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24 de fev. de 2020

Lendo o Brasil: SERGIPE – Os desvalidos (Francisco Dantas)

Sinopse: Os desvalidos dá voz aos pobres-diabos, aos rejeitados, que sobrevivem na periferia entre o nascente capitalismo da década de 1930 e o ancestral mundo latifundiário. Anti-heróis que abrem seu caminho com as próprias mãos: Coriolano, Tio Filipe, Maria Melona, Zerramo e o lendário Lampião se ancoram no único lema capaz de lhes dar orgulho e dignidade: o de ser patrões de si mesmos. Lançado originalmente em 1993, Os desvalidos é considerado um retorno de qualidade à linguagem regionalista do sertão nordestino. Com a capacidade de Dantas em trabalhar as temáticas de sofrimento e rusticidade com a linguagem apurada que se assemelha a de clássicos como Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, a obra demonstra a vida sertaneja sob o cangaço, a miséria e o esquecimento, através de personagens notáveis.


Não sei bem o que pensar desse livro. Pelo título, agora que já li, percebo que já devia imaginar como terminaria a história. Nenhum dos personagens termina conseguindo alguma coisa, todos eles sofrem fracassos o tempo inteiro. Mesmo que o início comece do jeito que começa (Lampião invadindo a casa de Coriolano e fazendo com que ele fuja), ainda fiquei esperando alguma reviravolta em que o personagem conseguisse melhorar de vida, mas... De qualquer forma, achei uma leitura interessante.

Editora Alfaguara.
256 páginas.

21 de fev. de 2020

198 livros: EGITO - A garota oculta (Shyima Hall)

Shyima é a sétima filha entre onze filhos. Sua família é pobre, seu pai é um homem violento e sua vida não é fácil. Mas tudo muda para pior quando, aos oito anos de idade, ela é vendida a família para quem sua irmã mais velha trabalha (em um quase sistema de escravidão) para pagar por um erro da irmã. Agora Shyima é empregada: acorda antes de todo mundo, só tem uma refeição por dia e dorme depois de todos. 
Um tempo depois, a família a quem a menina serve se muda para os EUA, mas as coisas melhoram um pouco porque o sistema é outro e a família precisa ter cuidado para que não descubram que Shyima é uma escrava. Em 2002, a vida de Shyima muda de vez quando a polícia aparece para tirá-la da casa depois de uma denúncia, e a partir daí a menina consegue se libertar de seu passado doloroso.


Eu não tinha muita experiência de vida, mas sabia que famílias deveriam permanecer unidas. Pais deveriam cuidar e dar apoio a seus filhos, não vendê-los a estranhos.

Essa história é muito pesada. Quando li a sinopse, imaginei que não seria uma leitura fácil ou divertida, mas o que se encontra nele é muito forte. A vida de pobreza no Egito, o pai violento, depois a venda para a família que se muda e o fato de que ela tem que aguentar todo tipo de humilhação, até mesmo quando já está nos EUA (foi nessa parte que achei que tudo mudaria bem rápido). Foi bom ver que ela conseguiu seguir adiante, deixar para trás as experiências dolorosas da vida. O fato de Shyima falar sobre escravidão no mundo de forma tão pungente torna toda a leitura, de certa forma, mas atrativa porque você percebe o quando isso ainda é muito real. Esta foi uma daquelas biografias que encontrei por sorte e que marcaram muito. Completamente recomendado.

Editora V&R.
248 páginas.

19 de fev. de 2020

O livro do feminismo – DLS 2020


Título: O livro do feminismo
Mês: Fevereiro
Tema: Um livro polêmico
Editora Globo, 352p.

Sinopse: Nasce-se mulher ou torna-se uma? Homens podem ser feministas? Ainda precisamos do feminismo no século XXI? Este livro responde questões como essas e outras ao explorar a luta por igualdade ao longo da história. Escrito em linguagem clara e recheado de imagens, infográficos e boxes que vão direto ao ponto e explicam as teorias mais complexas, O livro do feminismo examina as ideias inovadoras e ações pioneiras que serviram de modelo para esse movimento tão fascinante e diverso. Quer você seja uma feminista desde sempre ou esteja buscando informações sobre o movimento, aqui você vai encontrar muito conteúdo para se inspirar e se engajar.

