30 de jul. de 2018

198 livros: SOMÁLIA - Nômade (Ayaan Hirsi Ali)

O primeiro livro sorteado para o desafio é da SOMÁLIA. Para minha surpresa, eu já tinha ouvido falar de Ayaan Hirsi Ali, mas ainda não tinha lido nada dela. Tentei conseguir Infiel, seu primeiro livro, mas não achei então escolhi Nômade. Em Infiel, ela fala sobre sua infância e adolescência vivendo sob o rigor do islamismo, passando de país para país: Somália, onde nasceu, Arábia Saudita, Etiópia e Quênia até chegar na Holanda. Foi lá que Ayaan se tornou uma das principais críticas do islã e começou a defender o direito das mulheres.


Em Nômade, ela também fala sobre sua vida desde o nascimento, passando pela Holanda até chegar nos EUA, para onde foi em busca de uma vida nova, longe dos que passaram a ameaça-la de morte. Cada capítulo de seu livro é “dedicado” a um parente. Ela relata seu relacionamento com seu pai, sua mãe, sua avó, seu irmão, seus primos, e cada relato é de uma sensibilidade única. Ayaan fala de quando fugiu do casamento arranjado pelo seu pai, de como ficou sua vida após a família renegá-la quando ela renunciou ao islã depois do 11 de Setembro de 2001, e sua reconciliação anos mais tarde.

“As feministas do Ocidente devem transformar o drama da mulher muçulmana em sua própria causa.”

As melhores partes do livro são as opiniões e a visão de Ayaan sobre o feminismo e o cristianismo, os quais ela convoca para ajudar imigrantes muçulmanos a superar os mesmos obstáculos pelos quais ela passou em sua busca por nova vida no ocidente. Gostei muito deste livro e estou buscando agora Infiel, que parece, pelas resenhas que li, dar enfoque a mais detalhes de sua infância e adolescência.

Editora Companhia das Letras.
392 páginas.

27 de jul. de 2018

Desafio 198 livros

No final de 2017, comecei a caçar os desafios literários que eu poderia participar encaixando os livros que ainda tinha para ler e decidir se ia manter na estante ou se ia doar/trocar. Dentre os vários que achei, o 198 livros foi o que mais me chamou atenção. Até esse momento, eu nunca havia parado para pensar na nacionalidade dos autores que eu leio, e percebi que, mesmo participando de vários desafios desde 2010 e lendo livros cujos temas não me apeteceram, eu sempre lia mais autores norte-americanos e ingleses, raros eram do continente africano ou de países orientais. 


O projeto me interessou e fui atrás para saber mais. O 198 livros foi criado pela Camila Navarro, do blog Viaggiando, que se inspirou na iniciativa de Ann Morgan, que leu 196 livros em um ano. Camila resolveu ler livros dos 193 países que fazem parte da ONU mais seus dois estados-observadores (Palestina e Vaticano), além de Kosovo, Taiwan e Saara Ocidental. 
Ela está nesse desafio desde 2013, já leu uma boa quantidade, e ano passado quando falei com ela, percebi o quanto este é um projeto empolgante. Então resolvi participar. Como já estava tendo que dar conta de 4 desafios literários, resolvi adotar o mesmo critério da Camila sobre o tempo de leitura e também criei os meus próprios critérios de seleção: 

a) não tem estipulação de tempo para ler o livro, até porque existem livros de países que eu nunca vi, mesmo depois de muita pesquisa, serem publicados no Brasil; 
b) quando não encontrar livros em português, vou dar prioridade para edições em inglês; 
c) não vou dar preferência a gênero; 
d) sempre que puder vou tentar ler livros físicos (minha vista cansa muito lendo ebooks); 
e) a cada três meses, sorteio três livros para ler seguidamente, até mesmo para facilitar a compra ou empréstimo, caso eu não tenha em casa o autor do país selecionado. O sorteio vai ser feito no site Sorteio Go, sempre excluindo os três países anteriormente selecionados. 

Como em julho minhas outras leituras já estavam completamente selecionadas, percebi que seria uma boa hora para começar esse desafio, e o sorteio dos meses de julho, agosto e setembro já foi feito. O primeiro livro da lista é da SOMÁLIA: Nômade, de Ayaan Hirsi Ali.

20 de jul. de 2018

Titanic (Philippe Masson) – BL 2018


Título: Titanic: a história completa
Autor: Philippe Masson
Mês: Julho
Tema: Ganhou e ainda não leu
Editora Contexto, 269p.

