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15 de ago. de 2011

Um leão chamado Christian



John Rendall e Anthony 'Ace' Bourke, dois australianos em férias em Londres, compraram o leão Christian em 1969, na loja de departamentos Harrods. Desde o começo, se mostraram preocupados com o futuro do leão. John e Ace cuidaram de Christian até que ele tivesse um ano de idade. Seu crescimento e o custo para mantê-lo fizeram com que eles percebessem que não poderiam mantê-lo em Londres por muito tempo. A solução veio quando Bill Travers e Virginia McKenna, estrelas do filme Born Free, visitaram a loja de móveis de Rendall e Bourke, onde Christian passava seus dias. Travers e McKenna sugeriram, então, que eles pedissem a ajuda de George Adamson, um conservacionista kenyano que, justamente com sua esposa Joy, foi o assunto do filme Born Free. Adamson concordou em ajudá-los na adaptação de Christian para a vida selvagem na Reserva Nacional de Kora.
Adamson gradualmente apresentou Christian a um leão mais velho, Boy, e para a filhote fêmea Katania, na tentativa de formar o núcleo de um novo bando. No entanto, alguns infortúnios assolaram este novo bando: Katania foi, provavelmente, devorada por crocodilos enquanto bebia água e Boy foi morto por Adamson na tentativa de salvar seu ajudante, atacado pelo leão. Duas vidas perdidas e Christian se encontrava sozinho. Adamson continuou seu trabalho, e, após um ano o novo bando de Christian estabeleceu-se na região de Kora, tendo Christian como o líder do bando iniciado por Boy.
Quando Rendall e Bourke foram informados por Adamson disso em 1971, eles viajaram para o Kenya para visitar Christian. A visita foi filmada e transformou-se no documentário Christian, The Lion at World's End. De acordo com este documentário, Adamson alertou Rendall e Bourke para a possibilidade de Christian não recordar-se deles, mas o filme mostra um leão, inicialmente cauteloso, que corre ao encontro dos dois homens, envolvendo as patas em torno dos seus ombros e lambendo seus rostos. O documentário também mostra as fêmeas Mona e Lisa, e um filhote chamado Supercub saudando os dois homens, devido à influência de Christian. Um encontro final em 1972 também está registrado em imagens no livro. Até o dia em que Adamson, que sempre reportava a vida de Christian a seus pais, não o viu mais.
O livro também mostra algumas opiniões sobre a convivência homem e animal na África, afirmando que eles são inimigos naturais. O livro é uma reedição, o original foi lançado na época em que John e Ace já haviam devolvido Christian ao seu habitat original. O vídeo no youtrube serviu para popularizar novamente a história desse leão, e para fomentar ainda mais as discussões acerca de se ter um animal selvagem como bicho de estimação, sobre o futuro de animais de circo e de colecionadores e até mesmo de animais usados para filmes. O que acontece com eles depois? São vendidos para circos ou para zoológicos. Claro, hoje em dia já existe uma preocupação maior com o bem estar do animal. Ainda assim. Ninguém nasceu para viver preso. É muito triste que o rei da selva, que antes tinha toda a savana para correr, tenha que contentar com um cercado. A história de Christian e seus dois pais é uma impressionante amostra de como o selvagem se aproxima do coração humano.