Tema: Nome próprio
Mês: Fevereiro de 2012 (Livro 1)
Leitura do mês: Barbie & Ruth
Autora: Robin Gerber
Editora Ediouro, 287 p.
Ruth Handler, antes Ruth Mosko, era filha de imigrantes judeus poloneses. Criada pela irmã Sarah e seu marido, Ruth desde cedo desenvolveu uma forte vontade de assumir responsabilidades. Fez faculdade e trabalhava ao mesmo tempo. Na juventude, conheceu o homem que mais tarde seria seu marido, Isadore Elliot Handler, ou somente Elliot Handler, um jovem artista judeu. Apesar de no início sua irmã Sarah não concordar com o romance, Ruth e Elliot decidem se casar. A primeira parceria de tino comercial entre o casal começou com um pequeno ateliê montado primeiro na garagem de seu apartamento e depois mudado para uma antiga lavanderia, onde Elliot daria livre curso ao seu talento e Ruth venderia os objetos criados pelo marido (dentre os primeiros objetos a serem vendidos estavam marcadores de livros, bandejas, castiçais, dentre outros, feitos de uma combinação de madeira e plexigas). A primeira encomenda veio da loja Zacho’s. À medida que a pequena empresa, Elzac, decolava, Ruth engravida de sua primeira filha, Barbara Joyce. No entanto, a gravidez de risco a impede de continuar ajudando Elliot. Um novo sócio aparece, enquanto Ruth tenta deixar o papel de empresária de lado e se adaptar ao papel de mãe. A alegria pelo nascimento de seu caçula Kenneth Robert é pontuado pela tristeza de perder seu pai Jacob e em seguida sua mãe Ida. Ruth retorna ao mundo dos negócios e a empresa Mattel é fundada. Ao mesmo tempo, Elliot precisava continuar se dedicando a Elzac, enquanto o tino comercial de Ruth estava mais forte que nunca. Á medida que a Mattel cresce, Ruth ainda precisa se adequar ao papel de mãe (apesar de ser uma mulher realizada no mundo dos negócios, sua vida familiar era pura tensão). Quando Ruth e família viajavam pela Europa, Barbara notou uma boneca de plástico duro na vitrine de uma loja de brinquedos. Essa boneca, Lilli, foi a inspiração inicial para Ruth, que queria criar uma boneca diferente das bonecas de papel com as quais a filha brincava quando criança. A partir desse momento, Ruth fez o possível e o impossível para criar a boneca que queria, apesar da descrença de seus funcionários e até de seu marido, que não acreditavam que alguma mãe compraria uma boneca com seios para sua filha. À medida que a fabricação da boneca prosseguia, Elliot começava a produzir os móveis para a casa da boneca. Três anos se passaram até a boneca e seu guarda-roupa ficarem prontos para serem vendidos, quando Ruth passou a se dedicar ao marketing da boneca, chamada de Barbie em homenagem a filha (que não gostou da idéia). A venda da boneca não foi o sucesso que Ruth esperava, mas com as férias se aproximando, a propaganda televisiva transformou a Barbie em um fenômeno internacional e a Mattel se tornaria uma das maiores empresas de brinquedos do mundo. Um curso para executivos feito por Ruth abriu seus olhos para as exigências do mundo empresarial e ela passa a deter total controle operacional da Mattel. Foi na década de 60 que a Mattel se expandiu, com Barbie estabelecendo vários marcos. Quando a empresa decidiu responder aos inúmeros pedidos para Barbie arranjar um namorado, surge Ken. O nome foi uma homenagem, desta vez ao seu filho (mas Kenneth não gostou). Ao mesmo tempo em que a empresa continuava crescendo, Ruth se tornou mais exigente. A boneca Barbie se expandia e o Hot Wheels se tornava outro grande sucesso de vendas. A reviravolta do destino aconteceu nos anos 70: Ruth descobre ter câncer mamário. Ao remover uma de suas mamas, sua auto-estima desaba, ao mesmo tempo em que problemas na Mattel ameaçam esmagá-la. Um novo golpe estava reservado para ela quando ela e Elliot se desligaram totalmente da empresa que criaram. Dedicando-se ao ramo das próteses mamárias, Ruth sofre uma condenação por ter fraudado a Mattel. Ao mesmo tempo em que presta seu serviço comunitário, seu novo negócio deslancha. Preocupada com mulheres que sofreram a mesma mutilação que ela, Ruth se dedica a projetar uma nova prótese mais natural e confortável. Assim surge a Nearly Me, quarta companhia fundada por ela. Um golpe profundo estava esperando por ela, no entanto. Kenneth, seu filho, descobre ter AIDS (fato omitido na autobiografia de sua mãe), contraída em uma relação homossexual. Ele falece após cerca de 6 anos. Anos mais tarde, Ruth resolve tirar a outra mama, devido a suspeitas não confirmadas de um novo câncer. Em sua velhice, Ruth retoma relações com a Mattel e recebe prêmios por diversas colaborações.
O livro de Robin proporciona uma leitura fácil, apesar de não ser uma biografia simplória. Confesso que achei que seria um livro chato, mas me surpreendi. Adoro a Barbie desde pequena, tenho várias bonecas, e sempre tive curiosidade para saber mais sobre sua criadora. Ruth Handler é um exemplo de mulher empreendedora, inventora e administradora. Alternando momentos de alegria e pesar, a vida de Ruth Handler revela os altos e baixos que pontuam a existência de qualquer pessoa mundo afora. Ruth, no entanto foi diferente em um único ponto: ela criou uma companhia que hoje é uma gigante dos brinquedos, destacando-se em um mundo dominado por homens e principalmente, criando uma boneca que virou ícone de beleza, moda e libertação feminina (Barbie teve várias carreiras, apesar de Ruth nunca ter pretendido usar sua criação como um produto sexista). Esse livro é uma biografia totalmente recomendada, principalmente para aqueles que, assim como eu, cresceram brincando e adorando a boneca Barbie.