Sinopse: Aquela viagem prometia. Para alguns era a chance de "fazer a América". Para outros, a oportunidade de desfrutar do navio mais luxuoso já construído. Havia aqueles que apenas queriam fazer a travessia do velho ao novo continente. E uma multidão de tripulantes, responsáveis pela segurança e pelo conforto. Porém, a vida das mais de 2.200 pessoas que deveriam desembarcar em Nova York em 17 de abril de 1912 tomou um rumo inesperado. O Titanic não resistiu ao choque com um iceberg e pereceu nas águas profundas do Atlântico Norte. Quase 1.500 morreram no mais impressionante desastre marítimo já visto. Philippe Masson, um dos maiores especialistas navais do mundo, nos leva a bordo do Titanic. Seguimos com ele os botes salva-vidas, os navios que receberam pedidos de socorro e acompanhamos, também, a agonia dos que estavam em terra esperando informações precisas. Conhecemos, ainda, a vida pós-Titanic e o que mudou depois o desastre. Repleta de mapas, ilustrações, quadros e fotos, Titanic: a história completa surge como a obra definitiva sobre a verdade de uma das maiores tragédias do século XX.

Mais um livro guardado para ser lido e resenhado em algum momento especial rsrsrs Achei que seria um romance, afinal, a tragédia do Titanic, mesmo mais de um século depois, ainda chama a atenção pelo fato de que ainda não existe (e provavelmente nunca existirá) nenhuma certeza absoluta sobre os vários aspectos da viagem e do afundamento do navio. O livro fala desde sua construção, comparando com outros transatlânticos da época, até o afundamento no meio do oceano, a luta psicológica dos passageiros sobreviventes, a criação da lenda e do memorial do navio. O livro traz várias imagens em preto e branco (da construção, dos passageiros, tripulantes, dos sobreviventes), imagens e desenhos descrevendo o navio afundando, incluindo uma ilustração de todas as áreas e conveses do Titanic, que serve para transportar o leitor para aquela época e soltar a imaginação durante a descrição de cada local do navio. Muito recomendado.

18 de jul. de 2018

O livro da escuridão (John Stephens) – BL 2018


Título: O livro da escuridão
Autor: John Stephens
Mês: Julho
Tema: Ultimo livro de trilogia/série
Editora Suma de Letras, 312p.

Emma foi sequestrada pelo Magnus Medonho, enquanto Kate e Michael ficam para trás, e se juntam ao dr. Pym e líderes de várias raças para discutir os avanços do Magnus Medonho e o que podem fazer para impedir que ele chegue até o livro que falta, o Livro da Escuridão, cuja protetora é Emma. Kate começa a ter visões com Rafe, que lhe fala sobre o verdadeiro significado da profecia. Quando ela e o irmão de juntam ao mago e alguns amigos para resgatar Emma, as coisas dão errado e os três irmãos fogem, indo parar numa terra de gigantes. Depois de alguns revezes, recebem a ajuda do gigante Willy e Emma consegue ir parar na terra dos mortos, onde ela irá descobrir mais sobre sua ligação com o livro e seu papel, para poder enfim acabar com a ameça do Magnus Medonho.

Eu tive que ler esse livro em inglês e em formato ebook e pensei que não fosse conseguir por causa da quantidade de páginas. Não que o livro seja grande, mas como eu odeio formato ebook, achei que fosse me cansar. Ainda bem que me enganei. A história continua de onde parou e desta vez o foco está todo em Emma. Confesso que o papel dela com o livro que ela deveria proteger me surpreendeu, e o final também não foi o que eu esperava, mas valeu a pena. O primeiro livro me confundiu um pouco, e quando comecei o segundo dessa série eu tive que me lembrar de muita coisa, mas com o último livro foi fácil, a leitura flui bem rápido porque a curiosidade sobre os pais das crianças e sobre o próprio Magnus Medonho prende a atenção totalmente. John Stephens consegue fechar sua série com chave de ouro.

16 de jul. de 2018

Depois de você (Jojo Moyes) – BL 2018


Título: Depois de você
Autora: Jojo Moyes
Mês: Julho
Tema: Livro de alguma lista de mais vendidos
Editora Intrínseca, 320p.

Após Will cumprir seu desejo e fazer o suicídio assistido, a família Traynor não é mais a mesma: seu pai e sua mãe se divorciaram, o pai se casou de novo com a namorada e agora está a espera de um bebê. A mãe de Will passou a viver afastada, já que a mídia não deu trégua a família. Louisa está tentando fazer o que Will disse em sua carta: viver a vida, aproveitar. Depois de viajar e voltar para casa, ela começa a trabalhar como garçonete em um pub no aeroporto. Agora ela mora em um flat em Londres. Depois de uma bebedeira, ela cai do terraço do flat e acaba tendo que voltar para sua cidade enquanto se recupera. De volta na casa da família, Louisa se surpreende ao ver as mudanças pelas quais todos passaram. Tentando tranquilizar os pais, ela aceita fazer parte de um grupo de terapia de luto, onde conhece Sam, um cara incrível que se revela ser um dos paramédicos que a socorreu no dia de sua queda. É nesse momento também que entra na vida de Louisa uma nova pessoa, que muda tudo para todos ligados a Will Traynor.