Desde que começaram a lançar em português os livros da série “As grandes idéias de todos os tempos”, eu passei a pesquisar sobre a coleção lá fora. Até entrei em contato com a editora para saber sobre os livros de Sherlock Holmes, Shakespeare, Arte e Star Trek (eu quero muito que lancem um sobre Star Wars) e do Feminismo. Até tinha conseguido em inglês, mas ficou guardado na estante, então quando vi que seria lançado em português, comemorei. O livro traz uma cronologia muito boa que ajuda a entender o movimento feminista desde o início, assim como as suas quatro ondas e suas variações. Questões polêmicas como aborto e controle de natalidade são muito bem abordadas e até me ajudaram a tirar algumas dúvidas que eu tinha (honestamente, foi a parte que mais gostei do livro). Completamente recomendado.

17 de fev. de 2020

A biblioteca desaparecida (Luciano Canfora) – DLL 2020


Título: A biblioteca desaparecida: histórias da biblioteca de Alexandria
Autor: Luciano Canfora
Mês: Fevereiro
Tema: Um livro de autor italiano
Editora Companhia das Letras, 200p.

Sinopse: Ptolomeu Filadelfo quer reunir todos os livros do mundo; o califa Omar pretende queimá-los todos, salvo o Corão. Entre esses dois sonhos, nasceu e foi destruída a monumental biblioteca de Alexandria, cidade que por mais de mil anos serviu de capitalcultural do Ocidente. Para narrar a história dessa imensa coleção de livros, Luciano Canfora retoma uma antiga técnica dos bibliotecários de Ptolomeu: a montagem e a reescritura das fontes, fundidas numa prosa aparentemente romanceada, mas na realidade baseada, quase frase por frase, em textos antigos. A história da maior biblioteca do mundo se confunde assim com a história dos livros que acumulou e dos livros que a descreveram, como uma última crônica de um erudito bibliotecário de Alexandria.

Fazia tempo que eu queria ler esse livro. Na minha época de faculdade, encontrei uma edição da biblioteca e sempre pegava, mas acabava deixando de lado por causa de outras leituras e dos trabalhos. Talvez ficasse empacado na lista de leitura por mais tempo, se eu não descobrisse (na sorte) que o autor é italiano. Gostei da leitura, apesar de ter sido um pouco complicado se acostumar com a narrativa, porque esse parece ser um desses livros que se usa na hora de escrever artigos e textos acadêmicos. Não é um romance histórico, fica mais para o lado da biografia, mas achei ele bem técnico, apesar do autor falar muito dos maiores momentos do Egito que marcaram a existência da biblioteca. Livro indicado.

14 de fev. de 2020

Vitória (Daisy Goodwin) – DLL 2020


Título: Vitória: a jovem rainha
Autora: Daisy Goodwin
Mês: Fevereiro
Tema: Um livro romance de época
Editora HarperCollins, 398p.

Aos 18 anos, por falta de herdeiros masculinos, a jovem Vitória se torna rainha do império britânico. Sem experiência, tendo passado toda sua vida protegida por sua mãe e sem as noções mais básicas de como governar, agora deve mostrar a todos, principalmente ao seu tio e próximo na linhagem a herdar o trono Duque de Cumberland, que é uma rainha de fato e não uma marionete. Ela encontra um professor e amigo em Lorde Melbourne, mas a proximidade entre os dois incomoda todo mundo, e assim começam a planejar o casamento da jovem com seu primo Alberto, com quem ela não tem afinidade nenhuma. Ou assim Vitória pensava, até encontrar Alberto depois de tantos anos...

Uma pessoa poderia ser uma monarca e uma mulher?

Eu só fui atrás desse livro porque vi que era a novelização da primeira temporada da série, e de fato, é mesmo. A autora, que é a roteirista da série Vitória, da PBS, entrega mais detalhes no livro (foi muito bom estar “dentro” da cabeça de Lorde M. e ver como ele se sentia perto da jovem rainha, na série é muito implícito o que ele sente, e eu sei que deve ter sido dessa forma que os produtores pretenderam construir esse relacionamento entre os personagens, mas foi bom ver a partir da perspectiva dele).

