solução fácil. No lugar de um rio de lágrimas, ainda mais caudalosa, está a irresistível correnteza da fantasia.
Eu vi esse livro num sebo e fiquei curiosa, principalmente porque eu já havia visto o filme. No início, eu arrastei muito a leitura, quase desisti, mas depois que peguei o embalo, não larguei mais. O livro é dividido em quatro partes, a morte de Edward Bloom é narrada em cada uma delas e isso me confundiu um pouco. Quando chega no fim do livro, fica-se com um sensação de encantamento, por um filho inconformado com as histórias do pai, que ele acha que são pura invenção, enquanto o pai afirma até o fim que tudo é verdade. O mais tocante é o fato do pai estar em seu leito de morte e isso, mesmo quase sendo uma sombra em uma história que tinha tudo para ser infantil, acaba dando um toque mais suave, pois é através das histórias que o pai conta que o filho vai aprender a conhecê-lo mais antes do derradeiro fim. Um livro muito fofo e emocionante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário