27 de jan. de 2021

Falsa acusação (T. Christian Miller e Ken Armstrong) – DLLC 2021

 


Título: Falsa acusação: uma história verdadeira
Autores: T. Christian Miller e Ken Armstrong
Mês: Janeiro
Tema: Um livro ganhador do Prêmio Pultizer
Editora Leya, 336p.

Sinopse: Um livro eletrizante, importante e perturbador, Falsa acusação é baseado numa história real e num artigo vencedor do Prêmio Pulitzer de jornalismo investigativo, que foi publicado no site de uma ONG na internet e viralizou em questão de horas. Como num episódio de Law & Order, os jornalistas T. Christian Miller e Ken Armstrong acompanham o trabalho incansável e a dedicação de duas detetives para colocar um estuprador em série na cadeia e dar voz às suas vítimas – fazendo também uma análise da maneira ultrajante como as mulheres são tratadas quando denunciam casos de violência sexual. Narrado em ritmo de thriller, Falsa acusação está sendo adaptado pela Netflix na série Unbelivable, prevista para estrear em 2019.
Essa é uma história da qual já ouvimos falar inúmeras vezes: uma mulher, vítima de estupro, vai à polícia fazer uma denúncia e acaba sendo interrogada com desconfiança pelos policiais – como que roupa você estava?, o que estava fazendo na rua a essa hora?, por que abriu a porta?, qual a quantidade de bebidas alcoólicas e substâncias entorpecentes que você tinha ingerido?, por que você está querendo chamar atenção? A única pergunta que falta nessa lista é: até quando isso vai acontecer?
Em 11 de agosto de 2008, Marie, de 18 anos, foi à polícia denunciar que um homem mascarado entrou em seu o apartamento e a estuprou. Depois de alguns dias, a polícia, e até mesmo algumas pessoas próximas, começaram a desconfiar da história. Os policiais rapidamente mudaram o rumo da investigação e passaram a interrogar a adolescente, que passou de vítima a suspeita. Confrontada com as inconsistências do seu relato e as dúvidas de todos, ela voltou atrás e disse que tinha mentido, que tudo não tinha passado de uma tentativa de chamar atenção. A polícia a acusou de ter feito uma denúncia falsa – e Marie foi taxada de mentirosa e execrada por todos.
Mais de dois anos depois, Stacy Galbraith, detetive de Golden, no Colorado, é designada para investigar um caso de estupro. Ela se junta a Edna Hendershot, detetive responsável por outro caso semelhante, e logo descobrem que estão às voltas com um estuprador em série. As duas detetives se dedicam a uma intensa investigação e acabam relacionando esse criminoso a inúmeros outros casos de violência sexual ainda não solucionados nos Estados Unidos.
Baseado nos arquivos da investigação policial e nas entrevistas com todos os envolvidos, Falsa acusação apresenta uma história cheia de reviravoltas, dúvidas, estigmas, mentiras e, acima de tudo, um profundo desejo de justiça. Além disso, lança no ar o grito de desespero das vítimas de violência de sexual que costumam encontrar mais desconfiança, olhares e palavras de acusação do que dedicação profissional e empatia.
Para Joanne Archambault, CEO da End Violence Against Women International, organização que combate a violência contra mulheres, T. Christian Miller e Ken Armstrong “mostram como a questão de gênero e os vários mitos sobre a violência sexual ainda influenciam – e muito – a maneira como as autoridades responsáveis investigam esses crimes, prejudicando ainda mais as vítimas e permitindo que os criminosos continuem em liberdade e possam cometer mais crimes. Esse livro brilhante é também o relato de uma investigação que só dá certo por causa de duas detetives que acreditam nas vítimas e não desistem de fazer justiça. Bem fundamentado e emocionante, Falsa acusação é uma leitura essencial.”

O que se pode escrever na resenha de um livro sobre o qual a sinopse já diz tudo e qualquer coisa que você escreva parece spoiler? Apesar de fugir de temas polêmicos nas minhas escolhas de leitura, este livro foi o mais atrativo na lista dos vencedores mais atuais do Prêmio Pultizer. Violência sexual, a questão do gênero, são assuntos que se discutem bastante hoje em dia, e o livro prende a atenção pela quantidade de informações, que mostram a quantidade de casos não resolvidos, além de mostrar o quanto o sistema ainda age de forma muito preconceituosa com as vítimas, na maioria das vezes as transformando em culpadas nesse nosso mundo culturalmente patriarcal. Fiquei curiosa para ver a série da Netflix (o episódio de Law & Order eu já vi e confesso que me deixou muito insatisfeita com o fim dele). 2021 mal começou, mas já posso afirmar que este foi uma das melhores leituras do ano.