12 de fev. de 2020

Spirit animals: tales of the Great Beats (Brandon Mull, Nick Eliopulos, Billy Merrell, Gavin Brown, Emily Seife) – DLL 2020


Título: Spirit animals: tales of the Great Beats
Autores: Brandon Mull, Nick Eliopulos, Billy Merrell, Gavin Brown, Emily Seife
Mês: Fevereiro
Tema: Um livro de fantasia
Editora Scholastic, 186p.

Feliandor, o rei menino de Steriol, quer ser um bom rei como seu pai, mas parece que seu povo não está contente com ele. Em uma de suas audiências com as pessoas que trazem problemas para serem resolvidos com o rei, ele encontra uma mulher estranha, que lhe entrega um frasco com Bile e lhe dá certas indicações do que fazer se quiser mudar as coisas para si mesmo. Ao tomar o líquido, ele toma para sim um espírito animal, na forma de um crocodilo, e se torna o Rei Réptil.
O espírito animal de Yin é um estorninho, Luan. Quando o irmão de Yin, Yu, fica muito doente, sua família vai atrás da curandeira, mas o que ela oferece está além das possibilidades, pois a cura da doença de Yu pode estar nas mãos da Healthbringer, o Grande Panda, que vive no Grande Labirinto de Bambu. Mas o Grande Panda não é visto há muito tempo, além do perigo que é entrar no labirinto. Mas Yin está decidida, e em troca da espada de sua família, Yin consegue com a curandeira um tipo de tônico, mas a situação de seu irmão não melhora. Os dois resolvem ir até o labirinto e acabam descobrindo um grupo de que quer capturar Jhin, o Grande Panda.
Uraza é um leopardo, umas das Grandes Feras. Em uma de suas caçadas, ele encontra um grupo de invasores e ataca, exigindo que saiam de seu território. Por uma semana, ela não vê mais ninguém, mas depois descobre um grupo de homens, maior que o anterior, que quer capturá-la para roubar algo dela. Em sua arrogância, ela dispensa ajuda do garoto dos Vendani que foi alertá-la, e acaba sendo capturada. O garoto, Tembo, ajuda a libertar Uraza, e ela descobre que os invasores sabem onde ela esconde seu talismã, e assim eles partem em busca do precioso objeto.
Katalin e seu espírito animal, uma marta chamada Tero. Ela faz parte do grupo de rebeldes que luta contra os Conquistadores, e está a procura de Briggan, uma das grandes feras, para pedir ajuda em sua luta. Ela consegue escapar de seus perseguidores pelo rio, recebe ajuda e continua em sua busca por Briggan, mesmo recebendo constantes mensagens do grande lobo para não se aproximar. Ela acaba descobrindo que seus perseguidores capturaram um dos lobos que fazem parte do grupo de Briggan e ela o liberta. É quando ela consegue finalmente ficar cara a cara com a grande fera.
Essix é uma das grandes feras ligadas a humanos. Ela se reúne com outras grandes bestas para decidir o que fazer. Todos concordam, e assim, Essix, Uraza, Briggan, Jhin e vários outros conseguem salvar Erdas. Mas a história não acabou aqui....

Eu adorei esse livro. Na sequência da série Spirit animals, esse é o primeiro extra, que fala das grandes bestas que, no primeiro livro, se ligaram as crianças protagonistas da história. Foi interessante ver como tudo começou e de que forma eles se juntaram para lutar ao lado dos humanos. Eu queria muito que a editora continuasse a publicar os livros dessa série, inclusive os extras (eu li este em inglês), mas não sei se vai acontecer. Indicado.

10 de fev. de 2020

Salvando a Itália (Robert M. Edsel) – DLL 2020


Título: Salvando a Itália
Autor: Robert M. Edsel
Mês: Fevereiro
Tema: Um livro baseado em fatos
Editora Rocco, 430p.

A cada ano, Hitler aumentava sua coleção. Agentes adquiriam para ele obras através de compras legítimas, vendas forçadas e confiscos. Os nazistas emitiram decretos para manter uma cobertura legal, em particular para itens saqueados de judeus. [...]
Com o passar do tempo, as agências de saque nazista ampliaram sua operação à escala industrial. Como Napoleão e outros conquistadores antes dele, o Führer acreditava que a propriedade de obras de arte projetava poder e um senso de conhecimento superior, colocando-o, assim, entre os grandes homens da história.