Esse livro foi mais uma daquelas continuações que eu sabia que ia comprar e ler, não só porque eu adorei o primeiro livro, mas também porque eu sempre termino uma série, não importa o quanto me custe (a paciência, dependendo da série). Então na época que lançou, eu não entendi o tanto de crítica negativa que li, como se não fosse bom saber o que aconteceu com Louisa depois da morte de Will. Peguei, li e já no início me desanimei. Não queria saber de outra história de personagem suicida, que é justamente o que Louisa parece que virou no início do livro. Continuei a ler, esperando ansiosa a reviravolta, afinal, não acreditava que a autora ia basear um livro todinho em uma personagem desmotivada com uma vida sem graça. E Deus, tenho que dizer, como Louisa Clarke me irritou nesse livro. Claro que o momento da vida dela é outro, e eu não esperava que ela fosse o raiozinho de sol que era com Will, mas caramba! Aí aqui entram todas essas reflexões que temos que fazer quando vemos uma pessoa passar por um período de luto, porque precisa-se entender para ajudar. Apesar dessa irritação, eu gostei muito por causa da profundidade do enredo, que acabou me deixando muito curiosa para ler Ainda sou eu. Recomendo.

13 de jul. de 2018

1822 (Laurentino Gomes) – D12ML 2018


Título: 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram Dom Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado
Autor: Laurentino Gomes
Mês: Julho
Tema: Um livro com número no título
Editora Nova Fronteira, 352p.

Sinopse: Nesta nova aventura pela História, Laurentino Gomes, o autor do bestseller "1808", conduz o leitor por uma jornada pela Independência do Brasil. Resultado de três anos de pesquisas e composta por 22 capítulos intercalados por ilustrações de fatos e personagens da época, a obra cobre um período de quatorze anos, entre 1821, data do retorno da corte portuguesa de D. João VI a Lisboa, e 1834, ano da morte do imperador Pedro I. “Este livro procura explicar como o Brasil conseguiu manter a integridade do seu território e se firmar como nação independente em 1822", explica o autor. "A Independência resultou de uma notável combinação de sorte, acaso, improvisação, e também de sabedoria de algumas lideranças incumbidas de conduzir os destinos do país naquele momento de grandes sonhos e perigos”.

O segundo livro do Laurentino Gomes que eu leio e, como o primeiro, não deixa nada a dever no quesito da precisão das informações históricas. É sempre bom pegar um livro que acaba com certos mitos, no caso, da independência brasileira que, de pacífica, não teve nada (durante os 21 meses em que durou esse processo, milhares de pessoas morreram em ambos os lados). Esse é (ou deveria ser) um livro de leitura obrigatória, pela qualidade do trabalho que nos leva a saber mais sobre a nossa história.

11 de jul. de 2018

Confirmação (2016)


O juiz Clarence Thomas (Wendell Pierce) é nomeado para o importante cargo de Juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, substituindo outro juiz negro. Mas na hora da validação junto aos outros juízes, uma ex-funcionária na faculdade, a professora de direito Anita Hill (Kerry Washington), acusa-o de tê-la assediado sexualmente dez anos atrás.
Na ausência de provas, o caso gera um escândalo no país, suscitando debates sobre o papel das mulheres na política, o abuso de poder no sistema americano e as questões raciais nas altas instâncias do governo.

Esse é um daqueles filmes que vc encontra e começa a assistir por acaso e a história te pega de jeito. Só descobri que era uma espécie de filme biográfico no final, quando comparam as cenas do tribunal no filme com a realidade. Confesso que me deu nojo em algumas partes (ex. na alegação de que Anita era doente), fiquei dividia na cena em que um dos juízes precisa tomar a frente e faz todo mundo se tocar e prestar atenção que o que estava sendo julgado era um caso de assédio sexual, não um caso de racismo, mas o que gostei mesmo foi o fato de não transformarem Anita em uma sofredora chorona, ela é sempre clara e firme. O final foi meio agridoce, mas gostei por causa da mensagem: como sempre, precisa-se sempre que alguém dê o primeiro passo para que muitos outros escondidos por aí comecem a trilhar aquele mesmo caminho.

9 de jul. de 2018

Tidal (Amanda Hocking) – DLL 2018


Título: Tidal
Autora: Amanda Hocking
Mês: Julho
Tema: Um livro de um autor que nasceu em Julho
Editora St. Martin's Griffin, 304p.

