26 de fev. de 2011

Diana: Crônicas íntimas de Tina Brown – DL 2011


Tema: Biografia e/ou Memórias

Mês: Fevereiro de 2011 (Livro II)

Título: Diana: Crônicas íntimas

Autora do livro: Tina Brown

Editora: Ediouro

Nº de páginas: 452

Sinopse: A princesa Diana foi eleita recentemente como a pessoa mais conhecida do mundo. Esta é a sua biografia definitiva revelando os detalhes de sua vida, seu casamento com o Príncipe Charles, as desilusões amorosas, a sogra (Rainha da Inglaterra ), suas ações de caridade, a solidão, seus romances e o desfecho trágico. Um dos livros mais vendidos em todo o mundo em 2007,traduzido para várias línguas, e best-seller em listas como NY Times, Amazon, Sunday Times etc.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… a foto sorridente da princesa. Eu comprei esse livro numa banca, e como estou na fase de “Royal watcher”, acabei comprando. Também queria ler alguma coisa sobre a vida dela, porque vi muitos documentários, mas todos em inglês. Apesar de conseguir entender algumas coisas, outras eu, até ler o livro, entendia errado (tipo, no documentário eles criticando e eu entendia como elogio, ou vice-versa).

Eu escolhi este livro porque… como já disse, queria ler alguma coisa sobre a vida da princesa, por estar cansada dos documentários.

A leitura foi… muito interessante. Esclarecedora. Tina Brown consegue captar a atenção do leitor. O problema é só um: as fontes dela são documentários, jornalistas, outras biografias. Então, apesar de começar a acreditar em algumas coisas, depois me toquei que essa é só mais uma biografia de tantas que já existem sobre a princesa Diana. É como se a autora fosse parcial, apesar de depois de ler perceber que ela não é (pelo menos, não tanto assim). É diferente da biografia da Anne, porque apesar das alterações editoriais que existem, foi a própria que escreveu. Acho que esse é o grande “Ó” da biografia não autorizada. Apesar de que uma biografia autorizada possa ser parcial (a gente vai saber do ponto de vista EXATO do escritor que TAMBÉM é o biografado), pelo menos é a própria pessoa falando. Esse livro é uma visão da princesa Diana, e apesar de ser objetiva, gostaria que fosse uma biografia escrita pela própria Diana. O que eu quero dizer é que, mesmo não tendo lido outras biografias da princesa para comparar, gostei dessa porque ela não “toma o partido” da “linda princesa enganada”. Tina Brown mostra que a princesa acertava e errava, como um ser humano. Também mostra um lado do príncipe Charles que a maioria das pessoas simplesmente resolve ignorar (até hoje!!! Falo isso porque leio artigos internacionais.) só porque são encantadas com a garota linda e jovem vestida como uma noiva de conto de fadas na porta da catedral de Sr. Paul em 1981. Ela fala sobre a decisão que teve que tomar, pois como herdeiro do trono, entrou os 30 anos como solteirão convicto. Era urgente achar uma noiva “adequada” (aquele papo da noiva virgem. Que coisa mais retrógrada, mas a realeza é assim). Ela também fala um pouco de Fergie, a mulher do príncipe Andrew, o que me ajudou entender porque ela caiu em desgraça com a realeza; deu uma nova luz sobre a tão comentada entrevistada da princesa ao programa Panorama (na época, uma entrevistada considerada reveladora), pois mostra que a princesa foi até desrespeitosa com a rainha e mostra, como vários acontecimentos citados no livro, que Diana, ao contrário do que se pensa, sempre soube lidar muito bem com a imprensa. Uma pena que a imprensa tenha se aproveitado barbaremente disso.

O personagem que eu gostaria de ter ajudado é a princesa (se é que dá para considerar isso). Por quê? Porque ela casou baseada num sonho idealizador de príncipe encantado. Vários acontecimentos mostrados pela autora mostram que ela sequer conhecia o príncipe Charles, assim como ele a ela. Vinda de um lar fragilizado (os pais passaram por problemas, se divorciaram, o pai manteve a guarda dos filhos, a mãe só os via, ela e os irmãos, esporadicamente). Ela viu a mãe começar a ser tratada com descaso pelo pai. Enfim. Isso a fragilizou, como fragilizaria qualquer pessoa.

