5 de mai. de 2016

Capitão América: Guerra Civil (2016)


Com certeza um dos melhores filmes do ano!
Capitão América: Guerra Civil mostra o super-herói favorito de todos (e digo isso por causa da quantidade de gente que vi sendo #TeamCap) na liderança dos Vingadores para proteger a humanidade. Mas um sério incidente faz com que a pressão política para que exista um maior controle do grupo de super-heróis cresça, e assim eles se dividem entre os que aceitam, como O Homem de Ferro, e os que não querem perder a chance de fazer suas próprias escolhas, como o Capitão América. O aparecimento de Bucky Barnes leva a uma ruptura ainda mais séria entre os dois amigos.

Para começo de conversa, eu não consigo mais ver esses filmes da Marvel como meros filmes para entreter. Chega a ser irritante sair do cinema depois de ver um filme com uma carga emocional tão forte como esse ser reduzido a “um bom filme de super herói” e só, como ouvi gente falando. Não dá para pensar isso, seja fã dos quadrinhos ou não. Simplesmente não dá.
Claro, o filme tem muita ação e pancadaria, efeitos visuais e humor também. Mas a reflexão que impõe (porquê impõe sim!) sobre a realidade que nós vivemos é muito forte. Tanto sobre política quanto sobre questões éticas e morais, família e amizade.

“A nossa própria força incita desafio. Desafio incita conflito. E conflito ... gera catástrofe. Supervisão não é algo a ser descartado de cara.”

Outra coisa que eu não entendo de jeito nenhum é como as pessoas conseguiram escolher entre #TeamCap e #TeamStark. Confesso que, no início do filme, quando pela ótica do político dava para se ter uma perspectiva da destruição que os Vingadores causam mesmo tentando salvar vidas, achei que assinar o tal tratado seria uma boa, e me irritei com Steve por se recusar em aceitar o documento (mesmo concordando com o fato de que “todos tem direito de fazer escolhas, mesmo quando erradas ou causem desgraças”). Mais tarde, fiquei com raiva do Stark, que mesmo aceitando assinar o acordo, acabou prejudicando os amigos e por ter feito o que fez com Wanda (mesmo com a desculpa de que era para protegê-la dos outros e os outros dela). Depois de ficar com raiva dos dois e mais tarde perceber que ambos tinham suas razões, foi que me toquei de que não faz sentido ser #team nenhum. E é isso que eu estou gostando nestes filmes. Além das frases para reflexão (“Quando você consegue fazer as coisas que consigo e você nada faz, a culpa é sua” – essa veio do Homem-Aranha), as motivações dos personagens fazem com que você acabe olhando para eles de outra forma, até mesmo justificando suas ações (sim, eu fiz isso com Zemo, como faço nos livros de George R.R. Martin, onde a complexidade de caráter é tão grande que você simplesmente não consegue só odiar ou só amar um personagem).

“O império derrubado por inimigos pode se reerguer. Mas o império que desmorona de dentro pra fora, não.”

O que dizer dessa frase? Se você quer acabar com alguma coisa, tem que começar por dentro. Isso pode acontecer em todos os aspectos da vida de uma pessoa que não dá nem pra se aprofundar muito se não eu não termino essa resenha :P
Adorei a volta de Bucky, e apesar da parte final ter conseguido me surpreender, lá no início, com aquela missão de 1991, a semente da certeza já tinha sido plantada. Só aí fui entender a divisão entre Steve e Tony e, novamente, a complexidade de Bucky (por ter sido transformado em uma máquina de matar, mesmo sem querer) chama atenção para as reflexões do filme. Um fato interessante: apesar do filme centrar sua atenção em Tony cada vez mais culpado (o que dá pra entender), Steve sempre sendo o herói (o que acaba sendo meio irritante, mas a motivação de tentar salvar o amigo, sua única ligação viva com sua vida anterior acaba diminuindo a irritação),e Bucky (talvez tenha começado seu caminho redentor, não sei, não li os quadrinhos), os outros não desapontam: Viúva Negra, Homem-Formiga, Homem-Aranha (a cena do “Pirralho!”, uma das melhores), Wanda e Visão (que eu já estava querendo shippar), Pantera Negra, Gavião, Máquina de Combate, Falcão e... Pantera Negra (eu o considero o “ladrão de cena”), que conseguiu ter seu próprio arco narrativo.


Uma coisa muito legal é que na hora da luta mesmo, cada um deles tem em seu oponente aquele que com quem tem uma “ligação” mais forte, o que fez todo o sentido e mostra o significado entre se virar contra alguém contra quem se tem muito em comum (Wanda contra Visão, Pantera Negra contra Bucky, etc). Claro, o filme não é perfeito, mas consegue mostrar tudo sem correr com nada, ele estabelece a história e continua com ela fazendo sentido do início ao fim, o que é difícil em franquias cinematográficas. Capitão América: Guerra Civil, mais do que um blockbuster, é um filme que convida o debate sobre terrorismo, focando na família, na amizade, na solidão, e acima de tudo, na fina divisão entre justiça e vingança.

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