18 de nov. de 2019

Lendo o Brasil: PARÁ – A torre acima do véu (Roberta Spindler)

Uma névoa estranha e assassina tomou conta da superfície do planeta. As pessoas sufocam, a pele arde e logo as ruas e todos os lugares ficam atulhados de cadáveres. Até mesmo os animais são afetados. Somente as pessoas que moram ou conseguiram se refugiar nos arranha-céus sobreviveram a isso. Décadas depois, Becca é uma dessas sobreviventes, mora em Rio-Aires, cidade controlada pela Torre. Ela, seu pai e seu irmão fazem trabalhos tanto para a Torre quanto para contratantes independentes. Numa dessas missões, o irmão de Becca é dado como morto. Para resgatá-lo, a jovem vai contar com a ajuda de Leon e vai acabar descobrindo mais do que imaginava.


Desde que li Contos de Meigan, me apaixonei pela narrativa da Roberta Spindler, mas confesso que quando ela anunciou o lançamento dessa distopia, não fiquei ansiosa para ler, por dois motivos: 1- em toda distopia que eu já li, tem que acontecer alguma coisa no final para me fazer odiar a história; 2- nem todas conseguem prender atenção, algumas eu terminei só por terminar mesmo e não queria que isso acontecesse com um livro da Roberta. Mesmo assim, li... e adorei.
A história é muito bem construída, prende a atenção do início ao fim sem que se fique “olhando para os lados”. Eu só achei que o final deixou pontas soltas, foi o tipo de história que se sabe que não vai ter continuação, mas que deveria.

Editora Giz Editorial.
288 páginas.

15 de nov. de 2019

198 livros: CHINA – Imperatriz (Shan Sa)

Luz era a terceira filha da segunda esposa de um plebeu enobrecido. Desde pequena, ela tomou consciência do seu papel como mulher na China do século VII. Após a morte do pai, ela e sua mãe se vêem empobrecidas e nas mãos dos filhos do primeiro casamento do pai, que nunca aceitaram a segunda esposa. Notada por sua inteligência, ela é indicada para ser concubina do imperador. Luz começa a sonhar com o dia que daria um filho ao imperador e garantiria a salvação de sua família. A vida de Luz dá muitas reviravoltas, enquanto ela aprende a lidar com as intrigas femininas da corte, onde esposas e concubinas se matam e a seus filhos em busca da própria segurança. Ao se tornar imperatriz de um imperador que a ama, mas que não foge do estereótipo da época, Luz se torna uma força a ser reconhecida, mandando e sendo obedecida, se inteirando dos problemas do império e fortalecendo seu poder. Após sua morte, sua descendência, infelizmente, apagou suas conquistas e não conseguiu manter o que ela construiu.


O império me venerava como a esposa e a mãe dos soberanos da dinastia Tang.

Meu único problema com esse livro foi o fato de ser um romance histórico ao invés de uma biografia. Eu poderia citar outras questões que me fizeram ter um pouco de dificuldade na leitura (como os nomes próprios e os títulos, além da própria linguagem ter um teor poético), mas depois percebi que isso não fez muita diferença na hora de conhecer essa personagem tão fascinante. Não sei praticamente nada de história chinesa, mas o pouco que sei me levou a ficar encantada com a vida dessa mulher e do que ela sofreu para poder fugir do ostracismo no qual as mulheres em sua condição viviam. Livro muito indicado.

Editora Ediouro.
351 páginas.

13 de nov. de 2019

Terminais (Roderick Gordon, Brian Williams) – DC 2019


Título: Terminais
Autores: Roderick Gordon, Brian Williams
Mês: Julho
Tema: Um livro escrito a quatro mãos
Editora Rocco, 416p.