Gemma e Harper finalmente descobriram que tem um jeito de quebrar a maldição que a cerca, mas encontrar a maneira de alcançar esse objetivo é seu desafio. Além disso, Penn, Lexi e Thea estão completamente determinadas a mata-la antes que ela tenha chance de quebrar a maldição. Para piorar as coisas, a perigosa Penn resolveu conquistar Daniel, por quem Harper está apaixonada. A moça fica as voltas tentando ajudar a irmã enquanto tenta proteger Daniel, enquanto a irmã luta cada vez mais para não deixar aflorar seus instintos de sirena. Nessa corrida contra o tempo, Harper e Gemma afundam cada vez mais nos mistérios de um mundo mítico...

Vou ser direta. Gostei por causa da Harper. Ela aparece mais na história, nessa corrida do tempo em que ela e Gemma estão para quebrar a maldição. Também foi legal ver o que a autora fez com esse interesse de Penn por Daniel. Todo o lado mitológico da história também me chamou atenção, apesar de me confundir um pouco. A leitura foi mais rápida do que a do segundo livro, e agora estou muito curiosa para saber o final dessa série (só espero não me decepcionar).

6 de jul. de 2018

O médico e o monstro (Robert Louis Stevenson) – DLL 2018


Título: O médico e o monstro HQ
Autor: Robert Louis Stevenson
Mês: Julho
Tema: Um livro com capa laranja
Editora Farol Literário, 72p.

Sinopse: No final do século XIX, o Dr. Henry Jekyll, um homen virtuoso, honesto e visionário, acredita ser capz de uar seu conhecimento científico para dividir uma pessoa em dois seres – um totalmente bom e outro totalmente mau. Após trabalhar incansavelmente em seu laboratório secreto e desenvolver um fórmula que separa o bem e o mal que vivem dentro de todo ser humano, ele acaba obtendo sucesso – mas só em parte. O que no início parece uma incrível descoberta científica acaba se tornando um pesadelo, quando o médico perde o controle da transformação e começa a chamar a atenção de seus amigos. Publicado em 1886 e considerado a obra-prima de Robert Louis Stevenson, O Médico e o Monstro aborda questões complexas e ousadas para a época, enquanto prende a atenção com sua atmosfera sombria e clima de tensão.

Um clássico é um clássico. Para essa categoria no desafio, eu só consegui achar livros clássicos, então, entre Tarzan da Zahar e a hq de O médico e o monstro, resolvi ficar com o último, não só por já ter visto e lido várias adaptações da história como por causa dos traços das ilustrações, que eu gostei. Depois de ver tantos livros abordando personagens que mostram essa dualidade, foi muito legal ler a história original (mesmo que seja uma adaptação para outro meio de entretenimento, ainda assim é a história original, sem suavizações). Uma história direta, inteligente e um ensinamento de que ninguém é totalmente bom ou mal, que mostra que todo ser humano tem essa dicotomia em si. Obviamente recomendado.

4 de jul. de 2018

Morte no Nilo (Agatha Christie) – DLS 2018


Título: Morte no Nilo
Autora: Agatha Christie
Mês: Julho
Tema: Um livro escrito há mais de 50 anos
Editora HarperCollins Brasil, 248p.

Linet Ridgeway é uma jovem herdeira, linda e inteligente. Tudo que quer, parece que consegue fácil, inclusive um marido. Quando sua amiga Jacqueline de Bellefor aparece pedindo um emprego para o noivo Simon Doyle para que os dois possam se casar, Linet se sente atraída por Simon de cara. Ele abandona Jacqueline e casa com Linet, e ambos decidem viajar em um cruzeiro pelo rio Nilo, no Egito, na lua de mel. O problema começa quando os recém-casados dão de cara com Jacqueline no navio e a ex-noiva logo mostra de cara que não tem intenção de deixar os dois em paz. Tudo muda quando Linet é assassinada com um tiro na cabeça. Assim, Hercule Poirot mais uma vez de férias e sem nenhuma intenção de trabalhar, se vê envolvido na resolução de um crime.

Eu fiz questão de ir atrás desse livro logo que soube que seria o próximo de Agatha Christie a ser adaptado para o cinema (eu já estou ansiosa e imaginando o cast, que vai trazer de volta a maestria de Kenneth Branagh como o detetive Poirot). Não me decepcionei. Como acontece sempre, eu me voltei para o personagem certo como culpado, a história deu uma reviravolta, eu mudei de opinião e acabei sendo surpreendida pela resolução do caso. E claro, fiquei meio perdida na explicação do caso feita pelo detetive. Para muitos talvez tenha ficado claro, mas eu não consegui ver toda essa obviedade (eu vi dois suspeitos, e no fim, apesar de não serem totalmente inocentes, ainda assim a trama em que eles estão envolvidos causa surpresa). De novo, adorei. Mais um favorito na estante.