Tema: Ficção Científica
Mês: Abril de 2011 (Livro I)
Título: A Bússola de Ouro
Autor do livro: Philip Pullman
Editora: Objetiva
Nº de páginas: 429
Sinopse: Quando Roger, amigo de Lyra, desaparece, ela e seu daemon, Pantalaimon, resolvem procurá-lo. Viajam para os reinos frios do Norte, onde urso de armadura e bruxas-rainhas voam pelos céus congelados. Lyra possui um aparelho que auxiliará na missão - caso ela consiga decifrar suas mensagens misteriosas. Mas o equipamento contém segredos assustadores sobre a viagem e os perigos que os esperam em mundos distantes.
Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi… acho que o urso. Apesar de ter a ver com a história, acho que podia ser outro animal, porque as cenas em que o urso aparece são importantes, mas não o vejo como principal personagem do todo.
Eu escolhi este livro porque… eu queria ler há muito tempo, mas tinha medo de não gostar. Depois da saga
Crepúsculo (que eu ainda não li o último livro, mas li a tradução na internet e ODIEI o final, só comprei o livro pra completar a coleção) e de
Percy Jackson (que teve o filme estragado, por isso me deu medo de comprar a coleção e não gostar), estou meio traumatizada com sagas. Mas esse livro totalmente valeu a leitura.
A leitura foi… ÓTIMA. Eu AMEI esse livro, AMEI essa história. Na minha lista de coleções, essa, Fronte
iras do Universo, está em quarto lugar, só perdendo para a trilogia
O Senhor dos Anéis (óbvio, primeiríssimo lugar),
Harry Potter (segundo) e
As Crônicas de Nárnia (terceiro).
Eu vi o filme quando lançaram em 2007, e sempre fico meio assim quando vejo a adaptação antes de ler o livro, porque depois eu fico tentando me lembrar quais partes cortaram no cinema e eu não consigo mais imaginar os personagens, eles passam a ser como os atores que eu vi no cinema. Também consegui entender o que era o Pó, coisa que eu voei no filme. Essa adaptação é um exemplo de como se pode “estragar” (apesar de não ser exatamente essa palavra) uma saga que teria tudo para ser um enorme sucesso no cinema. O pior de tudo é que eu nem sei como eles conseguiram fazer isso, porque a Nicole Kidman estava PERFEITA como Sra. Coulter (eu nunca tinha visto ela fazer papel de vilã e adorei), Daniel Craig estava magnífico como Lorde Asriel, Dakota Blue Richards estava legal mesmo sendo iniciante. O filme também ganhou nomes de peso como Ian McKellen dando voz ao urso Iorek (que eu pensava que era a voz do Liam Neeson), além de Christopher Lee e outros grandes nomes. Os efeitos usados para criar os dimons, a Aurora Boreal e tudo isso foram perfeitos. Pantalaimon era uma gracinha, Stelmaria (dimon de Lorde Asriel) e o macaco dourado (um mico-leão dourado, pra ser mais exata, dimon da Sra. Coulter) também perfeitos. Então realmente não entendo porque eles infantilizaram a trilogia, por que as críticas feitas a Igreja, que são o ponto alto da história, desaparecem. Mas vamos ao livro.
Emocionante. Prende a atenção do leitor desde o início. A história começa em Oxford, mas uma Oxford de outro mundo, que eu, particularmente, adoraria conhecer. A narrativa começa devagar, mas já com um “quê” de mistério, mencionando o Pó. No decorrer do livro, o leitor percebe que Lyra também tem um papel muito importante, tipo “a criança prometida ou esperada” ou algo assim. Como
Nárnia, é uma obra cercada de motivos e temas cristãos, e o que eu mais gostei é que, diferente de
Nárnia mais sutil (apesar de Aslan ser claramente uma alusão a Deus e Cristo e às vezes mostrar isso logo de cara),
Fronteiras do Universo (falo da trilogia apesar de ainda não ter lido o último livro) faz uma alusão a algo mais bacana: a guerra de um anjo (conhecido depois como Lúcifer) contra Deus e sua queda. Eu li por alto e estudei um pouco do poema de Milton (
Paraíso Perdido), que fala exatamente dessa guerra. É algo parecido o que querem fazer nessa trilogia, mas ao invés de anjos, é um simples humano que quer matar a Autoridade, como chamam Deus no livro. Acho que é por isso que eu gostei tanto dessa história, me lembrou demais
O Silmarillion (estudei Milton tentando identificar sua influência na queda de Melkor, o primeiro Senhor do Escuro da mitologia tolkeniana). É uma história que, como eu disse, prende a atenção do início ao fim. Também emociona. Chorei absurdamente em duas partes: primeira, quando Lyra descobre o que é a interseção, o que acontece com as crianças e os dimons que são separados, e segunda, no final, quando aquilo (que eu não vou dizer o que é) acontece com Roger. Odiei Lorde Asriel por isso. E aconteceu o mesmo que quando eu lia a morte do Cedrico Diggory em
Harry Potter e o Cálice de Fogo, a morte do Sirius em
Ordem da Fênix, a morte de Dumbledore em
Príncipe Mestiço e em TODO o
Relíquias da Morte: tive que voltar e ler de novo porque não acreditava que aquilo tinha acontecido.
O personagem que eu gostaria de ter ajudado
foram todas as crianças que sofreram a interseção.
Por quê? Obviamente porquê era uma interseção, uma castração. Como o dimon é a alma da pessoa, que adquire qualquer forma animal até a pessoa se tornar adulta quando o dimon ganha uma forma definitiva. Como uma castração, é um processo doloroso e até impensável, apesar de ser praticado. Mostram como fica uma criança que passa por isso (ela não vive muito) e os pobres dos dimons também. Triste, triste, triste.
O trecho do livro que merece destaque: Todo o livro, sem exceção, merece destaque.
A nota que eu dou para o livro: 5 (Queria dar 1000!!!!)