Em 1943, os exércitos de Hitler invadiram a Itália e com isso, tomaram controle de alguns dos maiores tesouros da humanidade. A partir desse momento, os tesouros do Vaticano e as relíquias do antigo Império Romano, estavam a disposição dos nazistas para saquearem a vontade. E é exatamente isso que eles fazem. Quando as forças Aliadas estão se preparando para invadir a Itália, o general Dwight Eisenhower, comandante em chefe das Forças Aliadas no norte da África, deu poderes a alguns soldados de protegerem essas riquezas. Em maio de 1944, Deane Keller, professor de arte e caçador de obra-prima para os EUA, e Fred Hartt, historiador de arte e caçador de obra-prima na Toscana, saem de Nápoles e embarcam numa caçada pelas obras-primas roubadas e desaparecidas valendo milhões de dólares.
Quando a guerra já estava perdida para a Alemanha, chegaram ordens dos mais altos escalões nazistas para se transportar caminhões carregados de obras de arte para o norte, em direção ao território alemão. No entanto, o general Karl Wolff, desejoso de não cair junto com Hitler, impede que as grandes coleções dos museus Galleria Uffizi e Palácio Pitti saiam do território italiano, buscando negociar uma rendição secreta.

A Alemanha nazista havia chegado ao abismo – nenhum futuro e nenhuma saída. Muitos integrantes do círculo imediato de Hitler se preparavam para o pior. Não querendo ligar sua sobrevivência ao destino do Führer, Karl Wolff havia elaborado um plano secreto de oferecer a rendição de um exército alemão inteiro – cerca de 1 milhão de homens na Itália – aos aliados ocidentais. [...]

Esse livro é uma maravilha para quem gosta de arte e história. Além de dar detalhes das missões de resgate e preservação de monumentos, lugares e obras artísticas e históricas dentro da Itália durante a Segunda Guerra Mundial, o autor também fornece no livro algumas imagens da destruição dos lugares mais afetados durantes os bombardeios na guerra.
Se eu, que não nasci na Itália, fiquei impactada com o nível de destruição dos lugares, imagine os florentinos vendo o resultado das bombas em sua cidade (a destruição das pontes de Florença está além de triste, quando se tem noção do nível da perda histórica):

O repórter do New York Times Herbert Matthews obser vou que “Florença não é mais a Florença que o mundo conheceu por 400 anos. (...) o coração de Florença desapareceu”. De suas seis pontes – San Nicolò, alle Grazie, Vecchio, Santa Trinita, alla Carraia e alla Vittoria, só a Ponte Vecchio sobreviveu. [...]


Comparação das pontes antes e depois dos bombardeios. Observem a “ponte Bailey” construída sobre os pilares de pedra sobreviventes da Ponte Santa Trinitá [Ao alto: Bayerische Staatsbibliothek Munich/ Heinrich Hoffman; Abaixo: Pennyover Papers, Department of Art and Archaeology, Princeton University]

Ao longo do livro, se percebe a dificuldade gritante da seção Monuments, Fine Arts and Archives (MFAA) em tentar preservar os locais, tanto que guardavam as obras de arte quando os que eram por si só essas obras.

Tomamos o sempre presente espetáculo de uma cidade arruinada e o multiplicamos por tantas outras cidades na Europa, e é como se a tarefa de reconstrução jamais fosse ser feita. E a perda de obras de arte é insubstituível – belas igrejas destruídas, arquivos enterrados sob o entulho, bibliotecas expostas ao tempo e ao roubo... este trabalho parece tão mais importante e tão irremediavelmente imenso. E, sozinho, sinto-me como sete criadas com sete vassouras no meu cantinho... certamente ajudaria se o resto do país se rendesse sem combate.

Foi incrível ver como poucas coleções sobreviveram ao saque, e nisso se inclui o enorme tesouro do Vaticano. Fiquei surpresa, apesar de que não deveria ter ficado, com o ponto em que Göring, um colecionador mais variado que Hitler (e que durante os anos de 1940 a 1942 havia feito 20 visitas separadas ao depósito principal da ERR de obras roubadas em Paris, o Museu Jeu de Paume, para fazer seleções para sua própria coleção) estava disposto a chegar para que ninguém nunca mais as encontrasse no fim da guerra.