25 de jan. de 2021

A vida depois de Legend (Marie Lu) – PSRC 2021

Título: A vida depois de Legend
Autora: Marie Lu
Mês: Janeiro
Tema: Um livro de um autor que tenha o mesmo signo do zodíaco que você
Editora Rocco Jovens Leitores, 21p.

Day e Éden conseguiram viver uma vida tranquila após os acontecimentos traumáticos de suas juventudes. Enquanto Éden estuda e é convidado a voltar para o lugar de onde acharam que nunca iam sair, Day lida com memórias confusas que ele não consegue explicar sobre uma garota. Em seus sonhos, ele nunca consegue alcançá-la, mesmo tendo certeza que ela foi uma pessoa importante em sua vida... 

Apesar de não ter mais os livros da trilogia Legend, eu lembro do quanto fiquei indignada com o final, apesar de também ter gostado (como o final de Jogos vorazes). Esse capítulo bônus foi um novo ponto de vista (de Day) sobre o epílogo de Champion. E valeu muuuuito a pena. Deu um gostinho de quero mais, de ver o que vai acontecer agora, principalmente por causa das lembranças confusas de Day. Agora eu quero muito ler Rebel, que soube que é a continuação da trilogia.

22 de jan. de 2021

When women ruled the world (Kara Cooney) – DLL 2021


Título: When women ruled the world 
Autora: Kara Cooney 
Mês: Janeiro 
Tema: Que você abandonou 
Editora National Geographic Society, 400p. 

ONCE UPON A TIME, there were women who ruled the world. 

Merneith, Neferusobek, Hatshepsut, Nefertiti, Tawosret e Cleópatra foram seis faraós femininas que reinaram no antigo Egito. Em diferentes períodos da história egípcia, essas seis rainhas que começaram como esposas de reis passaram a governar por direito próprio, postas no poder por um sistema que precisava dos seus governos. Neste livro da celebrada egiptologista Kara Cooney, as vidas e reinados dessas mulheres e as razões por trás de suas ascensões ao poder máximo no Egito é discutido em grandes detalhes. 

In one place on our planet thousands of years ago, against all the odds of the male-dominated system in which they lived, women ruled repeatedly with formal, unadulterated power. 

Esse livro é uma verdadeira maravilha! Sempre fui apaixonada pela história do Egito e essa temática de mulheres governando sempre me fascinou. Juntando as duas coisas em um livro só, foi só um chamariz. De todas as rainhas citadas, eu já conhecia Hatshepsut, Nefertiti e é claro, Cleópatra. Foi um prazer descobrir sobre outras três mulheres reinantes e suas histórias e motivações. Considerando que o sistema patriarcal permitia que elas reinassem para depois apagarem os nomes delas da história, a autora consegue chamar atenção para as vidas delas enquanto explica a situação política do Egito em cada momento dos reinados. 
Merneith reinou durante a Primeira Dinastia (3000-289 a.C.) como regente do filho novo demais para assumir o trono. Séculos depois foi a vez de Neferusobek, durante a Dinastia 12 (1985-1773 a.C.); ela era produto do harém real, uma Filha do Rei, que assumiu após a morte do marido-meio irmão (ou irmão “completo”,os historiadores discordam se o marido dela, Amenemhat IV foi também um produto do harém real ou se ele não fazia parte da família real). Ela foi a primeira rainha reinante por direito próprio do Egito. 
Durante a Dinastia 18 (1550-1295 a.C. ), surge Hatshepsut, que foi cabeça do reinado feminino mais poderoso do Egito até a época, marcada por longevidade (durou mais de 20 anos), prosperidade e expansão. Da mesma dinastia, surge mais tarde Nefertiti, irmã-esposa de Amenhotep IV (o rei responsável pela instituição inédita do culto a um único Deus) e cujo tempo de reinado foi curto e ocupado em curar as feridas deixadas pelo marido herege. 
Tawosret, da Dinastia 19 (1295–1186 a.C.), assumiu o poder através do marido Seti II (neto de Ramsés II, o Grande) em uma época em que tentavam de todas as formas suprimir um reinado feminino, atuando no lugar do rei menino (sem ser mãe dele) e com sua morte, assumindo o poder pela força. 