Will e Elliot agora estão no mundo inferior, depois de toda a luta para impedir a disseminação do vírus. Eles encontram neogermanos que sobreviveram a catástrofe e recebem uma ajuda, enquanto doam sangue para que possa ser criada uma vacina. Elliot, com seus instintos Styx, lidera o grupo em direção a algo que nem mesmo ela sabe o que é. De alguma forma, eles acabam voltando para a Crosta, que está um caos, já que Hermione conseguiu levar adiante a Fase. A Inglaterra está tomada pelos Armagi, criaturas de pele transparente abomináveis e praticamente indestrutíveis que podem se regenerar com facilidade. Enquanto esperam pela ajuda dos EUA que eles não sabem se vai chegar, Will, Elliot, Chester e todos os outros precisam lidar com seus problemas pessoas enquanto tentam resolver a situação e acabar com os styx de uma vez.

Um dos melhores pontos nessa história é o contato com o presidente norte-americano, os autores souberam construir bem isso, não ficou forçado ou muito inventivo. Como todo final de série, o livro tem grandes perdas sim, se prepare, mas também tem muitas surpresas. A ação é constante, a história nunca perde o ritmo porque os personagens estão sempre em movimento. O final foi excelente, muito bem formulado, que deixou uma brecha (?!) para o que o futuro poderia reservar para Will. Confesso que me deixou empolgada por mais um livro, mesmo sabendo que este era o último. Uma série que foi uma surpresa do início ao fim, completamente recomendada.

11 de nov. de 2019

A arma de um jedi (Jason Fry) – DLS 2019


Título: A arma de um jedi
Autor: Jason Fry
Mês: Novembro
Tema: Um livro com personagens não humanos
Editora Seguinte, 200p.

A primeira Estrela da Morte foi destruída e Luke Skywalker é um herói da Aliança Rebelde, mas ele não se sente merecedor de todo esse reconhecimento. Em uma de suas missões, ele é atraído para o planeta Devaron pela Força, onde existe um antigo tempo jedi. Sua localização foi isolada pelo império e ultrapassar os limites impostos é proibido, mas Luke consegue entrar no lugar com a ajuda de Sarco, um guia local, apesar dos habitantes considerarem-no nada confiável e o templo, um lugar amaldiçoado. Enquanto ele está no templo continuando com seu treinamento, começa a ser caçado pelo império. Mas talvez nem só por ele...

Um livro que fala de lembranças, como A arma do contrabandista, só que dessa vez focado em Luke. É interessante a mescla que fazem entre passado e presente, além de mostrarem um Luke mais amadurecido, tentando continuar com seu treinamento interrompido com a morte de Ben Kenobi. O livro é pequeno, dá para ler em pouco tempo, e é uma boa pedida para quem quer ser aprofundar mais nesse universo.

8 de nov. de 2019

Star Wars The last jedi (Alessandro Ferrari) – DLLC 2019


Título: Star Wars The last jedi
Autor: Alessandro Ferrari
Mês: Novembro
Tema: Um livro que virou filme
Editora IDW, 80p.

A base da Resistência foi descoberta e agora está sob ataque, obrigando todos a fugirem. Enquanto Poe Dameron organiza um ataque para destruiu um encouraçado, o general Hux revela sua estratégia ao supremo líder Snoke. A Resistência acha que conseguiu escapar, quando é capturada de novo, e nesse novo ataque, toda sua liderança é morta, com exceção da general Leia. O que ela não sabe é que seu filho, Ben Solo, agora conhecido pela alcunha de Kylo Ren, não foi responsável pelo ataque que quase a matou. A Almirante Holdo assume a liderança da Resistência no lugar de Leia, e suas ordens entram em conflito com as ideias de Poe, que ajuda Rose e Finn num plano louco de ataque a nave da Primeira Ordem. Enquanto isso, Rey encontrou Luke, mas o jedi se recusa a treinar uma nova geração de jedi, e explica seus motivos. Uma poderosa e inesperada ligação da jovem com Kylo muda toda a perspectiva da guerra, e Rey se entrega ao inimigo na esperança de trazer o conflituoso cavaleiro de Ren de volta a luz. Mas a força funciona de maneiras estranhas, e nem Rey nem Ben estão preparados para o que está por vir.