O trecho do livro que merece destaque: Váááááários. Alguns deles:
-[...] Ser franca não é o mesmo que ser confessional. [...] E ser franca também não é a mesma coisa que ser óbvia. [...]
-[...] Todos nós caímos de amores por ela. Realmente apoiávamos Diana e a empurramos para ele. Estou absolutamente convencida de que nós, a imprensa,forçamos Charles a se casar com ela. [...]
-[...] Talvez porque suas vidas sejam ligadas ao dever, palavra que Diana logo começou a recear, os membros da família real são particularmente incapazes de identificar quando o dever sozinho não é suficiente. [...]
-[...] Ela percebeu que iria ficar como a rainha, possivelmente a mulher mais solitária do mundo.
-[...] Os membros da realeza estão sempre, no mínimo, vinte anos atrasados em relação a todo mundo porque são os últimos baluartes da tradição. [...]
-[...] Tanto a presidência americana quanto a monarquia britânica vinham equipadas com fachadas impressionantes. [...] Mas, por trás da fachada da presidência, encontra-se o poder de vida e de morte sobre todo o mundo. Por trás da fachada da monarquia encontra-se... bem, não muito.[...]
-[...] De vez em quando surgem especulações de que a rainha da Inglaterra, tal como alguns presidentes de grandes corporações, vai abdicar para “dar lugar” a uma nova geração. Isso contraria a verdadeira natureza da monarquia. Ela não é um trabalho, é uma corporificação. Ninguém se candidata a ela e [...] ninguém foge dela. Nasce-se para o cargo e, portanto, morre-se nele.[...]
-Ser membro da família real é apenas um papel gestual, cujo único poder reside na qualidade do gesto. Grande parte das coisas que os membros da realeza fazem em troca dos consideráveis privilégios de que desfrutam é desesperadamente tediosa ou sumamente deprimente. [...]
-A partir do momento em que a monarquia deixou de ser uma instituição de poder para se tornar uma virtude representativa, o que a faz funcionar foi algo que, por algum tempo, sobreviveu à mudança: o código de silêncio do palácio. [...]
-A admissão de seu distúrbio alimentar crônico numa cultura e classe educadas desde o berço para negar seus problemas particulares foi o ato individual mais corajoso de Diana. [...]
-[...] O povo britânico nunca quis substituir realmente a monarquia, por maiores que fossem suas falhas, por um regime liderado por um funcionário público vestido como executivo. [...] A coroa é o fio dourado que conecta o povo aos momentos mais gloriosos da sua história, exercendo um poder estabilizador num mundo em desconcertante transformação. Não foi por outro motivo que as eras elizabetana e vitoriana foram assim chamadas, em homenagem às duas grandes rainhas, Elizabeth I e Vitória. [...]

A nota que eu dou para o livro: 5

5 comentários:

  1. Nossa, muito interessante esse livro!
    Ñ conhecia, mas sempre tive vontade de saber mais sobre a princesa Diana.
    Realmente, adorei a dica!!
    P.S: Desculpa perguntar, mas por quanto vc comprou na banca?? Pq nas livrarias ele tá tão carinho... ¬¬

    Bjos

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  2. Também anotei a dica, gosto muito de biografias. Quanto a Diana, sempre a achei frágil e infeliz. Uma personalidade que mexe com o nosso imaginário instigando a curiosidade.

    Bjs

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  3. Natallie, sou fã de carteirinha da princesa Diana!
    Este livro deve ser muito bom, valeu a dica de leitura. Bju

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  4. Nunca me interessei em saber mais sobre a Diana, mas ela é mesmo uma personalidade fascinante, deve ter sido uma leitura bacana. A capa é mesmo muito bonita.
    estrelinhas coloridas...

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  5. Essa biografia é bem legal, mesmo. Como eu disse, mostra o que parece ser um lado verdadeiro, mostra a Diana do público e um pouco da Diana pessoal. Acho que a dismistifica um pouco. Eu adorei ler. Valeu, gente :)

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