[…] In a land where women had repeatedly risen to the top, achieving ever greater heights, Egypt fell to foreign empires, obstructing the female authority that kept the people of the Nile protected when everything fell apart. […] 

Finalmente, Cleópatra. A última de sua dinastia, a Ptolemaica (305 a.C.-30 a.C.) e última rainha do Egito. A autora aborda o contexto histórico de cada reinado, situando as vidas de cada mulher e seus papéis dentro da complexa sociedade egípcia. Uma das minhas partes favoritas foi a abordagem do papel do harém e suas implicações em questões de herança. Livro completamente indicado.

20 de jan. de 2021

Deusas, deuses e heróis (Baby Siqueira Abrão) – DLL 2021


 Título: Deusas, deuses e heróis
Autora: Baby Siqueira Abrão
Mês: Janeiro
Tema: De autor brasileiro nunca lido
Editora Hunter Books, 176p.

Sinopse: Mitologia de Deuses e Heróis: procura explicar o mito da criação de o nome adribuido às histórias a Deuses, Ao longo da existência humana na Terra, cada tribo, cada povo, deu diferentes respostas a essa questão. Lembremo-nos de que, para as tribos do período matrístico, o mundo era a própria Deusa Mãe, da qual nasceram todas as coisas e todos os seres. Ela os abrigava em seu corpo, e esse corpo era o próprio mundo. Na Pré-História, as primeiras deusas e os primeiros deuses eram representados na forma de animais.

Eu não conhecia essa autora, apesar de caçar livros sobre mitologia na internet. Ganhei de aniversário o box com esse título e aproveitei pra matar minha curiosidade, porque a primeira vista, eu tinha achado bem promissor. Na verdade, ele é mais um guia de deuses e deusas gregos do que outra coisa. Tem uma introdução interessante onde a autora faz um resumo básico sobre a origem da mitologia grega e a transformação pela qual passou com a chegada dos povos helênicos (de matriarcal passou a ser patriarcal). O livro é bem didático, mas vale a leitura.

18 de jan. de 2021

A prisão do rei (Victoria Aveyard) – DLL 2021


Título: A prisão do rei 
Autora: Victoria Aveyard 
Mês: Janeiro 
Tema: De autor que nasceu no mês do seu aniversário 
Editora Seguinte, 552p.

Mare aceitou se sacrificar para proteger a Guarda Escarlate. Agora está presa com Maven, que faz de tudo para manter o reino de terror que criou junto com sua mãe. Para que seus poderes não possam ser usados em qualquer tentativa de fuga, Mare é obrigada a usar braceletes silenciadores e vira um peão político nas mãos de Maven, para que ele possa enganar o povo e capturar quantos vermelhos ele puder. Enquanto isso, a Guarda Escarlate continua com a rebelião. Cameron só está com os rebeldes até agora por causa da promessa de ajuda em resgatar seu irmão, e Cal está tentando de tudo para resgatar Mare. E Evangeline, a ex-noiva primeiro de um príncipe depois de um rei, agora se vê as voltas tentando continuar livre dessa obrigação para ficar com quem ama.

- Quem conhece a escuridão faz qualquer coisa para permanecer na luz.

Essa frase define Maven. A coisa que mais me impactou na leitura desse livro foram as constatações de Mare sobre o rei e o quanto ele foi deturpado pela criação doentia da mãe (não teve como não fazer um paralelo com Kylo Ren/ Ben Solo da franquia Star Wars). Apesar de Mare ser uma personagem bem construída, uma coisa que se tornou repetitiva demais nesse livro foi como a autora o tempo inteiro descrevia as emoções e o estado em que ela estava. Às vezes até cansava de ler. O ponto alto é o relacionamento entre Mare e Maven, e como ela via as nuances do garoto que a enganou e que foi transformado num monstro pela própria mãe: de um lado, um rei menino obcecado por conquista e dominação; de outro, um garoto assustado que tem medo das próprias escolhas. Um livro excelente que me deixou em cócegas pelo último volume.

8 de jan. de 2021

Feliz 2021!!!



Início de nova década, mais um ano participando de desafios. Esse ano serão somente três desafios: Desafio Literário Livreando 2021, do blog Livreando



o PopSugar Reading Challenge 2021, realizado no facebook


e o Desafio Literário Livraria Cultura com o marcador laranja. 


O Desafio A volta ao mundo em 198 livros eu deixei de lado esse ano, porque vou me focar em conseguir alguns livros dos países que ainda não li. 
Como sempre, a Tammy Nunes, do blog Livreando disponibilizou um planner para o desafio, eu só fiz incluir os planners dos outros dois que vou participar.
Então, é isso. Mãos à obra :)