A melhor graphic novel porque, obviamente, The last jedi foi o melhor filme da nova trilogia de Star Wars. Não só porque Luke finalmente dá as caras, mas porque se descobre mais sobre as motivações dos personagens chaves (e sim, claro, porque temos aquela visão maravilhosa do peitoral de Kylo Ren :D ) Esta HQ segue a linha de acontecimentos do filme, e os traços, principalmente de Kylo, estão melhores do que na graphic de The force awakens, mais uma coisa que gostei. Algumas cenas do filme ficaram estranhas por causa das expressões dos personagens que o artista resolveu retratar aqui, e acaba tirando um pouco do teor da história como a conhecemos vendo o filme (como por exemplo, mantiveram os três coques da Rey quando ela vai encontrar com Kylo, o que no filme ela já não usa mais, simbolizando o abandono de seu passado), mas nada que diminua o material. Recomendado.

6 de nov. de 2019

Uma real leitora (Alan Bennett) – DLL 2019


Título: Uma real leitora
Autor: Alan Bennett
Mês: Novembro
Tema: Com a capa azul
Editora Record, 112p.

Em um de seus passeios com seus cachorros, a rainha Elizabeth encontra um furgão estacionado nas dependências reais. Ao verificar e se desculpar pelos latidos dos cachorros, ela percebe que o furgão é uma biblioteca itinerante de Westminster. Ao emprestar um dos livros, começa sua paixão pela leitura. Mas esse novo interesse começa a se tornar um problema quando, ao observar com novos olhos seus compromissos reais, ela percebe que eles se tornaram desinteressantes. E isso não cai muito bem com seus servidores reais.

Um livrinho bem curto e muito fofo. Eu já admirava (admiro, no presente) a rainha Elizabeth II, então foi com boa vontade que peguei esse livro. Achei que seria uma história meio infantil, mas não. Despretensioso, o autor mostra como cresce o gosto da rainha pela leitura e que até mesmo ela sentiu que, depois de ler variados livros, sentiu a necessidade de colocar as próprias ideais no papel. Não acho que esse livro tenha algo de biográfico, mesmo assim vale a pena pensar que conhecemos um pouquinho do pensamento da rainha. Recomendo.

4 de nov. de 2019

A vida de C.S. Lewis (Robert MacSwain e Michael Ward) – DLL 2019


Título: A vida de C.S. Lewis: além do universo mágico de Nárnia
Autores: Robert MacSwain e Michael Ward
Mês: Novembro
Tema: Que está na sua estante há mais de 3 anos
Editora Martins Fontes, 440p.

Sinopse: Por mais de meio século, C. S. Lewis vem alimentando a imaginação de milhões de pessoas em todo o planeta com seu fantástico mundo de Nárnia. Para celebrar o 50º aniversário de sua morte, o dr. Alister McGrath reconta a vida deste que é considerado um dos maiores escritores do século XX.
Em A vida de C. S. Lewis: Do ateísmo às terras de Nárnia, McGrath apresenta um panorama abrangente e fascinante da trajetória de um pensador profundamente original e que se tornou fonte de inspiração para crianças e adultos em todo o mundo.

Os Inklings originais eram um grupo de estudantes de graduação que se reuniam no alojamento de Edward Tangye Lean (1911-1974) — irmão mais novo de David Lean, o futuro diretor de cinema — no University College, para ler textos inéditos que depois eram discutidos e criticados. Lean, que iniciou e organizou o grupo, escolheu o termo Inklings para sugerir a ideia de ocupar-se com a redação de textos. Lewis e Tolkien foram ambos convidados a frequentar essas reuniões, nas quais predominavam alunos de graduação. Quando Lean deixou Oxford em junho de 1933, o grupo foi desativado.

Um dos melhores livros do ano e a melhor biografia sobre C.S. Lewis que eu já li. O autor entra em detalhes de forma magistral, sem que a narrativa fique cansativa ou muito “lotada”. Cada capítulo é um aprendizado sobre a vida de Lewis, que me fizeram descobrir coisas que nem imaginava (principalmente sobre Joy Davidman e Mrs. Moore) e lembrar de fatos da vida dele que eu já havia esquecido (como se deu sua morte). As descrições dos momentos de sua vida e o contexto em que foi lançado cada um de seus livros prendem a atenção. Valeu cada minuto da leitura, recomendo completamente.