Enquanto o Generalfeldmarschall Kesselring evacuava as tropas de seu quartel-general militar em Adlerhorst, o Reichsmarschall Göring supervisionava o empacotamento final de sua coleção de arte em Carinhall. Dois carregamentos já haviam partido para Veldenstein, na Bavária; de lá, os trens viajariam para Berchtesgaden, onde Göring também tinha uma casa. [...]
Em 28 de março, as obras-primas de Nápoles roubadas de Monte Cassino chegaram a seu destino final – o repositório nazista em Altaussee, na Áustria. Mineiros levaram para o labirinto de túneis milhares de pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, peças de mobília e tapeçarias, muitas destinadas ao Führermuseum, de Hitler.
Duas semanas depois, oito caixotes de madeira pertencentes ao gauleiter August Eigruber chegaram em dois carregamentos, cada um pesando 500 quilos, marcados com a advertência ATENÇÃO! – MÁRMORE – NÃO DEIXAR CAIR. Mais uma vez, os mineiros carregaram os novos carregamentos pelas passagens estreitas de túneis, todavia, desta vez, receberam a estranha ordem de espalhar os caixotes pela mina, em vez de colocá-los juntos. Tivessem eles sabido que cada caixote continha uma bomba, não uma escultura em mármore, estas instruções teriam feito sentido. Eigruber – como Wolff, Himmler e Kaltenbrunner – tinha seu próprio plano. Em vez de permitir que as obras caíssem nas mãos do “judaísmo internacional”, ele destruiria a mina de sal e cada obra de valor inestimável armazenada em seu interior.

Nápoles, Florença, Pisa, Toscana, praticamente nenhum lugar escapou de algum grau de destruição de monumentos e roubo de artes. À medida que os Monuments Men chegavam no local e realizavam suas inspeções, anotavam a perda de coleções públicas e particulares. Com a derrota dos nazistas e fascistas, muitos sítios culturais passaram a precisar de inspeções e os trabalhos dos Monuments Men se tornou muito requisitado. Achei interessante que, apesar de durante a guerra, se tivesse que se escolher entre vidas humanas e lugares históricos se escolheria a vida humana, as pessoas dos lugares que o grupo visitava apreciavam os esforços de preservação. E quando a guerra terminou, o autor consegue descrever a emoção das pessoas quando as obras eram devolvidas aos seus lugares de origem.
Não tenho palavras para dizer o quanto eu gostei dessa leitura. Foi ótimo aprender mais sobre esse capítulo tão aterrador da história humana, de uma perspectiva diferente. Completamente recomendado.

7 de fev. de 2020

Contando estrelas (Luciane Rangel) – DLL 2020


Título: Contando estrelas
Autora: Luciane Rangel
Mês: Fevereiro
Tema: Um livro de capa colorida
Editora Qualis, 264p.

Elisa é uma garota que tem uma vida boa. Apesar de não ser exatamente rica, ela estuda no melhor colégio, faz parte de um grupo de amigas popular, é inteligente e tem uma paixonite pelo garoto mais gato da sala. A única coisa que Elisa não tem é empatia. Quando a professora de história aparece com um novo projeto valendo a nota final do ano, todos os alunos reclamam, mas terão que fazer: trabalho voluntário. Elisa acaba fazendo par com o garoto novato, Fábio, quem ela considera esquisito. De início, eles não se dão bem, mas com o passar do tempo, Elisa deixa de ver o rapaz como um pobretão, enquanto Fábio começa a ver além da garota mimada cabeça-de-vento. Os dias passam, Elisa vai se acostumando ao trabalho voluntário e aprende a ser uma pessoa melhor, e passa a entender o hábito de Fábio de dobrar papéis em formato de estrelas, mas as coisas tomam um rumo que ninguém esperava quando Miguel, a paixonite de Elisa, resolve se vingar por ter sido deixado de lado...

Mais uma vez, um livro da Luciane que me deixa ansiosa pelo final (eu achei que alguém ia morrer) ao mesmo tempo em que eu queria esganar a protagonista durante quase o livro inteiro rsrsrs O mistério todo fica por conta do Fábio, que de início parece mesmo um garoto pobretão, mas à medida que se entende o hábito dele de dobrar estrelas de papel, consegue se entender mais o personagem e suas motivações. A história em si é encantadora e cheia de lições de vida e claro que o final não decepciona (a única coisa que eu queria que tivesse sido mais explicada foi a vida de Miguel no fim do livro, deu a impressão de que ficou faltando). Recomendado.