Título: Rogue One: uma história Star Wars
Autor: Alexander Freed
Mês: Março
Tema: Com heroína na capa
Editora Universo dos Livros, 384p.
Galen Erso não é um simples fazendeiro como quer se fazer parecer. Quando o seu passado sombrio vem bater em sua porta para leva-lo de volta ao trabalho sob a máquina imperialista de Palpatine, sua família acaba. Jyn Erso, sua filha, é resgatada por Saw Guerrera, um rebelde a parte que lida com imperialistas de forma mais “contundente”. Anos depois, Jyn, agora uma jovem mulher, está nas mãos dos líderes da rebelião, que querem a todo custo saber mais sobre seu pai e sobre um piloto que foi mandado por ele com informações sobre uma grande máquina de guerra. Assim, Jyn se junta a Cassian Andor, conhece pelo caminho Chirrut e Baze, e junto ao piloto Bhodi e vários outros rebeldes, partem para Scarif, em busca dos planos da Estrela da Morte e de seu ponto fraco, que pode mudar o curso da guerra.
Tido pela grande maioria dos fãs de Star Wars como o melhor filme da nova “leva” de filmes desde que a Disney adquiriu a marca (não só pela história que é realmente muito boa, mas também por uma das melhores aparições de Darth Vader), a novelização da história também não decepciona em nada. Pelo contrário. Os detalhes que são adicionados a história, como por exemplo, sobre a mãe de Jyn Erso, sobre os sentimentos da jovem quando descobre a verdade sobre o pai, e os próprios pensamentos de Orson Krennic, Saw Guerrera e Cassian, sobre os quais o filme só entrega vislumbres, tudo isso agrega em muito a história. Irrelevante dizer que eu li o livro inteiro com a voz dos atores na cabeça.
Uma coisa sobre a qual eu me surpreendi. Quando montei os temas que seriam sugeridos para o Desafio Livrerário Livreando 2023, esse foi um dos que eu pensei que deveriam entrar na lista dos temas fixos. Quando fui procurar livros que encaixassem no tema, só pensava em livros escritos por mulheres, afinal, não seria bacana um livro com uma heroína de protagonista que ainda fosse escrito por uma mulher? Seria a cereja no topo do bolo. Mas aí lembrei desse, e escolhi porque como fã de Star Wars, eu amei o filme e adoro as novelizações (quando se trata desse tipo de livro, os autores que trabalham com esse universo nunca falham). Depois da leitura e enquanto escrevia essa resenha, me dei conta de quão bom um homem também pode escrever sobre uma heroína em um ambiente militarizado, como são as histórias de Star Wars. Sem apelos sexuais, sem masculinizar a mulher, mas dando a ela direito de ser forte e frágil de acordo com as situações, e também dando aos homens em torno dela a capacidade de verem a fragilidade dela sem diminuírem-na por isso. O autor também deu direito aos homens de serem tanto fortes como traumatizados. Uma das melhores leituras do ano, sem dúvida nenhuma.